11 Lugares na Terra onde é possível viajar ao passado sem ter uma máquina do tempo

Gente
há 5 anos

É difícil de acreditar que, em pleno século XXI, uma pessoa possa viver sem uma televisão, sem um celular ou sem Internet. Contudo, ainda existem muitos lugares no mundo onde as pessoas simplesmente decidiram ignorar os avanços da tecnologia e continuam vivendo de acordo com leis e costumes antigos. Alguns optam por recusar o uso de carros e dispositivos eletrônicos e preferem manter uma vida tranquila, como no passado. Outros são ainda mais radicais e parecem viver presos na Idade da Pedra.

O Incrível.club fez uma pesquisa e encontrou alguns lugares que nos levam ao passado. Confira abaixo onde eles estão e como essas pessoas vivem.

1. Comunidade Amish, Estados Unidos

O movimento dos seguidores de Jakob Ammann surgiu no final do século XVII na Europa. Após pouco tempo, a maioria dos amish passou a sofrer perseguição. Então, eles foram obrigados a emigrar para os Estados Unidos. Os amish são adeptos de uma vida rural, do trabalho manual, da modéstia e da simplicidade na maneira de se vestir e não aceitam as tecnologias modernas.

A imagem acima mostra a reação de jovens amish quando viram um smartphone pela primeira vez — a Internet, a televisão e o rádio são proibidos na comunidade. Apesar de terem regras muito rígidas, os próprios amish podem decidir se querem ficar ou não na comunidade. Os adolescentes de 14 a 16 anos devem tomar uma decisão: serem batizados como membros da igreja amish ou saírem da comunidade. A maioria decide ficar com a família.

Algumas pessoas na comunidade permitem o uso de eletricidade, mas o interior das casas é muito parecido com o de residências do começo do século XX.

Eles ainda usam charretes puxadas por cavalos como meio de transporte. Algumas são equipadas com luminárias de querosene e com faróis que funcionam com baterias.

Os amish não precisam prestar serviço militar, não pagam contribuições ao seguro social e resolvem as situações complicadas do dia a dia com a ajuda de outros membros da comunidade. Eles não utilizam máquinas pesadas na construção; quando precisam fazer um serviço pesado, usam as próprias mãos.

2. Velhos Crentes, Bolívia

Os velhos crentes fugiram de perseguições na Rússia e começaram a se instalar na América do Sul na segunda metade do século XIX. O longo trajeto passou pela Manchuria, por Hong Kong, pelo Brasil e, finalmente, chegou na Bolívia. Os primeiros velhos crentes se instalaram no país há várias décadas, em uma cidade que fica a 3 horas de Santa Cruz.

Os velhos crentes não podem ver televisão, escutar música ou tirar fotografias. Eles se vestem como antigamente, as mulheres estão proibidas de cortar o cabelo e os homens não podem fazer a barba. As meninas se casam aos 13 anos; depois, passam a se dedicar às tarefas domésticas. Enquanto isso, os homens trabalham no campo e criam animais.

Eles não acreditam que o homem já foi ao Espaço e defendem a ideia de que a Terra não gira em volta do próprio eixo. Além disso, dizem que os códigos de barra nos produtos são marcas do diabo.

3. Lacandon, México

Os lacandon vivem no sudeste do México, nas florestas tropicais de Chiapas próximas da fronteira com a Guatemala. São o povo mais isolado do México. Conservaram a sua identidade e falam um dialeto maia. Até hoje, em pleno século XXI, usam arco e flecha para caçar e utilizam sílex, uma rocha sedimentar, para fazer as pontas das flechas.

Até a metade do século XX, quase não tinham contato com o mundo exterior. Por isso, mantiveram sua cultura e suas tradições. O grupo continua peregrinando para antigas cidades maias para rezar e para oferecer sacrifícios aos deuses que viveram no local e tiveram de abandonar a Terra.

4. Mayoruna, Brasil e Peru

Os mayoruna, também chamados de matsés, são um grupo indígena que vive na fronteira entre o Brasil e o Peru. Nos últimos 30 anos, eles se fixaram às margens do rio Amazonas. Apesar do contato com o mundo exterior, ainda vivem da caça e da coleta. Os mayoruna conseguem se manter por meio da venda de couro e carne de porcos selvagens.

O primeiro contato oficial da tribo com o mundo exterior aconteceu em 1969. Antes disso, eles lutavam contra invasores e contra o governo, que queimava suas aldeias e enviava policiais ao local. Atualmente, a situação entre a tribo e o governo parece mais tranquila.

5. Huaorani, Equador

Os huaorani vivem no leste do Equador, entre os rios Napo e Caruhue. Na segunda metade do século XX, muitos deles passaram a abandonar o estilo de vida de caçador-coletor e foram viver em aldeias. Contudo, vários grupos ainda evitam o contato com o mundo exterior e continuam vivendo na floresta.

O principal instrumento de caça dos huaorani é a uma arma de ar comprimido. Em geral, ela mede de 3 a 4 metros. As flechas são molhadas com veneno de curare, feito com uma planta de strychnos. Quando ferido com essa flecha, o animal perde a mobilidade e morre de uma parada respiratória.

6. Machiguenga, Peru

Os machiguenga são uma tribo indígena que vive na floresta a leste de Machu Picchu. Como outros grupos mostrados neste post, eles mantêm um estilo de vida muito fechado ao mundo exterior. A maioria dos machiguengas não tem nome próprio. Eles se chamam de acordo com a relação familiar em questão (irmão, irmã, mãe, pai, etc.).

Como costuma acontecer com algumas tribos da América do Sul, os jovens têm pequenos macacos como bichos de estimação.

7. Yali, Indonésia

Os yali são uma das poucas tribos canibais ainda existentes no mundo. Eles vivem em Papua, uma província da Indonésia na porção ocidental da Nova Guiné, em casas redondas. O interessante é que as mulheres e os homens não vivem juntos.

Os membros da tribo Yali têm uma baixa estatura e costumam medir mais ou menos 1,50 metro. As mulheres usam saias de cana e os homens usam apenas um ’koteka’ para cobrir seus órgãos genitais. Essa parte peculiar do vestuário, contrariando a crença popular, não tem relação com o status social de seu dono. Os diferentes tamanhos dos kotekas (de 10 a 60 cm) são usados por diferentes proprietários; os mais curtos são utilizados no dia a dia e durante a caça e os mais compridos, em festividades.

8. Korowai, Indonésia

Os korowai, também chamados kolufo, são um povo do sudeste da Papua (parte ocidental da Nova Guiné). Eles foram descobertos por pesquisadores em 1970, por isso conseguiram manter as suas tradições até os dias atuais. Os korowai ainda constroem suas casas em árvores, às vezes a mais de 50 metros de altura. Tudo isso é feito para se protegerem de predadores e de ataques de tribos vizinhas. Além disso, essa maneira de construir suas casas é explicada por algumas crenças: eles acham que lá no alto os espíritos malignos não podem alcançá-los.

Os korowai têm uma cultura linguística muito rica. Eles passam para as novas gerações mitos, contos e feitiços, além de muitas outras tradições antigas. Até hoje em dia, sacrificam porcos domésticos para os espíritos do passado e acreditam na possibilidade da reencarnação.

9. Padaung, Myanmar

Os padaung viveram durante muito tempo em aldeias de terras altas de Myanmar. Contudo, por causa de conflitos com as autoridades locais na década de 90, algumas pessoas tiveram de se mudar para assentamentos na fronteira com a Tailândia. As mulheres ficaram muito famosas no mundo todo pelo hábito de esticar o pescoço com a ajuda de aros de metal, que muitos padaung seguem até hoje. As meninas começam a colocar os anéis aos 5 anos e acabam de fazê-lo quando se casam.

Apesar do contato com a sociedade moderna, a tribo ainda mantém as suas tradições. Por exemplo, eles fazem cerimônias de ’limpeza’ com a ajuda de um frango se alguém passa por algum momento de azar e costumam fazer previsões relativas ao futuro com a ajuda de ossos de pássaros.

10. Mursi, Etiópia

Os mursi vivem no sudoeste da Etiópia e adoram o deus da morte. Para eles, os corpos dos homens são prisões de almas perdidas dos demônios da morte, aprisionados pela principal divindade mursi. Um símbolo de beleza feminina é uma placa redonda de barro cozido ou de madeira colocada no lábio inferior das meninas antes dos 12 anos.

Desde pequenos, os mursi aprendem a lutar com bastões e organizam competições. Os lutadores combatem em pares até que um deles caia. Contudo, eles estão proibidos matar seus oponentes; se uma pessoa morrer em combate, a mão do assassino é cortada fora. O vencedor do torneio tem o direito de escolher a esposa que quiser e não precisa pagar dote algum.

Os mursi brigam muito com outras tribos, e, para cada pessoa assassinada, fazem uma tatuagem especial que parece um peixe. Quando não há mais espaço no braço, as tatuagens são feitas nas costas, nas nádegas e no abdômen.

11. Nuba, Sudão

Nuba é o nome genérico dado aos povos que vivem nos Montes Nuba, ao sul do Sudão. Eles adoram competições esportivas, principalmente as lutas entre os homens jovens. O amor dos nuba pela perfeição física também se manifesta nos padrões desenhados no corpo.

Assim como antigamente, eles continuam vivendo nas mesmas cabanas redondas feitas com argila e palha. Os homens solteiros dormem separados dos pais, em casas exclusivas para eles.

Bônus: Agafia Lykova, uma eremita siberiana

Agafia Lykova tem 75 anos e viveu toda a sua vida no meio do nada, nos montes Saian, para onde seus pais se mudaram no começo do século XX. Desde o final da década de 30, sua família passou a viver completamente isolada da civilização. Em 1978, o grupo, composto por 5 membros, foi descoberto acidentalmente por geólogos que exploravam a região.

Entretanto, os pais de Agafia, assim como seus irmãos, morreram no final da década de 80, deixando-a sozinha. Hoje, Agafia vive em uma cabana longe de todos, não quer saber de se misturar e nega qualquer contato com a cultura e a tecnologia modernas.

Você gostaria de ver essas pessoas ao vivo? Quantos dias acha que conseguiria viver sem o seu celular ou sem Internet?

Imagem de capa Siracha64 / reddit

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