15 Comics que mostram a diferença entre a nova geração e as garotas dos anos 2000

Grande parte das produções, tanto nacionais quanto internacionais, tem aquele vilão clássico: o rival do mocinho, o oposto do herói. E, mesmo que eles sejam criados para gente odiar e torcer contra, não é raro ver esses personagens conquistando o público e, às vezes, até ficando mais populares que os protagonistas. Não deixe de conferir o bônus, ele vai te deixar de queixo caído.
A Odete Roitman de Deborah Bloch mal chegou em Vale Tudo e já deu o que falar. Isso porque uma das grandes vilãs da teledramaturgia brasileira acabou provocando o efeito contrário no público — em vez de ser severamente odiada, conquistou a aclamação de quem assiste. Entre os comentários feitos na web, alguns diziam: “Vilã, para mim, é quem faz maldade sem razão ou motivo, só pelo prazer de ser ruim. Até o momento, a Odete só está apontando a realidade.” Outro já opinou: “Errada não está. Os dois filhos são totalmente desocupados e ainda são bancados por ela.”
O curioso é que a personagem no remake quase não ficou com Bloch. Atrizes como Fernanda Torres e Natália do Vale chegaram a ser cotadas para o papel.
Mesmo com as atrocidades cometidas em Beleza Fatal, Lola, vivida por Camila Pitanga, logo conquistou uma legião de fãs: os Lolovers. A novela produzida para o streaming da Max foi um verdadeiro sucesso, ocupando o primeiro lugar entre os títulos mais assistidos da plataforma por pelo menos cinco semanas consecutivas. E não foi só no Brasil: a produção também ficou no topo em outros países, como Bolívia, Uruguai e Venezuela.
Para escrever uma vilã de impacto, Raphael Montes, autor da trama, se inspirou livremente em sua própria mãe. Segundo ele: “Essa sede de vencer na vida, esse jogo de cintura, esse charme, essa autoestima que a Lola tem... São características da minha própria mãe.”
Outra vilã que marcou época foi Laura, em Celebridade. Até hoje, esse é um dos papéis de maior destaque de Cláudia Abreu, que quase perdeu a personagem para Malu Mader, que acabou interpretando a mocinha, Maria Clara. E que sorte a nossa, afinal, Cláudia não deixou nada a desejar: “Foi uma personagem super marcante em minha carreira, sem dúvida. Interpretar a Laura era uma alegria. O Gilberto faz vilãs como ninguém”.
Uma das cenas mais memoráveis da trama foi a briga entre Laura e Maria Clara. Para essa sequência, Cláudia Abreu levou nada mais, nada menos que 27 tapas.
Letícia Colin teve sua ascensão em Todas as Flores. O papel da atriz era rodeado de maldades, mas sempre com a pitada certa de humor e sarcasmo, deixando tudo equilibrado. É surpreendente que essa trama não fosse originalmente sua, mas sim, de Sophie Charlotte, que interpreta a mocinha da novela, Maíra. Com isso, os personagens seriam trocados, sendo Colin a boa garota e Charlotte a maldosa.
Para Letícia, trazer Vanessa à tona foi complexo, mas ao fim, bem-sucedido: “Foi um desafio gigante fazer uma personagem tão capacitista, que tem tanto ódio dentro de si, se tornar uma personagem que as pessoas querem assistir. Eu tinha esse sonho e objetivo como atriz, o de trazer carisma através do humor e impactar nessa ’torcida’ por ela. Fico imensamente feliz por fazer essa jornada ser possível”.
Se Vanessa era uma vilã de primeira mão, Zoé não ficou para trás em Todas as Flores. Regina Casé saiu de uma mãe afetuosa e que faz de tudo por um filho, em Amor de Mãe, e se transformou em uma figura maternal carrasca, que não vê problemas em usar as filhas para alcançar o que almeja.
Zoé é uma personagem cheia de níveis e, por causa disso, podemos nos pegar tendo um pouco de empatia em alguns momentos: “Fui fazendo meio no susto, mas resultou em algo que, às vezes, eu ficava apavorada e achava que não sabia fazer aquilo, mas as pessoas falavam sobre as camadas da vilã (...) isso era uma atriz louca buscando sentimentos e emoções”.
Tereza Cristina também entra no hall das vilãs clássicas de novela, daquelas que empurram um concorrente escada abaixo sem dó nem piedade. A personagem foi brilhantemente interpretada por Christiane Torloni em Fina Estampa. A atriz afirma que até hoje é lembrada pelo papel e nas redes sociais ainda comentam coisas como “Rainha de Tebas” e “Rainha do Nilo”, apelidos dados por Crô, outro papel de destaque.
Apesar do sucesso na época, Christiane não sabe se a novela repetiria o feito atualmente: “Acho que o Aguinaldo foi muito corajoso de escrever a novela na época, correndo todos os riscos de ser politicamente incorreto e colocando na boca dos personagens coisas que, hoje, o politicamente correto condenaria completamente.”
Não é preciso ter assistido A Usurpadora para reconhecer o nome Paola Bracho. Gabriela Spanic, a atriz que interpreta as gêmeas Paulina e Paola, marcou uma geração, principalmente quando se trata da irmã má. A novela mexicana fez tanto sucesso no território brasileiro que é frequentemente reexibida, sempre buscando aumentar a audiência, pois ela é a favorita de muitos.
Em Killing Eve, temos a oportunidade de ver Sandra Oh, a eterna Cristina de Grey’s Anatomy, de volta a uma série. Contudo, mais do que isso, tivemos a chance de cair nas graças de Villanelle, personagem interpretada por Jodie Comer, que lhe rendeu um Emmy de Melhor Atriz em Série Dramática. Seja pelo estilo inegável, o humor ácido ou a sinceridade desacerbada, algo na vilã faz o público ser cativado. Consequentemente, assistimos à trama até o fim, sempre torcendo para que ela saia bem-sucedida de seus planos.
Arlequina sempre fez parte das equipes de vilões, mas se antes ela já tinha a simpatia do público, após estrear no filme Esquadrão Suicida, sua taxa de aprovação aumentou ainda mais. Inclusive, enquanto o longa foi alvo de críticas negativas, Arlequina seguiu na direção contrária, ganhando o favoritismo do público e, posteriormente, uma produção solo: Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa. E quem deu sentido a tudo isso foi Margot Robbie, que desempenhou o papel divinamente. Para entender a popularidade, ela é a mulher mais bem-sucedida do mundo dos heróis da DC Comics.
Meninas Malvadas marcou uma geração, afinal: “Nas quartas-feiras usamos rosa”. Brincadeiras à parte, muitos podem nem reparar que Regina George não é a protagonista de toda a trama, mas sim Cady Heron, interpretada por Lindsay Lohan. No entanto, o destaque de Rachel McAdams foi tão grande que é impossível pensar nessa produção e não lembrar dela. Inclusive, segundo a atriz, esse é o papel mais citado de sua carreira, e vale citar que ela já foi indicada ao Oscar por seu personagem em Spotlight.
Às vezes, tudo o que a gente precisa é da perspectiva do vilão para torcer por ele. Isso é o que ocorreu em Cruella, com Emma Stone. Na produção, acompanhamos toda a trajetória da personagem, desde a infância até a transformação em Cruella De Vil. Portanto, no final, entendemos todo o ódio que ela destilava contra os pequenos cachorrinhos. E bem, até torcemos para que ela tenha o “felizes para sempre”.
Se formos pensar bem, os assaltantes de La Casa de Papel são vilões. Durante a série, assistimos a tudo pela perspectiva deles, ou seja, rapidamente nos vemos torcendo para conseguirem levar todo o dinheiro do local. Entretanto, não é difícil notarmos que eles são os caras maus, afinal, estão roubando um cofre. Tomando algo que não os pertence. Ao fim, não adianta nadarmos contra a maré, todos os personagens são cativantes, ou seja, acabamos cedendo para o lado deles.
Quando o assunto é dramaturgia brasileira, todos nós temos uma lista de atores famosos e celebrados por seus papéis. Mas até os mais populares já estiveram em trabalhos que foram bastante criticados.