10 Personagens de livros famosos, cujas pessoas que os inspiraram são desconhecidas de muitos

Arte
há 1 ano

arte não nasce do nada. Ela precisa de ideias e imagens da vida real ou, pelo menos, de outros tipos de arte. É por isso que os pintores desenham pedestres, os músicos ouvem os sons dos pássaros e os escritores dedicam livros a pessoas queridas. Qualquer coisa pode se tornar uma fonte de inspiração, até mesmo histórias bastante assustadoras, mas vale a pena conhecê-las para que seu trabalho favorito seja revelado de outro ponto de vista. Você sabe por que Alexandre Dumas escreveu A Dama das Camélias e não usou outro tipo de flor?

Incrível.club decidiu revelar as histórias de 10 personagens por trás dos quais estão escondidos fatos incomuns.

1. Long John Silver, A Ilha do Tesouro

“... me ocorreu algo divertido para John Silver, que prometia lhe render alguns minutos engraçados: escolher um conhecido meu a quem amasse e respeitasse, despojá-lo de suas virtudes e todas as suas dignidades superiores, não deixar-lhe nada, exceto sua força, coragem, sabedoria, sociabilidade e tentar encontrar sua personificação ao nível de um marinheiro rude”.

Na infância, William Ernest Henley contraiu tuberculose, motivo que levou à amputação de sua perna esquerda, no joelho. Até o fim de seus dias, ele andou de muletas. Seus conhecidos o descreviam como um homem alto de barba e com uma voz grossa. Um desses conhecidos era Robert L. Stevenson.

Mais tarde, o autor escreveu uma carta para William: “É hora de fazer uma confissão. Long John Silver nasceu enquanto contemplava sua força e autoridade debilitadas... A ideia de alguém que comanda e inspira medo apenas com o som de sua voz nasceu exclusivamente graças a você”.

2. Margarida Gautier, A Dama das Camélias

A protagonista de A Dama das Camélias é inspirada em Marie Duplessis, a amada do filho do escritor Alexandre Dumas — ele tinha o mesmo nome do pai. A tuberculose a obrigou a rejeitar flores com um forte aroma, como as rosas, por exemplo. Por isso adorava as camélias, que quase não têm cheiro.

3. Daisy Buchanan, O Grande Gatsby

Ginevra King nasceu na família de um rico empresário de Chicago e era uma solteira cobiçada. Aos 16 anos, ela estava andando de trenó com seus amigos quando conheceu F. Scott Fitzgerald, que tinha 18. Eles imediatamente gostaram um do outro, o romance se desenvolveu rapidamente e durou dois anos, mas depois Ginevra se casou com o filho de um dos sócios de seu pai. Ela contou a Fitzgerald sobre o compromisso em uma carta.

Os biógrafos acreditam que Fitzgerald ouviu a frase “Os rapazes não devem pensar em se casar com mulheres ricas” do pai de Ginevra.

4. Van Helsing, Drácula

O médico austríaco de origem holandesa Gerard van Swieten era o encarregado da saúde da imperatriz Maria Teresa I da Áustria e não hesitou em tirar vantagem de seu status elevado em benefício da ciência. Ele iniciou uma série de reformas, criando em Viena um sistema de educação médica de última geração. Graças a Gerard, um jardim botânico e um laboratório químico foram feitos.

O médico também era um inimigo apaixonado das superstições e, quando uma parte dos Bálcãs se juntou à Áustria, ele pessoalmente foi à Morávia para investigar “ataques de vampiros”, dos quais a população local reclamava. Após esta viagem, Swieten publicou um relatório no qual explicou todos esses casos de um ponto de vista científico, demonstrando que não havia nenhum vampiro. Os outros médicos o apoiaram e a imperatriz proibiu oficialmente o assassinato de suspeitos de vampirismo, nos quais eram cravados estacas ou outros aparatos tradicionais.

Considera-se que Bram Stoker tenha se inspirado no médico para a criação do doutor holandês que examinava casos do vampirismo no seu romance Drácula.

5. Barbárvore, O Senhor dos Anéis

C. S. Lewis foi um orador extraordinário com um belo tom de voz. Quando Lewis dava palestras, sua voz era ouvida mesmo por quem estivesse fora das salas onde discursava, com as portas fechadas. E J. R. R. Tolkien deu essa bela voz a um dos mais antigos Ents.

6. Santiago, O Velho e o Mar

Gregorio Fuentes conheceu Ernest Hemingway em 1928, 24 anos antes da primeira edição de O Velho e o Mar. Durante esse tempo, Gregorio foi capitão do iate do escritor e cozinhava para ele. Em repetidas ocasiões, eles até pescavam juntos (uma vez pegaram um marlim de 300 kg) e rastreavam submarinos durante a Segunda Guerra Mundial. Não surpreende que Gregorio tenha sido considerado a inspiração do personagem cuja história rendeu muitos prêmios a Hemingway.

Por outro lado, Fuentes não ficou sem receber algo em troca: até o final de seus dias (ele morreu aos 104 anos), jornalistas vinham entrevistá-lo e todas as sessões eram pagas.

7. Tintim, As Aventuras de Tintim

Em homenagem ao centésimo aniversário de Júlio Verne, em 1928 o jornal dinamarquês Politiken anunciou uma disputa entre adolescentes. O vencedor do concurso recebeu a possibilidade de percorrer o mundo às custas da editora, mas, para isso, tinha apenas 46 dias no máximo para fazer isso. Ele podia escolher qualquer meio de transporte, exceto via aérea. De centenas de participantes, um jovem de 15 anos chamado Palle Huld foi o escolhido e conseguiu fazer o percurso em 44 dias. Na volta, 20 mil pessoas foram encontrá-lo em Copenhague. Durante sua viagem, Palle visitou a Alemanha, a Grã-Bretanha, a Polônia, a União Soviética, a China, a Coreia, o Japão e o Canadá. Os quadrinhos sobre Tintim começaram a sair em 1928, após a primeira viagem de Huld.

Tintim, como seu inspirador, deu a volta ao mundo e se envolveu em todos os tipos de aventuras. Visualmente, Palle e Tintim também são semelhantes: ambos tem rostos gordinhos, uma madeixa sobressalente e usam shorts e uma capa de chuva.

8. Lisbeth Salander, Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres

Stieg Larsson não escondeu que se inspirou em sua colega e compatriota Astrid Lindgren para os personagens de seu livro. Frequentemente, o jornalista Mikael Blomkvist é chamado Bill Bergson nos livros — um garoto detetive do romance de Lindgren. A imagem de Lisbeth foi inspirada em uma versão adulta que Pippi Långstrump poderia ter sido. Isso se reflete até na aparência: Lisbeth é ruiva.

9. Ichabod Crane, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça

Durante a guerra anglo-americana de 1812, Washington Irving trabalhou como assistente de campo do general Thompkins. Então, acompanhando-o em uma das inspeções, conheceu o capitão Ichabod Crane. No entanto, o escritor apenas pegou seu nome emprestado. Mas a imagem do mestre provincial ele a copiou de Jesse Mervin, que lecionava na aldeia de Kinderhook, onde Irving viveu por vários meses em 1809. Isso foi testemunhado pelo então presidente dos Estados Unidos, Martin Van Buren, que conhecia Irving e Mervin muito bem.

Mas ao contrário do professor de literatura, Mervin viveu em silêncio até a velhice, desfrutando de um respeito universal.

10. Capitão Quint, Tubarão

Peter Benchley, que escreveu Tubarão, imaginou um tubarão gigante por um longo tempo, mas não conseguia escrever um roteiro decente. Só ousou fazê-lo em 1964. Naquela época, nas revistas americanas, ele escreveu sobre um extraordinário e sortudo pescador chamado Frank Mundus, que havia conseguido capturar vários tubarões brancos. Um deles pesava quase 3 toneladas. Benchley até conheceu Mundus pessoalmente e chegou a pescar com ele. Posteriormente, tanto Frank quanto Peter começaram a dar palestras sobre a proteção dos tubarões.

Quando perguntaram a Mundus o que achava da adaptação cinematográfica de Tubarão — A Vingança, ele criticou os detalhes do filme observando, por exemplo, que nenhum tubarão poderia arrastar um navio daquela maneira.

Que outro personagem você acha que poderia ter sido inspirado em uma pessoa real? Conhece alguém cuja vida pode ser inspiração para um bom livro ou roteiro?

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