10 Detalhes de bastidores que conseguem deixar esses programas clássicos ainda melhores

Famosos
há 2 anos

Muitos programas da TV, ainda que muito queridos pelo público, acabam cancelados por motivos variados. Quando isso acontece, só resta aos fãs relembrarem os bons momentos que passaram enquanto o seu programa ainda existia (alô, TV Globinho). Contudo, por mais que fossem fãs, existem curiosidades que muitas pessoas podem desconhecer. Algumas delas só são reveladas anos depois, em entrevistas com os artistas envolvidos. Então, prepare-se, porque vamos revelar algumas agora.

1. Os bonecos e as fantasias da TV Colosso exigiam muitos atores para ganhar vida e tomavam banho de xampu e condicionador

TV Colosso foi um programa matinal infantil da Globo que mostrava como seria uma emissora de TV comandada por cachorros, do presidente ao office boy. Os cachorros eram vividos por marionetes, fantoches e atores vestindo fantasias de até 2 m de altura. Essas fantasias maiores, como a de Priscila, por exemplo, eram tão pesadas que dois bailarinos precisavam se revezar para realizar seus movimentos. Além disso, dubladores e marionetistas também davam movimento aos personagens.

O elenco de bonecos era composto por 25 cachorros e 3 pulgas. Alguns deles interpretavam vários papéis, já que o programa tinha um total de 50 personagens. Assim como os cachorros reais, os bonecos também precisavam de banhos. A cada dois meses, eles eram colocados em banheiras e lavados com xampu e condicionador. Chique, né? Ah, o tema da abertura era cantado pelas Paquitas e mostrava cachorros reais de diversas raças, correndo de um lado para o outro.

2. A Dona Benta do Sítio do Picapau Amarelo hesitou em aceitar o papel porque não suportava o contato com a natureza

Sítio do Picapau Amarelo foi lançado na década de 1970, mas teve várias reprises nas décadas seguintes, inclusive durante a TV Colosso. Curiosamente, a atriz Zilka Sallaberry quase negou o convite para interpretar a Dona Benta. Ainda mais quando soube que as gravações seriam em um sítio de verdade e não em um estúdio. A atriz era uma pessoa muito urbana e odiava o contato com a natureza. Felizmente, aceitou o papel, se apaixonou pela personagem no primeiro dia e conquistou o público também.

“Eu sou muito agitada e a Dona Benta é calma”, disse a atriz. Segundo ela, no primeiro dia de gravação, ela perguntou se poderia interromper para ver como estava ficando. “Não esqueço nunca”, ela confessa, “A primeira cena minha, em que eu apareço no Sítio, eu estou sentada no alpendre fazendo crochê e a Nastácia vem com os ovos da galinha para eu ver se estão bons. Aí eu respirei aliviada. Eu vi que eu estava na linha certa”.

3. O ponto alto de cada programa Em Nome do Amor vinha da certeza de Sílvio Santos do que era a melhor “paquera”

Após ficarem se olhando por binóculos em um canto do palco, cada episódio de Em Nome do Amor terminava com uma dança lenta, ao som de alguma música romântica. O momento era uma ideia do próprio Sílvio Santos, que acreditava que a melhor forma de paquera era proporcionar um baile à moda antiga no palco. O programa era um remake do Namoro na TV e do Quer Namorar Comigo?, que o próprio Sílvio apresentava e que foi inspirado no espanhol Lo que necesitas es amor.

4. Antes de ser atriz, Paolla Oliveira esteve no Passa ou Repassa como assistente de palco

O programa, que já passou pelas mãos de Celso Portiolli, Gugu Liberato, Angélica e o próprio Sílvio Santos, é uma gincana entre equipes, inspirada no americano Double Dare, da Nickelodeon. Curiosamente, uma das assistentes de palco do Passa ou Repassa mais tarde se tornaria uma atriz famosa, Paolla Oliveira. Depois de sua temporada no programa, ela fez algumas novelas bem badaladas, como A Dona do PedaçoA Força do Querer.

5. Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica, teve um papel importante na criação do Xou da Xuxa

Muito cuidado e planejamento envolveu o matinal infantil Xou da Xuxa antes de seu lançamento, em 1986, na Globo. A proposta era criar um palco cheio de brinquedos, onde as crianças pudessem transitar livremente, como se estivessem em um parque de diversões. E uma das mentes por trás do design do cenário foi ninguém menos que Mauricio de Sousa. Havia um dragão, por exemplo, cuja cauda era um escorregador, e um carrossel em volta de uma árvore, com uma casa na sua copa.

Além disso, havia um cinegrafista com uma câmera portátil e vestido de palhaço, que circulava entre as crianças para capturar suas reações. Cerca de um ano depois, o cenário sofreu sua primeira modificação, ainda por Maurício. Houve alterações na nave da Xuxa e a inclusão de novos brinquedos, na forma de personagens próprios de suas músicas e histórias, como o cãozinho Xuxo. Esse segundo cenário sobreviveu até 1991, quando foi redesenhado, mas já não mais pelo pai da Mônica.

6. O programa Márcia, do SBT, foi inspirado em um talk show americano e quase perdeu sua apresentadora para a Globo

Márcia Goldschmidt queria trabalhar no mundo artístico desde cedo, por isso, investiu na carreira de modelo e até chegou a fazer ensaios fotográficos em Paris, nos anos 1980. De volta ao Brasil, ela abriu uma agência de relacionamentos, que também gerou a oportunidade de apresentar um programa na extinta Rede Mulher. Até que ela viu um anúncio no jornal dizendo que o SBT procurava uma apresentadora para estrelar uma versão brasileira do programa Ricki Lake, dos EUA.

O tal programa era um talk show comandado pela atriz de mesmo nome, que levava temas sensacionalistas e contava com a participação de uma plateia jovem. Márcia conseguiu a vaga e estreou o programa em 1997. O sucesso foi tanto que ela recebeu uma proposta para ir para a Rede Globo apenas cinco meses depois. Contudo, assim que soube da possível mudança, Sílvio Santos fez uma contraproposta que convenceu a apresentadora a ficar na emissora. Você sabia disso?

7. Na TV Record, eles eram Os Insociáveis, mas mudaram para Os Trapalhões quando foram para a TV Tupi

Renato Aragão, Manfried Sant’Anna (Dedé), Roberto Guilherme (Juvenal) e Antônio Carlos Bernardes Gomes (Mussum) estrearam na década de 1970 um humorístico na TV Record, chamado Os Insociáveis. Depois, foram para a TV Tupi, onde adicionaram Mauro Faccio Gonçalves (o Zacarias) na nova trupe, agora chamada de Os Trapalhões. Seu sucesso despertou a atenção de Boni, diretor da Globo e pai de Boninho, que os contratou em 1977 para levar o programa para a emissora, com uma ousada proposta.

A proposta era fazer um programa de humor com liberdade de improviso. Como a emissora se orgulhava do seu “padrão Globo de qualidade”, Renato Aragão temeu aceitar a mudança, no início, mas aceitou. Entretanto, Boni permitiu que os humoristas continuassem com seus improvisos absurdos, que incluíam muitas vezes quebrar os objetos cenográficos ou ironizar sua própria atuação cafona, por vezes não conseguindo segurar o riso. Se foi um sucesso? Bom, eles ficaram 18 anos no ar.

8. A Praça é Nossa surgiu da observação de uma praça real e é considerada a responsável pelo nascimento de Os Trapalhões

O programa humorístico que conhecemos sendo apresentado por Carlos Alberto de Nóbrega foi criado e inicialmente apresentado por seu pai, Manoel de Nóbrega. De férias na Argentina, Manoel observava pela janela do hotel um velhinho sentado no banco de uma praça, lendo jornal, enquanto outras pessoas iam chegando, trocavam algumas palavras com ele e iam embora, dando lugar a outra pessoa. A cada um que chegava, o velhinho interrompia a leitura e voltava a ler depois que iam embora.

Manoel, então, pensou em como isso daria um ótimo programa, com um cenário fixo e personagens se alternando para contar suas piadas ao apresentador. Assim surgia, em 1956, A Praça da Alegria — que mudou de nome depois. Entre os vários personagens que passaram pelo banco de Manoel, estavam o artista circense Dedé, humorista então famoso apenas no Ceará. Em entrevista a Danilo Gentili, Dedé afirmou que talvez Os Trapalhões não existissem se não fosse pela Praça da Alegria.

9. Nos primeiros episódios de Mundo da Lua, a família era outra e eles moravam em um apartamento — mas isso nunca foi ao ar

Quatro episódios de Mundo da Lua foram gravados e, em seguida, descartados pela TV Cultura. Eles mostravam a família de Lucas Silva e Silva um pouco diferente. O pai era vivido pelo mesmo Antonio Fagundes, mas sem bigode, o avô Orlando era interpretado por outro ator e a avó deixou de existir. O novo Orlando era viúvo e vivido pelo ator global Gianfrancesco Guarnieri. Além disso, esses episódios foram gravados em um apartamento, em vez da tradicional casa que fica no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo.

10. O Lobisomem que aterrorizou muitas crianças em Mundo da Lua voltou anos depois para fazer o mesmo em Castelo Rá-Tim-Bum

Mundo da LuaCastelo Rá-Tim-Bum têm mais de uma coisa em comum, além de serem programas infantis da TV Cultura, claro. O ator Luciano Amaral vive Lucas no primeiro e Pedro no segundo. Ainda, Flávio de Souza escreveu Mundo da Lua e interpretou o tio de Lucas, além do cientista Tíbio, no Castelo, fazendo dupla com Perônio (Henrique Stroeter).

Contudo, a coincidência mais legal é o Lobisomem que aparece no episódio Medo do Escuro para aterrorizar Lucas (e todos nós) e retorna anos depois idêntico, no episódio Com Que Roupa Eu Vou?, um especial de Carnaval do Castelo Rá-Tim-Bum. Só quem ficou traumatizado com ele no Mundo da Lua pôde reconhecê-lo, ainda assustador, no castelo.

Esses programas divertiram muitas pessoas e saber dessas curiosidades só aumenta a nossa admiração, não é mesmo? Quanto a você, de qual programa antigo sente mais falta?

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