Por que todo mundo pergunta quando você vai casar e ter filhos?

Psicologia
há 5 anos

Já faz tempo que a frase “o relógio biológico não para” ganhou ares de ironia, inspirando o surgimento de memespiadas do tipo: “Por acaso esse relógio para depois de se dar à luz um filho?” A verdade é que a questão envolvendo casamento e filhos continua sendo importante para muita gente. Aliás, psicólogos afirmam que cobranças sociais envolvendo esses assuntos afetam negativamente não apenas as mulheres sem filhos, mas também os homens.

Falando sinceramente, nós do Incrível.club, não entendemos o porquê de haver tanto exagero envolvendo a hora de casar ou de ter filhos. Por isso, colocamos nossa imaginação para funcionar na tentativa de explicar o que leva alguém a querer se meter na vida íntima dos outros.

1. Preocupação

Esse tipo de pergunta pode esconder uma sensação banal, mas muito sincera. É típica de avós, pais e parentes próximos. Em casos mais graves, os familiares tentam encarnar o Cupido, querendo apresentar possíveis pretendentes, filhos de seus amigos ou conhecidos. Há até quem crie, às escondidas, é claro, perfis em sites de encontros ou aplicativos de paquera como se fosse o parente “encalhado”, entrando em contato com outras pessoas em seu nome. Quando alguém encara uma situação dessas, precisa estar preparado para ver os amigos (ou, pior ainda, seus pais) dedicados à tarefa de encontrar possíveis maridos ou esposas.

Pense na sua infância: seus pais certamente te protegiam muito, passavam o máximo de tempo possível ao seu lado e se interessavam até pelos menores detalhes de sua vida. Esse é um quadro claro de preocupação excessiva e superproteção. É um fenômeno também chamado de “amor cego”: os pais amam demais o filho (ainda que ele já tenha mais, muito mais de 18 anos), só que expressam esse amor de forma um tanto dolorosa. É preciso lembrar que, nas gerações antigas, o conceito de felicidade foi criado sob influência das normas patriarcais.

  • Como reagir:

Depende do grau de proximidade dos parentes. Se a relação entre vocês for suficientemente sólida, sinta-se à vontade para explicar claramente sua postura em relação ao assunto. Não esqueça de ressaltar que já é feliz e independente. Por isso, ninguém precisa se preocupar com você nesse sentido. Caso tenha uma relação familiar tensa, expresse sua opinião brevemente, sem entrar em detalhes. Assim, conseguirá interromper as ações dos candidatos a Cupido.

2. Curiosidade ociosa

Comentários desse tipo costumam ser feitos, por exemplo, por motoristas de táxi, pessoas que estão viajando ao seu lado num ônibus ou avião, amigos de amigos com quem encontramos apenas esporadicamente ou por ex-colegas de escola que aparecem em nossas vidas uma vez na vida e outra na morte. Obviamente, nenhuma dessas pessoas está realmente interessada em sua vida, mas por outro lado elas são incapazes de ficar ao nosso lado sem falar nada. E em encontros de ex-alunos, muita gente se sente obrigada a abordar esse tipo de assunto para parecer bem educada.

  • Como reagir:

A situação pode ser incômoda, mas a verdade é que ninguém é obrigado a manter uma conversa na qual não tem interesse. É exatamente isso que podemos dizer a essas pessoas, que exageram na simpatia. Ou podemos simplesmente rir da situação.

A mesma regra pode ser aplicada a encontros de ex-alunos e a outros eventos aos quais nos sentimos obrigados a comparecer. Você tem vontade de reencontrar colegas antigos ou seu primeiro professor? Tudo bem, mas se estressar por conta de uma conversa sem sentido não vale a pena.

3. Tédio

As pessoas lidam com o próprio tédio de várias formas. Algumas encontram novos hobbies, outras resolvem trabalhar dia e noite. Só que, infelizmente, há quem resolva preencher o espaço vazio da própria vida com a vida dos outros: lendo fofocas sobre famosos ou se dedicando, por exemplo, a analisar cada detalhe da vida dos amigos e conhecidos. A partir daí, surgem perguntas inconvenientes sobre relógio biológico e afins.

  • Como reagir:

Caso a situação se repita várias vezes, certamente chegou a hora de você estabelecer limites. Você pode, por exemplo, dizer que pessoas solteiras podem ter uma vida tão plena e satisfatória quanto as casadas. Ou até mais! Algo que inclusive já foi confirmado pela ciência. Esse tipo de conversa pode constranger seu interlocutor ou até você mesmo, mas, desse momento em diante, o mais provável é que você se livre de gente com tamanha falta de sensibilidade.

4. Desejo de manter uma conversa

Quanto mais envelhecemos, a tendência é que tenhamos ao nosso redor pessoas casadas e famílias com filhos. Isso não significa que a amizade entre vocês tenha desaparecido, mas a tendência é a de que haja cada vez menos assuntos em comum. Daí surge a vontade de conservar a amizade, encontrando novos assuntos sobre os quais falar, ou apenas de compartilhar bons momentos com entes queridos. De acordo com essa lógica, seu amigo ou amiga pode nem se dar conta de que a questão de casamento e de ter filhos pode ser incômoda para você, por um motivo ou outro.

  • Como reagir:

Conversar sinceramente e pedir para não abordar determinado assunto pode não ser a melhor decisão. Tente virar o foco da conversa para seu interlocutor: peça que ele revele seus próprios sentimentos em relação à vida familiar ou sobre os filhos. Isso evitará que você precise dar explicações, enquanto a outra pessoa ficará feliz por você demonstrar interesse nela.

5. Estereótipos

Qualquer pessoa pode ter opiniões afetadas por eles: pais, amigos, colegas de trabalhos e desconhecidos durante viagens ocasionais, por exemplo. Gente assim parece ter planejado sua vida (e as dos outros) para as próximas décadas, estudando ao máximo cada detalhe. Muitas dessas pessoas têm a convicção de que mulheres precisam casar e ter filhos.

São pessoas que estão convencidas de que só existe um caminho na vida, que deve ser seguido por todo mundo. É preciso fazer uma faculdade, casar-se antes dos 30, ter ao menos dois filhos, viajar nas férias, comprar uma casa... a lista pode ser infinita. E quando elas veem alguém tocando a própria vida de maneira diferente, se surpreendem e começam a fazer perguntas inoportunas, tentando convencer o outro de que ele está cometendo um grande erro.

  • Como reagir:

Talvez esse seja o pior de todos os casos descritos. Não existe uma fórmula universal para se comunicar com pessoas assim. É preciso levar em consideração cada situação e as peculiaridades do interlocutor. Com alguns, o mais indicado é fazer piadas, enquanto com outros a única alternativa é encerrar a conversa. O importante é deixar claro que suas escolhas só dizem respeito a você.

O que você acha das pessoas que se acham no direito de cobrar algo relativo à sua vida particular? Você já teve de responder a perguntas inconvenientes sobre casamento e filhos? Como se saiu da situação? Comente!

Imagem de capa Depositphotos

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