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A ciência não para, e a histórica também não. No entanto, cineastas e até autores de livros didáticos nem sempre acompanham essas descobertas. Como resultado, continuamos acreditando que, na Idade Média, as pessoas não tomavam banho e achavam que a Terra era plana, e que a Austrália foi descoberta por James Cook.
Na Idade Média, as pessoas acreditavam que a Terra era plana
Uma ilustração do "Códice Latino", do século XII, retrata a Terra como uma esfera.
Às vezes, ouvimos dizer que Cristóvão Colombo fez sua viagem para provar que a Terra era redonda. Na verdade, naquela época, as pessoas já sabiam muito bem que nosso planeta não era plano. E esse conhecimento existia desde a Antiguidade.
Já no século IV a.C., Pitágoras, e depois Aristóteles e Euclides, escreveram sobre a Terra como uma esfera. Ptolomeu, em sua "Geografia", considerava um fato que nosso planeta tinha forma esférica. Essa obra foi escrita 1.300 anos antes da viagem de Colombo e serviu como um guia de referência para o lendário navegador português. A grande questão que Colombo queria responder não era sobre a forma da Terra, mas sim a extensão do oceano que ele pretendia atravessar.
Vestidos com cordões tinham ilhós de metal
Os cordões eram uma parte essencial das roupas medievais, tanto para homens quanto para mulheres. E, nos filmes, os figurinistas frequentemente usam esse elemento nas roupas. No entanto, os ilhós de metal, pelos quais os cordões passam, só foram inventados no século XIX. Antes disso, os costureiros faziam os furos e os reforçavam com pontos de costura à mão.
Maria Antonieta certa vez disse: "Que comam brioches"
Dizem que Maria Antonieta era muito extravagante, cínica e indiferente ao sofrimento alheio. A ela é atribuída a famosa frase "Que comam brioches", supostamente dita ao saber que seus súditos não tinham pão suficiente. Embora os historiadores concordem que os gastos da realeza eram exorbitantes, muitos duvidam que Sua Majestade tenha realmente pronunciado palavras tão insensíveis.
Antonia Fraser, autora de uma biografia de Maria Antonieta, argumenta que essa citação seria completamente fora de caracter para a rainha francesa — uma mulher inteligente que ajudava os pobres, doando generosamente para causas beneficentes. Além disso, frases como "Que comam brioches" já foram atribuídas a outras figuras históricas. Por exemplo, Maria Teresa, uma princesa espanhola que se casou com o rei Luís XIV em 1660.
James Cook descobriu a Austrália
Muita gente aprendeu na escola que o capitão James Cook foi o descobridor da Austrália. Mas, na realidade, os europeus já sabiam da existência desse continente bem antes dele. A primeira vez que um europeu pisou na Austrália foi em 1606, graças ao navegador holandês Willem Janszoon.
No mesmo ano, o explorador espanhol Luís Vaez de Torres navegou pelo estreito que hoje leva seu nome, o Estreito de Torres. Depois disso, foram 29 navegadores holandeses que, ao longo do século XVII, exploraram as costas oeste e sul da Austrália, batizando o continente de "Nova Holanda". James Cook só entrou em cena em 1770, quando mapeou a costa leste do país.
Que os castelos medievais tinha um cheiro ruim
Tanto nos livros escolares quanto em muitos filmes, a Idade Média é frequentemente retratada como uma época sombria, marcada pela falta de higiene e pelos odores desagradáveis. No entanto, na realidade, as pessoas daquela época tinham um cuidado bastante rigoroso com a higiene. A nobreza, por exemplo, tomava banhos com frequência, muitas vezes em infusões de ervas, e depois se enxaguava com água de rosas.
Os moradores das cidades utilizavam banhos públicos. No século XIII, Paris já contava com mais de 32 casas de banho. Até mesmo em pequenas cidades havia estabelecimentos semelhantes, muitas vezes ligados a padarias que aproveitavam o calor dos fornos para aquecer a água.
Os faraós do Antigo Egito tinham corpos bem definidos
Os faraós do Antigo Egito eram frequentemente retratados como figuras esbeltas e musculosas. No entanto, na realidade, muitos deles sofriam de sobrepeso, frequentemente associado a problemas de saúde, como o diabetes. Isso era resultado de um estilo de vida luxuoso e do excesso no consumo de alimentos. A lendária rainha Hatshepsut, por exemplo, era extremamente obesa e sofria de calvície, embora até mesmo seu sarcófago tente nos convencer de que ela tinha um corpo esbelto.
Roma foi o principal centro cultural da Renascença
A Era Renascentista é frequentemente associada à arte italiana, levando muitos a acreditar que Roma era o principal centro cultural dessa época. Porém, sinto informar: a Cidade Eterna não estava em sua melhor fase. Em 1309, o Papa transferiu sua residência para o sul da França, o que fez com que Roma perdesse boa parte de sua influência cultural e política. Durante o auge do Renascimento, a população da cidade caiu drasticamente, atingindo apenas 10 mil habitantes — um contraste gritante com os tempos de glória, quando Roma abrigava um milhão de pessoas.
Da Vinci é o sobrenome do grande Leonardo
Na realidade, o genial pintor não tinha um sobrenome, pelo menos não no sentido moderno da palavra. "Da Vinci" significa simplesmente "de Vinci", referindo-se à sua cidade natal. Seu nome completo era Leonardo di ser Piero da Vinci, ou seja, "Leonardo, filho do senhor Piero, de Vinci".
Os ninjas vestiam preto e eram mestres em artes marciais
Graças aos quadrinhos e ao cinema, nos acostumamos a imaginar os ninjas como mestres imbatíveis em artes marciais. Embora soubessem lutar, essa não era sua principal função. A verdadeira missão dos ninjas era o espionagem, e, por isso, evitavam confrontos diretos, preferindo agir nas sombras.
Se os ninjas usassem roupas pretas na vida real, seriam facilmente reconhecidos. Por isso, seu visual era bem variado. Eles podiam, por exemplo, se disfarçar com vestidos femininos, como ilustrado acima. Muitas vezes, usavam roupas de trabalho de camponeses, geralmente de cor azul-escura, que, acreditava-se, afastava cobras venenosas.
Joana d'Arc era uma humilde pastora
A história de Joana d’Arc é repleta de mistérios, começando por seu próprio nome. A própria Joana não usava um sobrenome, apresentando-se como Joana, a Virgem. Muitos historiadores afirmam que a grafia de seu nome com o apóstrofo está incorreta e que o certo seria "Darc". Outros defendem que a grafia tradicional está correta, sugerindo um possível vínculo com a nobreza e desmontando o mito de que Joana seria uma simples camponesa.
Há uma grande possibilidade de que o verdadeiro sobrenome de Joana fosse o da mãe, "de Romée", já que na região onde a heroína nacional da França nasceu, era comum que jovens solteiras fossem chamadas pelo sobrenome de solteira da mãe.
Além disso, a Donzela de Orleães estava longe de ter um caráter angelical. Ela frequentemente era difícil de lidar, envolvia-se em brigas com seus aliados e causava tensão com seus poderosos patronos. Joana também dominava a arte do sarcasmo. Durante seu julgamento, quando um padre com forte sotaque regional perguntou em que língua as vozes falavam com ela, Joana respondeu que era em francês, mas falavam muito melhor que ele.
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