10 Exemplos de países que criaram versões muito loucas dos contos de fadas que conhecemos

há 4 anos

É curioso como alguns de nossos contos de fadas preferidos na infância continuam encantando as novas gerações. A história da Cinderela, por exemplo, já foi tema de óperas italianas, balés russos e obras kabuki japonesas. Sempre que uma história é recontada, algum detalhe é alterado, mas em alguns países isso parece acontecer de maneira muito mais intensa.

Incrível.club adora olhar para as semelhanças e diferenças entre os países. Hoje, falaremos sobre contos de fadas. Confira algumas das versões mais surpreendentes existentes em diferentes países.

Em Camarões, a Branca de Neve se transforma em madrasta

A Rainha Má, na história da Branca de Neve, é provavelmente a madrasta mais clássica da história de todos os contos de fadas. Contudo, a versão do país africano quebrou essa ideia.

A linda filha conta a história de uma princesa má que tem um espelho mágico que vive dizendo que ela é a mulher mais linda do mundo. Essa princesa acaba dando à luz uma menina mais bonita do que ela. A criança é mandada a uma floresta, acolhida por ladrões e acaba sendo envenenada por um alfinete mágico.

O chefe de uma tribo se apaixona pela princesa adormecida e a leva, ainda dormindo, para casa. Nesse momento, a filha do homem confunde a menina com uma boneca e tira acidentalmente o alfinete. Isso quebra o feitiço e as duas meninas ficam muito amigas. No final, o chefe descobre o que aconteceu, castiga a mãe má e se casa com a heroína, o que a transforma na madrasta de sua melhor amiga. Uma história bastante diferente daquela que conhecemos.

Uma Cinderela nativa americana que se casa com o Sol

Quase todos os países fazem a sua própria interpretação da história da Cinderela e dão outro significado para os acontecimentos. Os nativos americanos gostaram tanto da história (provavelmente a escutaram de missionários espanhóis e franceses) que fizeram as suas próprias versões do conto.

Uma dessas histórias se chama Chicken Girl Marries the Sun (Menina Galinha se Casa com o Sol) e é dos Tewa, do Novo México. No relato, uma garota chamada ’menina galinha’ é explorada pela mãe e pela irmã mais velha. Ela recebe esse nome porque precisa cuidar das aves da família, que acabam sendo as suas únicas amigas.

Um dia, a aldeia organiza um grande baile, mas ela não recebe autorização para ir. Contudo, as galinhas fazem um vestido e ela fica tão linda que Tawa, a personificação do Sol, se apaixona e a leva ao baile.

Depois dessa festa, com medo de ser castigada ao chegar em casa, Tawa tenta ajudá-la dando uma árvore para que se esconda, mas as pessoas da aldeia cortam a árvore. Tawa a resgata e eles se casam. Dizem que estão juntos até hoje.

Ao invés de uma Bela Adormecida, alguns países têm um Rei Adormecido

A Bela Adormecida é uma das histórias mais emblemáticas do mundo, mas nem sempre é uma mulher que precisa ser salva, nem mesmo quando ela é a personagem principal da história.

Em um conto chamado O Rei Sandalwood, uma princesa é expulsa do seu palácio pelas cunhadas, que dizem que ela só pode voltar quando se casar com o rei morto Sandalwood. Depois de várias desventuras, a princesa encontra casualmente a tumba do rei.

Para sua sorte, ele não estava morto. Uma fada má tinha roubado um colar mágico que lhe dava força e ele dormia durante o dia e voltava à vida durante a noite.

O rei se apaixona pela princesa e eles se casam em segredo. Uma noite, a fada e suas irmãs visitam o homem. Nesse momento, a princesa rouba o colar de volta e salva o rei do poder da fada de uma vez por todas.

Em uma versão, Rapunzel é descrita como uma Rainha Guerreira

É muito comum pensarmos nas heroínas dos contos de fada como mulheres cheias de bondade e inocência. Mas as princesas nem sempre são boazinhas, nem mesmo nesse tipo de história.

Zoulvisia é uma história que começa com um rei falando para seus 7 filhos não irem a uma montanha encantada que há perto do reino. Eles não o respeitam e, um por um, todos vão e nunca voltam.

O filho mais novo encontra um guerreiro e é desafiado para um duelo. Ele aceita e se dá conta de que o cavaleiro na verdade é a rainha guerreira Zoulvisia. No caminho de seu castelo, descobre que, quando a mulher está na varanda, solta 3 gritos que matam qualquer pessoa que o escutar.

O príncipe se salva e se esconde em uma caverna. Zoulvisia admite a derrota e diz que o garoto demonstrou dignidade suficiente para ser o seu marido. Na hora de recebê-lo, ela fica na varanda, solta o cabelo dourado e o ajuda a subir até ela.

Na Coreia do Sul, João e Maria se transformam em corpos celestes

Os contos de fadas não precisam ser românticos para serem populares. Histórias como a de João e Maria, em que dois irmãos escapam de uma bruxa, mostram a importância da família na hora de enfrentar os perigos da vida. Relatos parecidos podem ser encontrados no mundo todo, como o coreano A irmã Sol e o irmão Lua — sim, escrito dessa forma, ’irmão lua’ e ’irmã sol’.

A história começa com uma viúva e seus filhos, um menino e uma menina. Um dia, enquanto voltava para casa do trabalho, ela é atacada e devorada por um tigre. Ele veste a roupa dela, chega em casa e as crianças o deixam passar.

Quando descobrem, as crianças fogem, se escondem em uma árvore e pedem aos céus que sejam salvas. Nesse momento, uma corrente de ouro cai do alto e salva os pequenos. O tigre faz o mesmo pedido e recebe uma corda. Ele começa a escalar, mas cai e morre na hora.

Os irmãos se transformam nos espíritos Sol e Lua. Em algumas versões, o tigre cospe a mãe e ela se transforma na Estrela da Tarde.

Em Nauru, João e o Pé de Feijão é uma mulher que se casa com a Lua

Nesse caso, temos duas histórias em uma. A personagem sobe em um pé de feijão e o homem da Lua é uma mulher.

Na história A árvore de Eigigu, uma jovem chamada Eigigu escala uma árvore gigante que a leva para o céu, onde mora uma mulher cega chamada Enibarara. Lá no alto, Eigigu oferece ajuda para curar os olhos de Enibarara com uma canção. A mulher, muito agradecida, a ajuda e a esconde de seus 3 filhos canibais.

Esses 3 filhos são a personificação do Sol, do Trovão e da Lua. Eles sentem o cheiro de um humano em casa. Quando a Lua encontra Eigigu, Enibarara conta como foi curada. A mãe diz que quer que um deles se case com Eigigu, e ela escolhe a Lua.

No Japão, a Bela engana a Fera e acaba como uma mulher independente

No ocidente, é comum ouvirmos que as mulheres precisam beijar muitos sapos até encontrarem o seu príncipe. Em alguns países, contudo, a Fera nem sempre é um príncipe encantado.

Na história japonesa chamada O marido macaco, um viúvo promete que uma de suas filhas irá se casar com um macaco. As duas filhas mais velhas se negam, mas a mais jovem acaba se casando com o animal com uma condição: que ela leve consigo um morteiro da família.

Ela vive com o macaco por um tempo, até que descobre que seu pai está doente. Então, o convence a voltar para casa, mas o macaco coloca a condição de que ele volte junto. A filha faz o macaco levar o morteiro cheio de bolas de arroz. O excesso de peso faz o animal cair no rio, e ela volta para a família como uma mulher independente.

Na Noruega, o Gato de Botas é uma princesa encantada

Algumas pessoas passaram a conhecer esse personagem apenas pelo filme Shrek. De qualquer forma, ele ficou muito famoso e sempre aparece como uma história secundária impressionante.

No conto de fadas norueguês de Lord Peter, 3 irmãos dividem a herança de seus pais, mas o mais novo, Peter, fica com um gato e nada mais. O bichano o ajuda a se passar por um senhor da nobreza e consegue também a aprovação do rei.

Entretanto, o rei decide visitar a propriedade de Peter. Nesse momento, o gato tem uma ideia: vai ao castelo de um ogro vizinho e após enganá-lo, faz com que saia do palácio ainda de dia, o que causa a sua morte. O palácio passa a ser propriedade de Peter. O rei fica impressionado e o gato se transforma em uma linda mulher. Ela diz que, na realidade, é uma princesa e que o ogro a havia enfeitiçado. Ela e Peter se casam e se transformam em rei e rainha desse outro reino.

Na Itália, Aladdim é traído pela princesa

Um casamento é um final muito conhecido em contos de fadas, mas nem sempre é algo bom. Em uma versão italiana de Aladdim, a história foge bastante do que estamos acostumados.

O conto se chama Gigi e o anel mágico. Nele, o herói, Gigi, tem um anel que dá direito a 3 desejos. Ele decide usá-los da seguinte maneira: se casa com a linda Maliarda, fica rico e ganha um palácio. Infelizmente, a princesa não é exatamente o que parece: ela rouba o anel e o usa para mandar o herói para longe, ficando com tudo que é dele.

Para a sorte de Gigi, o gato e o cachorro roubam o anel e devolvem ao seu dono. Ele o usa e decide deixar o palácio no meio da montanha. Maliarda acaba sem nada e Gigi, ao invés de voltar ao palácio, volta a morar com a mãe e a irmã, esconde o anel e fica com o dinheiro que já era seu.

Na Escócia, a Pequena Sereia é metade cavalo

Embora A Pequena Sereia, de Christian Andersen, fosse mais ou menos uma história original, ela foi bastante influenciada pelos relatos de mortais que se apaixonavam por elementos da água. Uma história semelhante da Escócia consegue mudar o gênero do personagem principal e usa uma criatura muito mais estranha que a sereia.

No folclore escocês, os kelpies são monstros que vivem em lagos e se parecem com cavalos. Na maioria das histórias, eles são perigosos. Em um relato chamado O kelpie e a menina, um kelpie solitário se apaixona por uma menina bonita e se transforma em um lindo homem, com a esperança de se casar com ela.

Infelizmente, ela o reconhece como um kelpie e não o vê como um ser amigável. Por isso, rouba um colar mágico e o obriga a se transformar em um cavalo terrestre. Finalmente, o leva a um homem sábio que consegue resolver tudo. Ao perceber que o kelpie realmente a ama, ela aceita se casar. Para se manter humano, ele precisa beber uma poção que tira a memória de que já foi um kelpie. E, para alegria de todos, os dois vivem felizes para sempre.

Você conhece diferentes versões para algum conto de fadas? Compartilhe nos comentários a versão mais estranha que já leu.

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