10 Vezes em que os clichês ficcionais não tiveram lugar no Universo Cinematográfico da Marvel

Famosos
há 1 ano

Você já ouviu falar da Fórmula Marvel? Em tese, seria um conjunto de regras seguidas para garantir o sucesso de seus filmes. E talvez seja natural concluir que apelar para clichês é uma das bases dos filmes do UCM. Mas será que é assim mesmo que a Marvel opera? Aparentemente, fugir dos modelos tradicionais de fazer ficção também pode funcionar muito bem!

Assim sendo, o Incrível.club mostra hoje diversos momentos em que a Marvel fugiu dos clichês em suas produções. Afinal, um clichê bem usado sempre funciona a favor da narrativa, mas um lugar-comum quebrado com criatividade pode deixar as coisas bem mais interessantes. Confira!

1. Homem de Ferro (2008)

Um clichê típico de super-heróis é a identidade secreta. Muitos deles precisavam esconder seu Alter Ego para proteger a si e a quem ama, certo? Funciona assim nos quadrinhos e da mesma forma nos filmes de herói no cinema. Em Homem de Ferro, tudo estava sendo armado para que o clichê fosse seguido. Até a S.H.I.E.L.D. — que ainda tinha aquele nome enorme — ajudava a dar explicações para os desdobramentos da batalha entre o Homem de Ferro e o Monge de Ferro. Na última cena do filme, Tony Stark dá uma conferência de imprensa e tenta seguir o texto preparado.

Após algumas contradições, Tony diz a clássica frase: “Eu sou o Homem de Ferro!” — o que acaba se tornando o sepultamento quase completo das identidades secretas no UCM. Adeus clichê!

2. Capitão América: O Primeiro Vingador (2011)

Em Capitão América: O Primeiro Vingador, logo após receber o soro do Super Soldado, Steve Rogers inicia uma perseguição a um vilão da Hydra, responsável por explodir a área do experimento que acabara de dar os poderes ao Capitão América. O clássico clichê da vítima indefesa que atrasa a perseguição é armado quando o vilão agarra um garotinho indefeso e o usa como escudo. Pouco depois, o vilão joga o menino na água, contando que Rogers abandonará a perseguição para salvá-lo. Quando o Capitão corre para socorrer a vítima, ouve o garoto gritar: “Vá atrás dele! Eu sei nadar.”

Furando o clichê, a vítima não se mostra indefesa e permite ao herói continuar perseguindo o vilão, sem precisar desviar seu caminho. Garotinho corajoso e independente, hein?!

3. Homem de Ferro 3 (2013)

No final de Homem de Ferro 3, o cenário puramente clichê estava formado: o mocinho precisava salvar a amada em perigo das garras do vilão. No caso, Tony Stark precisava resgatar Pepper Potts do diabólico Aldrich Killian, o “Mandarim”. Em determinado momento, tudo parece perdido, com Potts “contaminada” por completo pela fórmula Extremis, criada por Aldrich, e ainda sendo arremessada para o que parece um fim certo. Após perder diversas armaduras e o contato com Jarvis, Tony Stark está em perigo, muito próximo de ser eliminado pelo vilão. Sim, o clichê do “salvo no último minuto” está a toda, mas seria o companheiro Rhodes seu salvador?

Surgindo das chamas, Pepper Potts, aprimorada pela fórmula Extremis e contrariando o clichê da donzela indefesa, põe um fim ao “Mandarim”, salvando Tony Stark. Depois, ainda fica espantada com toda aquela violência! Dá para salvar o dia, mas não precisa perder a delicadeza, né?!

4. Homem-Formiga (2015)

Quando chega o momento de o super-herói enfrentar o supervilão, certeza que vai rolar uma batalha épica, certo? O clichê básico é aquela escalada de destruição, enquanto o herói procura meios de parar seu antagonista. Às vezes cidades inteiras são destruídas, outras, o mundo todo corre risco e tem até aquelas batalhas que colocam o próprio universo em cheque. Sim, em Homem-Formiga o clichê da batalha final está presente. Só que não. A brincadeira é justamente jogar com o lugar-comum e fazer a luta toda acontecer em um quarto. Claro que para dar dramaticidade, o dormitório é o da filha do herói, mas ainda assim, um quarto de criança!

Até o clichê da “luta em cima do trem” é subvertido já que, nesse caso, trata-se de um trenzinho de brinquedo. Apesar da quebra do clichê, o senso de urgência e a tensão não são brincadeiras, não!

5. Capitão América: Guerra Civil (2016)

Uma das versões do Homem-Aranha foi apresentada em Capitão América: Guerra Civil, em 2016. Não só o ator que interpreta o herói, Tom Holland, ficou mais jovem, como também a tia May deu um salto de geração. Nos quadrinhos, a tia de Peter segue um pouco o clichê da velhinha indefesa que precisa sempre ser protegida e, até então, esse estereótipo não ficava muito longe da sua origem. Na verdade, May Parker sempre esteve mais próxima de uma avó do que de uma tia. Com a entrada de Marisa Tomei para o papel, ela passa a funcionar quase como uma irmã mais velha, que, inclusive, os amigos de Peter são loucos para namorar.

Sem contar que May rapidinho descobre o segredo de Peter e passa a ser confidente e incentivadora de suas ações heroicas. Considerando o histórico do personagem, a Marvel quebrou uma teia enorme de clichês na apresentação do novo teioso. Deixou de lado até um filme de origem!

6. Doutor Estranho (2016)

O Mestre sábio, idoso, cabelos e barbas brancos, de origem asiática... Totalmente clichê, certo? O Ancião original, mestre do Dr. Estranho nos quadrinhos, seguia bem o estereótipo. A Marvel quis fugir do clichê, por isso escolheu convidar a atriz Tilda Swinton para fazer uma releitura do papel. O lugar-comum do “Mestre” sendo um homem idoso, de cabelos brancos e quase sempre asiático, é quebrado com maestria, certo?

7. Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017)

Se tem uma coisa que geralmente recorre a clichê em qualquer filme é a relação entre pai e filho. Mas, em geral, o herói ou é órfão, tendo perdido o pai bondoso e sábio muito cedo, ou precisa lidar com um pai vilão. Guardiões da Galáxia Vol. 2 tem o clichê montado, com Peter Quill tendo de enfrentar o terrível Ego, seu pai biológico. Mas também tem a quebra do clichê, com Quill percebendo quem foi seu verdadeiro pai: Yondu — que acabou lhe criando e amando, do seu próprio jeito.

8. Vingadores: Guerra Infinita (2018) / Ultimato (2019)

No começo de Vingadores: Guerra Infinita, Hulk luta mano a mano com Thanos e acaba levando a pior. O clichê costuma ditar que o herói se recupera, segue se fortalecendo e então reencontra o vilão para a revanche, não é? Embora muitos fãs desejassem que isso acontecesse nos filmes que o sucederam, o desejo não se concretizou. Bom, não rolou nada de luta física, mas foi o Doutor Hulk quem deu o estalo com a manopla Stark para trazer de volta todos que Thanos fizera virar pó!

Apesar de ser o Homem de Ferro quem finalmente elimina o Titã Louco, revertendo seu malfeito, foi o Doutor Hulk. Uma revanche indireta, que fugiu totalmente do clichê “herói devolvendo a surra”.

9. Viúva Negra (2021)

O filme Viúva Negra é cheio de quebras de clichês, especialmente se pensarmos que parece muito um Missão Impossível liderado por mulheres e ainda com elementos típicos dos filmes do 007. A própria personagem de Scarlett Johansson usa o clichê da mulher fatal como disfarce, além de apelar para a vulnerabilidade feminina em diversos filmes. Também rompe com o clichê de agente durona quando mostra a importância que dá para as relações com amigos e a própria “família”. Mas a grande quebra de clichê em Viúva Negra está no vilão Taskmaster.

Vilã, na verdade, que nasceu como vítima da própria heroína e que, ao final, ao invés de ser eliminada ou sofrer uma morte “redentora”, é salva por Natasha que, dessa forma, promove sua própria redenção.

10. Gavião Arqueiro (2021)

Kate Bushop perdeu o pai em decorrência de uma batalha, o que a fez se tornar uma heroína. Em geral, essas situações costumam seguir o clichê de despertar o lado sombrio nos personagens, por conta da perda, levando-os a se tornar vilões.

Em contrapartida, na série Gavião Arqueiro, Kate Bishop dedicou a vida ao aprendizado das artes marciais e a usar o arco, assim como seu herói favorito. Sua capacidade de superar as perdas acaba transformando-a em aliada de Clint Barton, não em uma adversária amargurada e ressentida.

Os clichês não são necessariamente ruins, o problema é usá-los como uma solução fácil quando existem alternativas melhores, certo? Mas, e você? Já viu algum filme com clichê “quebrado” ou remodelado? Conte para a gente nos comentários!

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