Adorei o artigo, sou mãe de 3 viagem,sou mãe de um casal porque perdir o bebê no parto,tenho uma menina de 4 e um menino de 1 ano,e cuido literalmente sozinha deles,tenho que lhe dá,com tudo o que o texto diz,e ainda com uma perda,ainda é muito difícil,mas tento seguir em frente,más sempre procuro ler esses tipos de artigos que me ajudam bastante! Obrigada.
10 Realidades complicadas que a maternidade me mostrou e como as enfrentei
Não é novidade para ninguém a grande mudança que representa a maternidade na vida de uma mulher. Como mães, sabemos perfeitamente as significativas e incontroláveis transformações que atravessamos. Meu nome é Ana, sou mãe de primeira viagem e, como muitas outras mães, não desejaria falar sobre aquelas situações da maternidade que não parecem tão encantadoras, principalmente por medo dos julgamentos. No entanto, excepcionalmente, decidi falar com a intenção de mostrar que não estamos sozinhas e que, por amor, podemos seguir tentando mais e mais vezes.
Especialmente para o Incrível.club, quero contar algumas das experiências mais complicadas que enfrentei como uma mãe que ama profundamente seu filho.
1. A maternidade impactou fortemente minha autoestima
Confirmando o que vivi, um estudo da Universidade de Tilburg, na Holanda, demonstrou que ter filhos pode influenciar na diminuição da autoestima de uma mãe por até 3 anos. Participaram dessa pesquisa mais de 84 mil mulheres que relataram uma redução da autoestima após o nascimento de seus filhos.
As razões são múltiplas e algumas podem afetar mais que outras: a mudança física que em muitas ocasiões percebi e encarei como negativa, a atenção do meu marido voltada ao bebê e ao trabalho, o tempo de cuidados comigo mesma, que diminuiu, entre outras frustrações. Isso não quer dizer, de maneira alguma, que não amava meu filho. Ao contrário: entendi que o amo tanto e com tanta força que sou capaz de suportar várias provações e abrir mão de meu próprio bem-estar.
2. Não, não tenho paciência ilimitada, como acreditava ter
Amo meu filho acima de todas as coisas, mas às vezes há dias ruins — e, sim, haverá outros ainda. Seja por conta de cansaço, de mudanças hormonais ou de qualquer outra condição, um simples choro, pequenas travessuras, birras ou exigências de sua parte me levam ao limite da paciência. A vontade é de sair correndo de seu lado para ter um segundo de paz e relaxamento sozinha. Mas não. Como mães, não podemos fugir, e muitas vezes nossa única defesa — ou ataque — é gritar.
No entanto, compreendi que não sou uma mãe ruim por ter gritado ou por ter reagido de forma negativa. Simplesmente sou humana e essas explosões são normais.
3. Há ocasiões (muitas) em que sinto que não vou dar conta
Foi difícil entender que agora tenho um trabalho 24 horas por dia e 7 dias por semana sem descanso, ou com raríssimos momentos de ócio. E, mesmo que seja a coisa mais linda que já me aconteceu, não posso negar que é completamente esgotante. Talvez já tivesse imaginado antes as exigências da maternidade, mas não sabia que podia me sentir rebaixada por essa demanda de atenção e presença que meu filho exige.
Tudo isso me fez sentir que não era capaz de dar conta da missão de ser mãe. A sensação é de que tanta dependência me incomoda. Enfim, cheguei a pensar que realmente não tinha capacidade para isso. Mas, sim, hoje sei que posso e poderei porque amo esse pequeno ser mais do que minha própria vida e não seria feliz se não o tivesse. E isso, o amor, é a maior fortaleza de todas.
4. Luto contra muitas tormentas emocionais
Não é só a autoestima, o cansaço ou a impaciência; também é o ir e vir de emoções positivas e negativas sem aviso prévio. Em um determinado momento, sinto que sou forte e invencível como um furacão, com uma energia e vitalidade que desconhecia, e, no segundo seguinte, me sinto tão só quanto um pequeno vento capaz de mover apenas um galho, com emoções que me sufocam e me fazem sentir vulnerável e incapaz de tudo.
São tantas as emoções que sobem e descem que me fazem sentir como se estivesse em uma montanha russa e em certas ocasiões penso que estou realmente ficando louca. Mas, ao refletir, entendo que não é nada disso, e sim somente um conjunto de novas situações com as quais devo aprender a lidar cedo ou tarde.
5. Sou capaz de sentir muito amor e cansaço ao mesmo tempo e pela mesma pessoa
Quando meu bebê chegou, me vi obrigada a encarar um ritmo de vida diferente daquele com o qual estava acostumada. As mulheres de hoje em dia vivem em uma época de ritmo mais acelerado e de muita ação, mas, para um bebê, é tudo diferente. Seu ritmo é mais lento, com menos expectativas e mais tranquilo. E isso, para mim, foi um tanto frustrante e chato.
Ser mãe é uma missão grande, importante e linda, mas não é a única na vida de uma mulher. Ao cuidar do meu bebê, sentia uma vontade incontrolável de fazer mais que isso porque decidi fazer uma pausa em minha vida para dar conta exclusivamente da criação de meu filho. Paradoxalmente, mesmo que deseje sair, quando estou fora e tentando ter um momento de lazer, só consigo pensar em ficar com meu filho, em abraçá-lo e enchê-lo de beijos, de tanta saudade que sinto.
6. O cansaço é meu estado permanente
Já disse isso, mas a maternidade é um trabalho em tempo integral e sem descansos porque, mesmo no descanso, um filho não espera e suas necessidades requerem a total atenção de nós, mães. E mesmo que eu seja uma mulher que, por vontade e por amor, decidiu dedicar grande parte da vida para se doar aos filhos, nunca há tempo para o descanso.
Nesses momentos em que meu pequeno me presenteia com uns minutos de descanso, aproveito para realizar uma lista sem fim de tarefas pendentes e que havia pausado para atendê-lo. O mais incrível é que é necessário realizar tudo em um tempo recorde para otimizar cada segundo; algo que parece que ninguém compreende.
7. Ser mãe me deu uma nova e confusa identidade
Sim, o maior, mais forte e mais sincero amor que já senti na vida foi pelo meu bebê, mas isso não evitou que eu vivesse um duelo entre quem eu era antes de ser mãe e a mulher em que me transformei e que jamais deixarei de ser. Todas nós, mulheres, temos de deixar algo para trás e algumas lidam melhor do que outras com isso, mas o fato é que todas renascemos em uma nova identidade que nos torna mães.
Como mãe, cheguei a sentir que minha individualidade estremecia com as mudanças de fralda, a atenção que dava ao meu filho, as brincadeiras no parque e as noites de sono interrompidas. E chego a sentir orgulho pela incrível capacidade que tive e tenho de ousar na profundidade da maternidade, mesmo que muitas vezes me assuste e me perca; e, sim, mesmo que também custe muito me reencontrar.
8. Me sinto rejeitada e julgada pela sociedade
Acredito que uma das realidades mais duras da maternidade seja a invisibilidade dessa nossa valiosa missão. Talvez isso aconteça porque vivemos em uma sociedade que dá pouco valor ao papel da mãe. Ser mãe já é uma tarefa difícil, mas há ainda a pressão social por ser independente, provedora, profissional. Não menos importante, ainda existe a clássica e ultrapassada ideia de que também devemos gerenciar integralmente os afazeres domésticos, como se manter a casa em ordem fosse uma pré-disposição genética exclusivamente feminina.
E, como se fosse pouco, também devo lidar com as críticas e opiniões que muitas vezes me fazem duvidar de minha própria capacidade de ser mãe e conciliar tudo. Soa triste, mas senti que até meu marido é incapaz de apreciar minha decisão de fazer uma pausa na minha própria vida em favor da criação do nosso filho, coisa que deveria competir igualmente a ambos.
9. Sempre senti culpa por pensar no que falei anteriormente
O que mais me consome é a culpa, porque me fizeram acreditar que um bebê me transportaria para um mundo rosa cheio de felicidade. De fato, grande parte do tempo é assim mesmo: quando a mão do meu bebê agarra os meus dedos; quando me reconhece e sorri porque para ele não existe nada no mundo mais importante do que eu; quando noto que ele gosta de minha proteção; quando o vejo dormir; quando falou “mamãe” pela primeira vez ou quando diz “te amo” com sua boquinha. Ou ainda quando se assusta pelas novidades que seus olhos e todos os seus sentidos estão conhecendo.
Sem dúvida o amo, mas ainda assim, tudo o que disse anteriormente me faz sentir culpada e envergonhada. Mas isso é algo que não costumo contar porque, quando comento isso com as pessoas, não parecem entender minhas emoções “negativas”. Mas não significa, de maneira alguma, que não ame meu filho.
10. A maternidade me doeu como nada antes me doeu
Cada segundo em que me transformava em mãe me doía e não se trata de uma dor física; tudo o que mencionei antes me machuca, às vezes muito, às vezes pouco. Dói me sentir pouco atrativa, dói a falta de atenção. Dói explodir e logo me arrepender. Dói o cansaço. Doem as opiniões negativas das pessoas ou as culpas. Por sorte, todas essas dores são minimizadas pelo amor que sinto por meu filho. Mas são dores que, às vezes, voltam.
Quando alguém se torna mãe, precisa de muito apoio e, particularmente, acredito que essa deveria ser a tarefa mais nobre dos pais: apoiar as mães, que por sua vez dão o principal suporte aos filhos. Todas nós precisamos ser apoiadas e cuidadas.
11. Uma última realidade
Sei que agora você pode perceber que muitas mulheres passam por essas situações e também sei que isso deixará você mais tranquila se estiver vivendo essa realidade. Não somos mães más, nem nascemos sem instinto materno, muito menos somos pessoas más por experimentarmos tantos pensamentos e emoções.
Pelo contrário, você é uma mulher incrível por atrever-se a enfrentar todas as dificuldades e uma mãe maravilhosa com sua vulnerabilidade, seus esforços sem medida, sua grande intensidade amorosa e também desesperada. Você é uma mãe profundamente capaz de fazer que seus filhos alcem voo e encontrem fortes raízes ao voarem. A melhor parte é que eles, sim, veem em você o que realmente é: um ser único e uma mulher merecedora de amor infinito, sua porta ao mundo, seu refúgio, seu consolo.
Meus conselhos para as mães que passam pelo mesmo
Primeiro, é necessário entender que, se uma pessoa se sente rebaixada pelo tamanho de uma responsabilidade, não é porque não possa com o dever, mas sim porque simplesmente tem uma percepção equivocada de si mesma. Sobretudo por essa sensação é que às vezes nos sentimos tão mal. Mas tudo bem. É necessário ir transformando nossa realidade com as dicas a seguir, que me ajudaram muito e provavelmente poderão te ajudar também:
- Valorize-se. Estamos em todo nosso direito de sentir e pensar, e isso é totalmente respeitável. Convença-se disso, agradeça e diga adeus à culpa. Você não está fazendo nada de errado, nem prejudicando alguém.
- Cultive a paciência. Tudo é um processo, incluindo o crescimento de seus filhos. Viver o presente a ajudará a situar-se no tempo e no espaço e, assim, a conquistar pequenos momentos para si.
- Cuide-se. Suas necessidades são importantes, não se deixe para depois! Escute-se e cumpra alguns de seus caprichos. Isso te ajudará a se energizar e seguir adiante. Se você está bem, seu bebê também estará.
- Flua ao ritmo da maternidade. Não se cobre tanto nem tente dar conta de tudo desde o início. Não é saudável nem recomendável para sua saúde mental. Somente ajuste seu tempo às possibilidades do momento.
- Dê a si pequenos presentes. Pense em tudo o que você já conquistou até agora, parabenize-se por essas pequenas conquistas que, de pouco a pouco, se transformarão. Acredito em você e já a parabenizo e admiro porque está conseguindo!
- Conheça as fases de desenvolvimento infantil. Haverá momentos que farão você pensar que está fazendo algo errado, mas muitos desses momentos são apenas etapas das crianças. Conhecê-los e prever essas situações dará mais segurança a você.
- Não se feche em casa. Saia com seu filho e busque um espaço onde você entre em contato com a natureza. Isso ajudará vocês no relaxamento e na revitalização.
- Escreva. Escrever tudo o que vier à sua mente pode ajudá-la muitíssimo quando sentir que algo está errado. Você pode até mesmo fazer desenhos e pinturas.
- Busque grupos de apoio. Isso pode ser feito por meio das redes sociais ou mesmo em centros especializados. Identificar-se com um grupo a ajudará a não desanimar e alcançar os objetivos em comum a partir de suas possibilidades e espaços. O apoio mental sempre ajuda.
Sei que ainda há muito o que combater e construir para que conquistemos nossa própria saúde mental e possamos viver nosso presente, aceitando as luzes e também as sombras. Mas podemos tornar nossa realidade mais agradável. Você se identificou com alguma dessas situações que foram apresentadas acima? Como lida com elas? Conte sua experiência!
Comentários
Sou mãe de duas meninas, passei por tudo isso, hoje a mais nova tem 2 anos e aprendi a cuidar de mim primeiro para ter energia e disposição pra cuidar da minha família!
É bem a orientação das comissárias de bordo: em caso de turbulência coloque o oxigênio primeiro em você! Depois na pessoa que estiver do seu lado, pois se tentar socorrer primeiro quem está do seu lado, você não consegue e desmaia antes. Assim é na vida.