Com um pouco de amor, esta prisão dá uma nova oportunidade a presos e cães resgatados e o resultado é de apaixonar

Animais
há 4 anos

Sim, podemos respirar tranquilos porque ainda há motivos para seguir acreditando na humanidade. Um desses exemplos capazes de nos fazer acreditar nas pessoas é o de um programa que dá uma segunda chance a pessoas e cães.

O Incrível.club acredita na ideia de que todos os seres merecem amor, sem importar quão triste ou obscuro seja seu passado. Por isso, queremos mostrar esta ideia genial.

Cães, os melhores amigos de qualquer homem

Não é à toa que as pessoas costumam encontrar nos cães um dos carinhos mais sinceros e puros que podem existir. Esses animaizinhos são capazes de transmitir muita paz, ternura e todo o tipo de emoção. Eles nos lembram que estamos vivos e que vale a pena seguir, por mais que a vida seja difícil e complicada.

Essa premissa também é válida para as pessoas que cometeram delitos, que por algum motivo, estão reclusas em celas e sentem que não há mais nenhuma oportunidade. Felizmente, uma organização chamada Canine CellMates criou um programa que formou e segue formando vínculos muito saudáveis e fortes entre os condenados de uma prisão dos Estados Unidos e cães resgatados da morte. O objetivo é reintegrá-los à sociedade, diminuir sua má conduta e a reincidência.

O presídio de Fulton, um exemplo a seguir

Como em muitos presídios do mundo, o do Condado de Fulton, em Atlanta, controla estritamente cada movimento dos presos: a hora para levantar, comer e dormir. Mas, em associação com a Canine CellMates, em março de 2014, pela primeira vez as autoridades do presídio conseguiram fazer com que 12 reclusos aceitassem bem as ordens. E, mais do que isso: eles passaram também a dar ordens, só que a cachorros, treinando-os com comandos como “senta”, “deita” ou “dá a pata”.

A partir desse momento, implementou-se um programa para cães que estavam prestes a serem sacrificados no refúgio dos Serviços para Animais do Condado de Fulton. Os cães passaram a ser destinados aos presos, que fazem um curso para adestrar os animais.

O programa Canine CellMates

O programa, como seu nome em inglês indica, pressupõe que os cães e os reclusos tornem-se companheiros de cela durante aproximadamente 2 meses. Ou seja, os cachorros comem, dormem e fazem exercícios com seus cuidadores, tempo em que todos, sem exceção, aprendem valiosas lições de vida: os cães se tornam animais de serviço e os reclusos aprendem sobre responsabilidades e compromisso.

Assim, o programa conseguiu obter benefícios nos quais poucos acreditavam. Havia uma preocupação, inclusive, em relação à integridade dos cães, que já haviam passado por situações de risco de morte. Mas, ao contrário do que se pensava, confirmou-se que os bichinhos têm um efeito muito positivo sobre os reclusos, principalmente no que diz respeito aos valores que são capazes de transmitir a quem está atrás das grades.

Como o programa surgiu

O Canine CellMates surgiu de um plano que parecia impossível, criado pela proprietária de uma loja de roupa em Sandy Springs, em Fulton. Seu nome? Susan Jacobs-Meadows. Ela estudou diferentes programas já implementados nos EUA e logo passou a trabalhar no seu próprio projeto, em 2013. Sua principal motivação foi salvar os cães da eutanásia, que então era o destino de mais de 40% dos animais que se encontravam no refúgio do Condado de Fulton.

Susan acreditava que oferecer treinamento de obediência, um curso caro, atrairia adotantes. E, sim, ela tinha razão, já que o programa conseguiu a adoção de mais de 40 cães treinados nos 2 primeiros anos. Entre eles esses animais estava Heidi, uma mistura de collie que se transformou em um cão de serviço para um bombeiro ferido do Alabama.

Ao mesmo tempo, o Canine CellMates também passou a ter como foco os desafios que os presidiários enfrentam quando terminam de cumprir suas penas — coisas simples, como conseguir um celular, roupas ou até transporte, “que consideramos essenciais”, afirma Diana Brace, uma das voluntárias do CellMates. Assim, os objetivos se expandiram e agora a instituição também se concentra no apoio aos treinadores-presidiários, que começam a se reintegrar na sociedade durante a própria reclusão com a ajuda do carinho dos cães.

Os resultados

A taxa de reincidência do presídio do Condado de Fulton era de em torno de 70%, um pouco mais alta que a média nacional. Entretanto, esse programa reduziu os índices de violência e também reduziu a taxa de reincidência em 42% para 2015. A sargenta Makisha Adams trabalhou no presídio durante mais de 15 anos e acredita que o Canine CellMates ajudou a reduzir o risco de que os ex-detentos voltem a cometer delitos.

A relação com os animais gerou, nos detentos, emoções e sentimentos que nunca haviam experimentado antes. J. Lennox Gavin, um treinador de cães profissional e diretor de treinamento para a Canine CellMates, diz que os animais, de alguma forma, ensinam os detentos a enfrentarem os problemas de uma forma positiva, e isso causou uma verdadeira transformação neles. Brace, a voluntária, também afirma que muitos dos ex-detentos são, agora, mentores daqueles que estão saindo da reclusão.

A sargenta Adams acredita que o programa alcança seus propósitos porque os cães dão aos presos algo que ninguém mais dá: um voto de confiança. “Trata-se da confiança em si mesmo, que permite que os homens descubram em si algo que não sabiam que tinham”, afirma. “O programa é como um processo de cura”, diz Adams. Quando os homens entram, “não querem se abrir”. Mas os cachorros os ajudam com isso.

Bônus: o caso de Leon e Tony. Quem resgatou quem?

Leon Jennings é um ex-detento que teve muitas dificuldades de socialização com as pessoas. Ele passou anos entrando e saindo da reclusão por vários motivos. Mas, a última vez em que foi preso, decidiu fazer parte do Canine CellMates. Leon nunca havia tido um cachorro, mas de uma hora para outra, comprometeu-se a ganhar a confiança de um amigo de quatro patas de nome Tony, raça mestiça de Pastor-da-Anatólia. Com o passar do tempo, ambos conseguiram abrir suas mentes e corações, Leon ficou mais sociável e Tony, mais carinhoso. “Você se sente bem quando um cachorro confia em você, quando ele chega para receber um carinho, quando segue suas ordens”, confessou Leon.

Depois de 2 meses, Leon saiu da reclusão e começou uma nova vida do zero e agora tem um teto e 2 empregos que o mantêm ocupado. Em seu tempo livre, Leon também apoia eventos de adoção para cães. Ele conta às famílias a sorte que teriam se experimentassem levar um cãozinho da Canine CellMates para casa.

E, sim, Leon sofreu por dizer adeus a Tony, mas, 7 meses depois da adoção de seu companheiro canino, visitou o cachorro em seu novo lar. “Me reconheceu imediatamente”, disse ele, “percebi que estava feliz por me ver”.

Nós acreditamos que esse tipo de programa proporciona aos detentos as ferramentas necessárias para crescerem como seres humanos. Qual sua opinião a respeito? Acredita que daria certo no Brasil? Comente!

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