12 Armadilhas da nossa consciência que pessoas inteligentes evitam
Sabe por que a infância parece uma época feliz e por que nos surpreendemos quando calculamos os anos que se passaram desde a nossa formatura? Porque a nossa mente, sempre esperta, muda a realidade e assim caímos em uma armadilha da consciência que nos apresenta a um mundo diferente (e mais belo e agradável) do real. Mas existe uma forma de evitar este tipo de armadilha.
Pesquisamos um pouco quais são os efeitos psicológicos que não nos permitem ver a realidade como ela é e o que fazer a esse respeito.
1. Desvio em direção ao inteiro
Nosso cérebro não gosta de coisas incompletas e nem de objetos fracionados. Quem sofre por isso é o nosso corpo. A mente percebe qualquer porção de comida como algo inteiro, até mesmo se for grande demais para comer apenas uma vez. Tanto uma pequena lata de refrigerante como uma garrafa (duas vezes maior) representam para o cérebro uma porção, o que significa que inconscientemente queremos beber ela inteira. Por causa disso sempre escutamos a frase ’Acabe de comer, não podemos jogar fora’.
- Saída: ao começar a fazer qualquer coisa, é preciso determinar quais os objetivos que queremos alcançar. E é preciso dizer ’chega’ não quando o prato estiver vazio, mas quando você não sentir mais fome.
2. A regra peak-end
O que você escolheria: aguentar 1 minuto de dor ou 1 minuto de dor seguido de 30 segundo de mal-estar? O senso comum nos leva a escolher a primeira opção, mas, na realidade, as pessoas se sentiriam melhores se escolhessem a segunda. Os experimentos demonstraram que esses 30 segundos finais podem eclipsar a memória da dor. Esse é um claro exemplo da regra peak-end. Não avaliamos um evento como um todo, mas por seu ponto máximo e final. Um filme interessante parecerá chato porque a cena anterior aos créditos não é boa, e o colega chato será atrativo se fizer um elogio no final do dia.
- Saída: essa regra é importante para lembrar como devemos finalizar tudo da maneira mais positiva possível.
3. Retrospectiva cor de rosa
Em geral, lembramos da infância como uma época despreocupada e com um sorriso no rosto, mesmo que naquele período a sensação fosse outra. Isso acontece porque o nosso cérebro tende a se concentrar nas lembranças positivas. E isso não significa apenas nostalgia. Uma viagem de férias parece mais divertida após um tempo porque as pequenas coisas que incomodam são eliminadas da nossa memória.
- Saída: não é tão errado olhar para os eventos importantes por meio de uma lente cor de rosa, mas é importante não esquecer que a nossa mente tem esse truque. As lembranças mais felizes geralmente não são completamente confiáveis.
4. O erro da ’mão da sorte’
A vitória atrai mais vitórias. É isso que a nossa mente nos diz quando apostamos ou quando vemos alguém apostar. Mas, na realidade, a sensação de que temos sorte é apenas outra armadilha em que costumamos cair. Se um jogador ganhar um belo prêmio, isso não significa que a sorte esteja ajudando, e isso não anula toda a teoria da probabilidade. A ’mão da sorte’, segundo os cientistas, não tem mais sorte que a mão comum.
- Saída: antes correr o risco, é melhor controlar as emoções e ver a situação com o olhar frio de um observador externo.
5. O efeito do telescópio
Há quanto tempo você se formou na escola? E na faculdade? Há quanto tempo você está trabalhando? Essas e outras perguntas do mesmo tipo podem causar uma leve confusão. Às vezes, ficamos surpresos ao descobrir que passou muito mais tempo do que pensávamos. É o que os especialistas chamam de efeito do telescópio: ele faz com que os eventos recentes pareçam mais distantes e os antigos pareçam mais próximos no tempo.
Por exemplo, a festa de Ano Novo um mês depois parece um evento distante, mas após um ou 2 anos, você vai ficar surpreso com como o tempo passou rápido. Os cientistas descobriram que, com a idade, o efeito do telescópio aumenta e uma pessoa de 65 anos percebe os eventos com 5 ou com 50 anos mais ou menos da mesma maneira.
- Saída: para não se confundir com o tempo, é importante escrever diários e anotar as datas nas fotos antigas.
6. Erro de planificação
O plano era construir a Ópera de Sydney em 4 anos, mas a construção demorou mais 10 anos. Segundo o projeto, o custo seria de 7 milhões de dólares, mas foram gastos mais de 100 milhões de dólares — ou seja, esse tipo de erro não ocorre apenas no Brasil. O caso de Sydney é um bom exemplo de que até os projetos de vários milhões de dólares são prejudicados por erros de planificação. Tendemos a subestimar o tempo necessário para completar as coisas, e costumamos olhar de maneira muito otimista para as conquistas do futuro. Por causa do erro de planificação, o cérebro não olha para a experiência passada e para as dificuldades enfrentadas. É assim que surgem os atrasos nos projetos.
- Saída: antes de fazer uma promessa ou de entrar em um novo projeto, é preciso fazer uma projeção otimista e uma pessimista. A realista costuma estar no meio.
7. Síndrome do impostor
Segundo essa síndrome, as pessoas que chegam ao sucesso são consideradas enganadoras de si mesmas. Elas tendem a achar que chegaram ao topo por acidente, sem um real merecimento, por erro ou porque as pessoas ao lado não tiveram tempo de descobrir se elas realmente mereciam ou não aquilo. E, ao invés de aproveitarem as conquistas e continuarem avançando, ficam ansiosas e se prendem no passado. Muitas pessoas famosas sofrem disso, como a atriz Emma Watson.
- Saída: se a sensação de não merecimento for comum para você, faça uma lista com as 30 coisas de que você se orgulha. A lista vai fazer você olhar para o caminho percorrido e vai ajudá-lo a ver o seu valor real.
8. O efeito Streisand
Você se lembra da frase “Não pense em um elefante branco?” A tentativa de distanciar um pensamento da imaginação só faz com que ele fique ainda mais presente. Foi assim que, em 2003, a cantora Barbra Streisand conseguiu eliminar proibir o acesso na Internet a esta foto de sua casa. Como resultado, a imagem foi compartilhada tantas vezes que o nome ’Streisand’ foi dado ao efeito psicológico que leva as pessoas a se interessarem mais pelas coisas proibidas. O efeito aparece não apenas em relação às informação da Internet, mas também aos doces que aparecem na nossa frente quando estamos de regime, por exemplo.
- Saída: a aceitação dos pensamentos e uma escolha consciente são mais efetivas que as proibições, em si.
9. O efeito IKEA
Tendemos a superestimar o valor das coisas que fazemos com as nossas mãos, independente da qualidade final. Um experimento mostrou que as pessoas que constroem os armários com as próprias mãos — por exemplo os móveis comprados em lojas como IKEA (loja sueca), Etna ou Tok&Stok — tendem a pensar que esses produtos são mais caros que os mesmos produtos que já vêm montados. E isso não tem apenas relação com o esforço na hora de montar.
- Saída: é importante e necessário apreciar as coisas feitas com as próprias mãos, mas é preciso lembrar que, para outras pessoas, o valor de um objeto pode ser inferior que para o seu criador, e isso é totalmente normal.
10. O efeito da ilusão da verdade
Uma mentira, quando dita muitas vezes, se transforma em uma verdade. A informação falsa sobre o fato de que os avestruzes supostamente escondem a cabeça na terra está bem fixa na mente das pessoas justamente por isso. A repetição faz com que a informação seja tão habitual e familiar que o cérebro gasta o mínimo de recursos para processá-la, e finalmente não temos nenhuma dúvida sobre a sua autenticidade. Os especialistas em marketing usam isso ao repetir muitas vezes os mesmos lemas publicitários, conseguindo que as pessoas acreditem neles.
- Saída: a frase ’pode confiar, mas verifique primeiro’ pode te ajudar a evitar compras desnecessárias. E, claro, fique atento a notícias alarmistas que circulam na Internet e, antes de compartilhá-las, procure checar a fonte dessa notícia.
11. O fenômeno da justiça
A fé em um mundo mais justo turva a visão das desgraças e dos sucessos dos outros. Em um experimento, os cientistas perceberam que os observadores que viam como uma pessoa estava sendo eletrocutada, rapidamente deixaram de sentir pena e passaram a culpar a própria vítima. Eles chegaram à conclusão de que a pessoa realmente merecia o sofrimento. Por quê? Porque é mais cômodo acreditar que todos recebem apenas o que merecem na vida do que entender que realmente não existe justiça no mundo. As tragédias nem sempre acontecem por culpa das vítimas.
- Saída: mas se o mundo não é tão justo, significa que qualquer coisa pode acontecer conosco também? Sim, isso mesmo. Ao invés de questionarmos a justiça, deveríamos olhar para o aprendizado que cada situação nos oferece.
12. O efeito dos refletores
Alguma vez você se sentiu no centro das atenções quando vestiu algo novo? E ao sair de casa com uma mancha na roupa, sente que todos os olhares acabam em você? Na realidade, as pessoas tendem a superestimar a atenção dos outros. Nossas ações e nossa aparência não são tão importantes para os demais como imaginamos. A mente cai em uma armadilha chamada de efeito dos refletores.
- Saída: não tenha medo de ser você mesmo e de expressar a sua individualidade. As pessoas não estão prestando atenção em você, então não se preocupe em agradá-las o tempo todo.
Como você acha que essas armadilhas funcionam com você? Compartilhe a sua opinião nos comentários!