11 Mulheres brasileiras que se destacaram por estar à frente do seu tempo

Mulher
há 4 anos

Apesar dos muitos obstáculos, há diversas mulheres que ocupam lugares de destaque na história do nosso Brasil e que jamais devem ser esquecidas! Seja pelas suas inúmeras contribuições para a dramaturgia, como é o caso da atriz Fernanda Montenegro, seja para a Medicina, com Nise da Silveira, ou até mesmo para o setor empresarial, com Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza).

Hoje, o Incrível.club vai contar um pouco mais sobre essas mulheres que sempre estiveram à frente do seu tempo e que romperam padrões no ambiente em que estavam inseridas!

1. Chiquinha Gonzaga

Chiquinha Gonzaga ousou — e muito! Nascida no ano de 1847, no Rio de Janeiro, essa mulher incrível não teve medo de enfrentar uma sociedade na qual os direitos femininos ainda eram extremamente restritos. Para poder se dedicar à música e também viver um novo amor, ela resolveu deixar o marido e, consequentemente, uma vida cheia de privilégios.

Chiquinha enfrentou muitos preconceitos na época, mas parece que tudo valeu a pena: ela compôs temas como Ó abre alas, que certamente trouxeram elementos da música brasileira como conhecemos hoje. Chiquinha foi uma das primeiras mulheres a viver profissionalmente da música no País. Para além da música, ela também se engajou em causas sociais ao longo da vida, e trabalhou com afinco para a abolição da escravatura. Sua história é tão rica que, em 1999, a Rede Globo chegou a exibir uma minissérie para homenagear essa mulher empoderada e revolucionária.

2. Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral veio de uma família abastada de São Paulo, o que deu a ela a oportunidade de estudar fora ainda na adolescência — aos 16 anos, Tarsila foi para a Europa estudar pintura. A partir de então, ela se tornou uma espécie de “desbravadora”. Esteve em diversos países e estudou muito! A pintora ficou conhecida por destacar, em seu trabalho, aspectos populares, paisagens e traços tipicamente brasileiros além, é claro, as mazelas do nosso País.

Além de desbravar novas possibilidades na pintura, Tarsila não hesitou em deixar para trás um casamento infeliz (isso em pleno anos 1920) nem a viver novos amores, como, por exemplo, com o escritor Oswald de Andrade. Sua pintura mais famosa, Abaporu (1928), um marco para o Movimento Modernista no Brasil, e muitos outros trabalhos podem ser vistos aqui.

3. Ruth de Souza

Ruth de Souza faleceu em 2019, mas deixou um grande legado! A atriz carioca, nascida em 1921, é conhecida como a primeira dama negra do teatro, tendo estreado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, menos de 60 anos após a abolição da escravatura. A partir daí, conseguiu papéis de destaque e conseguiu uma Bolsa para estudar Artes Cênicas em Harvard, tendo passado por algumas outras instituições americanas também. Ao longo de sua vida, construiu um longo currículo no teatro, cinema e televisão, contribuindo enormemente para a representatividade da figura negra na dramaturgia e na sociedade como um todo.

4. Nise da Silveira

Nise da Silveira foi uma médica psiquiatra revolucionária, responsável por humanizar o tratamento em centros psiquiátricos. Nascida em 1905 na cidade de Maceió, cursou a Faculdade de Medicina da Bahia, sendo a única mulher entre os formandos. Em uma época em que os pacientes psiquiátricos eram confinados e tratados de uma forma questionável, Nise viu na arte uma maneira de reabilitar muitas pessoas acometidas por doenças mentais.

Foi criadora do Museu de Imagens do Inconsciente, tendo sido também pioneira nas pesquisas sobre os efeitos da relação dos pacientes com animais de estimação, além de ser a primeira profissional da área a utilizar a psicologia junguiana no Brasil.

Em 2015, sua história foi parar no cinema. Com direção de Roberto Berliner e protagonizado por ninguém menos que Glória Pires, o filme Nise: O Coração da Loucura narra importantes momentos da vida da psiquiatra reconhecida mundialmente por seu trabalho.

5. Cora Coralina

Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nasceu em Goiás, em 1889. Quando chegou o momento de frequentar a escola, os pais decidiram que seria educada em casa. Cora, então, cursou apenas os primeiros anos do primário. O mais curioso é que a conceituada escritora publicou o seu primeiro conto quando tinha apenas 14 anos de idade e dividiu sua vida entre a profissão de doceira e seus trabalhos no mundo das letras. Apenas aos 76 anos decidiu publicar pela primeira vez seus escritos (Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais).

6. Dercy Gonçalves

Dercy Gonçalves não tinha papas na língua e será eternamente lembrada por sua personalidade marcante diante das câmeras e atrás delas por suas frases icônicas! Mas, mais do que isso, a carioca nascida em 1907, que saiu de uma infância humilde e se lançou no Teatro de Revista, consagrou-se como um dos nomes mais importantes do teatro de improviso no Brasil.

Dercy nos deixou em 2008, aos 101 anos de idade, mas “cravou” boas memórias no público e não teve medo de mostrar a que veio mesmo em um período em que as mulheres artistas eram malvistas pela sociedade — mais ainda no caso das humoristas. A “atrevida” chegou a ser tema de enredo da escola de samba Viradouro, no início dos anos 1990.

7. Maysa

A cantora Maysa sempre impressionou todos pela sua música e também por sua postura transgressora. Nascida em meados dos anos 30, na cidade de São Paulo, a artista costumava cantar as suas canções em reuniões familiares. Logo após se casar aos 18 anos com André Matarazzo, um importante empresário, lançou o seu primeiro disco. E aí começaram os seus conflitos. O marido não permitiu que o rosto da cantora fosse mostrado no trabalho e só concordava que ela usasse a música como uma forma de fazer caridade.

Com o passar do tempo, ela resolveu assumir as rédeas da própria vida e dar início a uma carreira profissional, o que provocou o fim de seu casamento. Como qualquer mulher divorciada da época, Maysa enfrentou muitos problemas, mas conseguiu se destacar na música e ajudou a levar a arte brasileira para o mundo, tendo sido a primeira cantora brasileira a se apresentar na televisão japonesa. A sua vida se transformou na minissérie Maysa — Quando fala o coração, dirigida pelo seu único filho, Jayme Monjardim.

8. Hebe Camargo

Hebe Camargo brilhou na TV! A paulista, nascida em 1929, iniciou a sua carreira como cantora de rádio e tem uma relação direta com o comecinho da história da televisão. Quando os equipamentos para dar início à Rede Tupi (primeira rede de televisão do Brasil) chegaram, Hebe foi uma das convidadas para ir buscá-los. Além disso, a artista multifacetada também fez parte da primeira transmissão ao vivo. Ela também esteve à frente do primeiro programa feminino da TV, em 1955, chamado O Mundo é das Mulheres.

O dinamismo e a irreverência de Hebe a levaram a apresentar o programa homônimo que permaneceu por quase 40 anos no ar! Ao longo da carreira, a apresentadora sempre fez questão de expor as suas opiniões, mesmo que isso lhe trouxesse algumas dores de cabeça vez ou outra. Alguns anos após nos deixar, Hebe recebeu uma homenagem e tanto quando a sua história invadiu as telonas com o filme Hebe: A Estrela do Brasil.

9. Rita Lee

Rita Lee, a roqueira mais amada do Brasil e hoje aposentada dos palcos, produziu uma obra inquestionável! Nascida nos anos 1940, essa paulista sempre mostrou, através de suas músicas, da sua atuação cênica nos shows e também da sua postura fora dos palcos, que lugar de mulher é onde ela quiser! Ao lado dos Mutantes e de Gilberto Gil, Rita Lee causou furor no 3º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record (1967) ao introduzir de uma vez por todas a guitarra na nossa MPB e ao se apresentar com um look peculiar.

Embora não se apresente mais, ela segue ativa nas redes sociais e tem nos brindado com ótimas obras literárias, como é o caso do best-seller Rita Lee: Uma autobiografia e dos livros infantis que tem publicado.

10. Luiza Helena Trajano

Luiza Helena Trajano é considerada uma das empresárias mais importantes do País. Quando recebeu a responsabilidade de tocar os negócios da família, nos anos 1990, o Magazine Luiza era uma rede de lojas do Interior. O incrível crescimento da empresa só foi possível por conta de sua visão inovadora. Entre muitos outros feitos, a empresária apostou na informatização do negócio mesmo em uma época em que a Internet ainda engatinhava e não por acaso, criou o primeiro modelo de loja virtual do Brasil. Mas não é só isso: a empresa é conhecida por dar espaço para os funcionários e por apoiar as mulheres. Luiza é presidente do grupo Mulheres do Brasil, que tem por objetivo promover ações em busca da igualdade racial e de gênero.

11. Fernanda Montenegro

Fernanda Montenegro tem história! A propósito, você sabia que, na verdade, o seu nome é Arlette Pinheiro Esteves da Silva? Nascida em 1929, no Rio de Janeiro, Fernanda iniciou sua carreira no rádio ainda bem jovem e já no início dos anos 1950 fez a sua estreia no teatro. O reconhecimento veio logo em seguida, com a peça A Moratória. Desde então, a atriz construiu um currículo de dar inveja. Com a sua atuação memorável no filme Central do Brasil (1998), foi a primeira e até hoje única atriz brasileira indicada a um Oscar. Já a sua atuação em Doce de Mãe (2012) lhe rendeu um Emmy Internacional de melhor atriz. Apesar de todo o seu status como atriz, Fernanda também é aclamada por sempre demonstrar humildade e repeito a todos.

E então, o que achou da história de vida das mulheres destemidas e obstinadas mostradas no post? Se você fosse fazer a sua própria lista de brasileiras inspiradoras, como seria? Conte pra gente nos comentários :)

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