10 Histórias que mostram como as novelas brasileiras lidaram com imprevistos

Famosos
há 1 ano

Como você reage diante de um imprevisto? Muitos responderiam “eu sento e choro”, mas essa não é a atitude ideal para quem está por trás da produção de uma novela. Eles precisam ser ágeis, flexíveis e, principalmente, criativos para contornar qualquer problema, por pior que seja. Afinal, o show não pode parar! Então, vamos relembrar como as novelas brasileiras superaram os obstáculos com genialidade para entregar os melhores resultados possíveis.

1. Cadê o Sol de Segundo Sol?

Apesar do nome da novela, o Sol se escondeu no dia que a produção mais precisava dele. Deborah Secco e Danilo Mesquita viajaram com a equipe da novela Segundo Sol para gravar cenas ensolaradas em um resort, mas uma bela chuva atrapalhou os planos.

Foi nessa hora que o diretor pensou em uma saída criativa e mudou o roteiro: em vez de sol e praia, uma cena mais íntima e cheia de cumplicidade entre Karola e Valentim, mãe e filho. E a dupla de atores também se adaptou rapidamente ao novo texto.

2. Dança das cadeiras em Insensato Coração

Quando foi afastada da novela Insensato Coração, Ana Paula Arósio deu algumas rugas a mais para a produção da Rede Globo. Não só da novela que ela participaria, mas também de outras. Para substituí-la, Paolla Oliveira foi chamada às pressas e aceitou o desafio com prazer.

“Foi complicado no início, mas depois tudo entrou nos eixos. Foi uma ótima oportunidade e oportunidade a gente não perde, pega e faz acontecer”. Mas não pense que a atriz estava “desocupada” quando recebeu o convite.

Paolla era iniciante na emissora, em 2011, e estava reservada para viver Açucena/Aurora, protagonista de Cordel Encantado, mas saiu do elenco para assumir o lugar de Ana Paula. Então, outra iniciante foi convocada, Bianca Bin, que precisou se adaptar rapidamente. Ela tinha acabado de viver a personagem Fátima, na novela Passione, e não pôde ter nem uma semana de folga. “É o suficiente para descansar, sou nova, não quero parar”.

3. Quem salvou a novela Salve-se Quem Puder?

Quando contrataram um ator português, José Condessa, para um papel na novela Salve-se Quem Puder, a produção não esperava que ele fosse voltar para a terrinha bem no meio das gravações. Pois, foi o que aconteceu. O ator aceitou entrar para outra novela em Portugal e deixou os brasileiros na mão. Os roteiristas logo deram um jeito no seu personagem, Juan, criando um desfecho no qual ele foi despachado para o México para não voltar mais. Mas os problemas não acabaram aí.

Juan, o personagem de José Condessa, vivia um triângulo amoroso com Luna e Téo, vividos por Juliana Paiva e Felipe Simas. Com a debandada do ator, era preciso resolver mais esse nó no roteiro. O salvador da pátria foi o irmão de Felipe, Rodrigo Simas, que entrou para o elenco como um novo personagem, Alejandro. A produção da novela precisou investir pesado na caracterização de Alejandro, para que sua semelhança com o irmão na vida real não ficasse tão evidente.

4. A outra face de Lilia Cabral em Páginas da Vida

Lilia Cabral tomou um belo susto durante a gravação de Páginas da Vida, em uma cena na qual o personagem de Marcos Caruso a empurra sobre uma mesa. Em entrevista a Tatá Werneck, Lilia relembrou o acontecido: “A gente ensaiou e tudo no cenário era falso, mas a mesa não era falsa, tinha um tampo de vidro. Então, ele me empurrou com força, coitado, nem imaginou. Só que eu tropecei no tapete e caí”.

Apesar do bom humor de Lilia contando o acidente, a coisa foi feia. A atriz chegou a quebrar um dente e o braço ficou muito ferido, a ponto de até o médico que a atendeu desmaiar! Lilia chegou a pensar em se afastar da atuação, mas voltou ao trabalho com coragem. É aqui que entra a capacidade da produção para lidar com imprevistos. Por cerca de 20 dias, a atriz só foi filmada por um lado do rosto, já que o outro estava muito inchado.

5. Em Geração Brasil, Taís Araújo ganhou uma geração, ou melhor, uma gestação dupla

A novela Geração Brasil já se encaminhava para as conclusões quando Taís Araújo chegou com a notícia da gravidez, que já estava no quarto mês. Sem problemas, eles poderiam alterar um pouco o roteiro para a sua personagem Verônica também engravidar, mas só mais perto do fim. Até lá, para disfarçar a barriga saliente, Taís só foi filmada em closes no rosto ou acima da barriga. E quando Verônica finalmente engravidou, a barriga já estava tão grande que precisaram dizer serem gêmeos!

6. A clone de Débora Falabella na novela O Clone

Lembra da Mel, vivida por Débora Falabella em O Clone? A personagem tinha muito destaque na trama, então foi um problemão quando Débora contraiu meningite viral durante as gravações e precisou se afastar. Felizmente, o diretor se lembrou de uma atriz muito parecida para substituí-la, a sua própria irmã, Cynthia Falabella. Para disfarçar um pouco, os diálogos da personagem foram reduzidos e eles a colocaram em uma clínica de recuperação. Logo que Débora se recuperou, voltou ao seu lugar.

7. A queda do Império e como ele ressurgiu

Quando interpretava Cora em Império, Drica Moraes afirmou trabalhar 12 horas por dia e ainda usava as folgas para decorar seu texto. O resultado não foi o que ela esperava: uma estafa e outros problemas na saúde. “Cora me demandava demais física e emocionalmente”, ela explicou em uma entrevista. “Fui ao Projac, mas não tinha voz. Eu já vinha há um tempo com gastrite, depois labirintite. O excesso de horas trabalhadas me gerou uma baixa imunidade”. Por isso, ela precisou se afastar da novela.

Mais uma vez, a produção da novela precisou se movimentar para substituí-la e a solução encontrada foi mais que criativa. Eles convocaram Marjorie Estiano, que havia vivido Cora mais jovem durante a primeira fase da novela, para retornar ao mesmo papel. Para justificar a mudança de rosto, o autor Aguinaldo Silva inventou que Cora havia passado por diversos procedimentos estéticos para parecer mais jovem e atraente ao Comendador.

8. Danton Mello “sumiu” de Torre de Babel, mas logo voltou

Susto mesmo foi o da equipe de Torre de Babel, de 1998. Muitos devem se lembrar do acidente com o ator Danton Mello, que parou o país. Além de atuar na novela, Danton também apresentava um programa de reportagens, o Globo Ecologia. Foi filmando para esse programa que seu helicóptero caiu bem no meio da Amazônia. Felizmente, alguns indígenas encontraram os feridos e avisaram as autoridades, que foram socorrê-los. O ator foi o mais afetado.

Nos dois meses que Danton se recuperava, Sílvio de Abreu, o autor de Torre de Babel fez as devidas adaptações para que Adriano, seu personagem, “sumisse” da trama. Adriano sofreu um acidente de carro e foi levado para se tratar nos Estados Unidos. Na trama, se passaram seis meses até a sua volta, em uma cadeira de rodas, já na reta final da novela. Ao voltar, encontrou Shirley, seu par romântico, vivido por Karina Barum, que também se recuperava de uma cirurgia.

9. A Próxima Vítima seria a imprensa xereta

Talvez essa seja uma das mais conhecidas soluções criativas em novelas brasileiras. Durante praticamente todo o ano de 1995, os brasileiros assistiram curiosos aos desdobramentos de A Próxima Vítima, tentando descobrir quem era o assassino.

E a imprensa também acompanhava de perto cada detalhe dos bastidores. Tão perto que a produção se viu na necessidade de contornar sua curiosidade excessiva, como escrever capítulos falsos para a imprensa não descobrir quem seria a próxima vítima e quando.

Quando se aproximava o super aguardado final, o autor Sílvio de Abreu (na foto acima) chegou a pensar em exibir o último capítulo ao vivo, para evitar que a imprensa descobrisse a identidade do assassino antes do público.

Mas a solução adotada foi gravar as últimas cenas no mesmo dia que elas iriam ao ar. Além disso, ele escreveu três finais diferentes e nem mesmo Boni, vice-presidente da Globo, sabia qual era o real. Deu tudo muito certo e o Brasil inteiro conheceu o vilão simultaneamente.

10. O destino fatal de Anastácia, a Mulher sem Destino

Para finalizar, vamos contar um caso bem antigo e tão absurdo que chega a ser engraçado. Estamos falando de Anastácia, a Mulher sem Destino, uma novela exibida pela TV Globo em 1967. Era a estreia do ator Emiliano Queiroz como autor, que adaptou o roteiro de um folhetim francês. O problema é que ele se empolgou com a escrita, usou palavras muito difíceis e o resultado foi uma história muito confusa. O público da época rejeitou a história e Emiliano foi substituído por Janete Clair.

Janete era uma autora mais experiente e consagrada, tanto que recebeu três vezes mais para salvar o destino de Anastácia, a Mulher sem Destino. Mas a trama estava tão enrolada que ela precisou de uma decisão drástica: inventou um desastre na ilha onde a história se passava, que eliminou mais de 100 personagens de uma vez e deu um salto de 20 anos na história. Nem assim a novela chegou ao sonhado primeiro lugar, mas a solução de Janete virou exemplo de como resolver uma história ruim.

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