10 Escritoras que usaram nomes de homens para alcançar o sucesso

Curiosidades
há 4 anos

Nos séculos passados, a literatura era considerada uma coisa para os homens. De fato, era impensável que uma mulher pudesse mostrar características de inteligência, porque isso era visto como uma transgressão. Até mesmo as editoras tradicionalmente trabalhavam apenas com homens e fizeram todo o possível para impedir que uma autora fosse publicada. É por isso que muitas mulheres que queriam escrever livros optaram por usar pseudônimos masculinos.

Embora atualmente os tempos tenham mudado e as escritoras sejam aceitas no mundo literário, ainda há casos de autoras que no século 21 decidiram usar um pseudônimo para ter mais sucesso.

Incrível.club compilou uma lista de 10 mulheres que contribuíram com obras importantes para o mundo literário e que merecem ser conhecidas por seus nomes reais. Além disso, incluímos um bônus com uma das escritoras mais famosas da era vitoriana.

1. Mary Ann Evans — George Eliot

Mary Ann Evans foi uma jornalista, poeta e autora que publicou seu primeiro romance, Adam Bede, em 1859. Para evitar ser vista como uma simples escritora de histórias românticas, Mary Ann usou o pseudônimo George Elitot, já que considerava que somente se usasse um nome masculino seria levada a sério. Além do mais, isso a ajudaria a evitar o escrutínio público. Em 1874, ela publicou Middlemarch: um estudo da vida provinciana, uma das obras mais famosas da literatura inglesa e que a tornou uma das escritoras mais importantes da era vitoriana.

2. Nelle Harper Lee — Harper Lee

Nelle Harper Lee cresceu no sul dos Estados Unidos na década de 1930, período em que atos de racismo, injustiças das classes sociais e a supressão do gênero feminino eram frequentes. A escritora publicou apenas dois livros em sua vida, mas um deles, O sol é para todos, é considerado um dos mais importantes da literatura daquele país, pois abordava os temas que afetavam diretamente aquela região. Lee escolheu usar seu segundo nome, Harper, para assinar seus trabalhos, porque soava mais masculino. Durante vários anos, o público pensou que o autor era realmente um homem.

3. Alice Bradley Sheldon — James Tiptree Jr.

Alice Bradley Sheldon é reconhecida como uma das mais famosas escritoras de ficção científica de sua época. Além disso, ajudou a quebrar os paradigmas que existiam na percepção entre a literatura masculina e feminina. Em 1968, ela começou a usar o pseudônimo James Tiptree Jr. Escolheu James porque era um dos nomes mais comuns entre os homens, enquanto Tiptree foi inspirado em um pote de geleia.

Devido aos temas de seus livros, muitos pensaram que, na realidade, James era uma mulher, mas Alice continuou a usar o pseudônimo até 1976. Anos depois, em uma entrevista, ela explicou o motivo: “Um nome masculino parecia uma boa maneira de me camuflar, senti que um homem passaria despercebido. Eu tive muitas experiências em minha vida por ser a primeira mulher em uma determinada ocupação”.

Hoje, em homenagem ao trabalho de Alice, um prêmio é concedido nos Estados Unidos à melhor obra literária do gênero de ficção científica ou fantasia. O prêmio tem o seu nome, mas no masculino “James Tiptree, Jr. Literary Award”.

4. As irmãs Brontë

Em uma pequena casa de pedra e madeira em Haworth, Inglaterra, entre 1846 e 1847 viveram Charlotte, Emily e Anne Brontë. Durante esse período, as irmãs escreveram três dos clássicos do romantismo: Jane Eyre, O morro dos ventos uivantesAgnes Gray. Essas autoras da era vitoriana são consideradas pioneiras, porque abriram o caminho para que outras mulheres fossem aceitas no mundo da literatura.

Charlotte Brontë, sob o pseudônimo de Currer Bell, é responsável por um dos livros mais reconhecidos de todos os tempos, Jane Eyre.

Emily Brontë utilizou o nome Ellis Bell para publicar O morro dos ventos uivantes.

Anne Brontë assinou como Acton Bell o livro Agnes Grey.

Os três romances foram colocados à venda em 1847, e as irmãs usaram suas iniciais para criarem seus pseudônimos.

5. Aurore Dupin — George Sand

Amantine Lucile Aurore Dupin começou a usar o pseudônimo George Sand em 1831 depois de se divorciar do marido e se mudar para Paris. Ela também aproveitou a oportunidade para começar a usar roupas masculinas, o que lhe permitiu caminhar pelas ruas parisienses em liberdade e ter acesso a lugares onde a entrada de mulheres era proibida. Foi assim que ela conseguiu estabelecer amizades com alguns dos mais notórios intelectuais franceses de sua época, entre eles Victor Hugo, Voltaire e Jules Verne. Escreveu mais de 140 romances, peças de teatro e colunas de opinião em jornais nos quais expressava livremente sobre a situação política na França depois da revolução.

6. Karen Blixen — Isak Dinesen

A escritora dinamarquesa Karen Blixen foi indicada ao Prêmio Nobel de Literatura em duas ocasiões diferentes. Anos antes, sob o nome de Isak Dinesen, publicou a coletânea Sete contos góticos. Ela viveu por um longo período no Quênia e até aprendeu a falar suaíli. Foi sua experiência naquele país que a inspirou a escrever um de seus romances mais memoráveis, A fazenda africana. Isak Dinesen não foi o único pseudônimo masculino que Karen usou: ela também assinou com o nome de Pierre Andrézel.

7. Christina Lynch e Meg Howrey — Magnus Flyte

Não só as autoras dos séculos passados ​​escolheram usar nomes de homem. É o caso de Magnus Flyte, que é na verdade o pseudônimo usado pela dupla de escritoras Christina Lynch e Meg Howrey. As mulheres adotaram esse nome em 2012 para publicar seu romance The City of Dark Magic. Elas consideraram que usar um nome masculino atrairia leitores de ambos os sexos.

8. Violet Paget — Vernon Lee

No final do século XIX e início do século XX, a autora francesa Violet Paget consolidou-se como uma das escritoras prolíficas mais respeitadas de sua época. As obras de Paget eram um leque de temas que destacavam viagens, crítica de arte, música, histórias sobrenaturais e ensaios sobre o feminismo, a Primeira Guerra Mundial e o liberalismo. Violet escolheu o nome Vernon Lee para assinar seus trabalhos literários. Seus romances de fantasmas e espíritos são os mais famosos.

9. Eugénie-Caroline Saffray — Raoul de Navery

A francesa Eugénie-Caroline Saffray começou a escrever em prosa e poesia sob o nome de Marie David. Só em 1860 ela adotou o pseudônimo de Raoul de Navery em homenagem ao seu avô. As obras de Saffray foram influenciadas pelo catolicismo e pelos valores morais.

10. Joanne Rowling — J. K. Rowling

J. K. Rowling é a escritora mais lida de todos os tempos: é a criadora da saga literária Harry Potter, que vendeu mais de 500 milhões de cópias em todo o mundo. O caso da inglesa é paradigmático, porque na época da publicação da primeira parcela da série sua editora a aconselhou a não usar o primeiro nome Joanne, já que consideravam que as crianças não leriam um livro se soubessem que fora escrito por uma mulher. Em uma entrevista, Rowling explicou a decisão: “Naquela época, para ser honesta, se eles me dissessem que eu deveria me chamar de Rupert, provavelmente teria aceitado. Eu estava precisando”.

Em 2013, ela mais uma vez usou um pseudônimo. Naquela ocasião, escolheu Robert Galbraith para publicar seu romance adulto e, assim, evitar comparações e altas expectativas.

Bônus: Jane Austen — Uma Senhora

Um dos romances mais reconhecidos do romantismo é Orgulho e Preconceito. Sua capa não leva o nome do autor, apenas diz: “Um romance em três partes escrito por uma senhora”. Jane Austen, hoje, é considerado um clássico da literatura. As protagonistas de seus três romances — Razão e Sensibilidade, EmmaOrgulho e Preconceito — lutam diariamente com um pêndulo interno entre fazer o que a sociedade espera delas e liberalismo e identidade própria que, não importa o quanto as regras sociais ditem, não podem reprimir. Além disso, elas tinham um toque de ironia. Enquanto viveu, Austen assinou seus livros com o pseudônimo de “A Lady” (Uma Senhora).

Você sabia que essas obras literárias foram escritas por mulheres? Qual destes livros você leu? Acha que hoje em dia é mais fácil para uma escritora publicar um romance?

Comentários

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Eu tenho muita raiva por elas precisarem fazer isso. Mas fico feliz q elas são inteligentes e romperam um obstáculo

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Resposta

Os tempos estão mudando graças a deus. Mas lamento pelo sofrimento q muitas tiveram q passar

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