Um texto sobre como identificar parceiros indiferentes por uma simples frase

Psicologia
há 2 anos

— Sabe, parece que descobri a fórmula universal para identificar um homem indiferente.
Isso foi dito por Nina que estava sentada com sua amiga Maria na cozinha. Maria olhou para a amiga com interesse. Nina continuou:
— É simples. Os homens têm uma frase que os entrega. Embora pareça totalmente inofensiva. Alguém até pode achar que há compaixão nela. A frase é: “Se você precisar de algo, me fale”.
— Ah, vá, não tem nada de errado nessa frase. Todos falam isso.
— Não.
E Nina contou esta história.

Pedro era o pacote completo. Jovem, atlético, com bom gosto. Usava jeans sob medida, estava sempre arrumado. Para o almoço, levava arroz integral, frango e salada de legumes para o escritório. Não comia os donuts e as pizzas que seus colegas traziam para as festas: procurava se manter em forma. Às vezes lia livros (sempre as novidades mais populares). Escrevia sem erros. Era eloquente, falava com clareza e confiança. Em geral, era um cara bom. Positivo. Ele e Nina namoraram por cerca de seis meses.

Uma vez por mês, Pedro levava Nina a um restaurante barato, pagava a conta e deixava exatamente 10% de gorjeta. Ele não dava presentes, mas demostrava compaixão: lamentava quando ela pegava um resfriado, enviava fotos engraçadas de gatinhos e perguntava como ela via seu futuro profissional.

Uma vez, perguntou sobre o relacionamento de Nina com seus pais. Se informou se tinha irmãos e irmãs. Depois, perguntou casualmente em que apartamento moravam seus pais e se planejavam incluí-la no testamento.

E Nina ficou com a sensação igual a que se tem da salada em pacote. Supostamente está tudo perfeito, limpinho, um mix de verduras com todas as vitaminas e nutrientes presentes... Mas o sabor — sem gosto e sem graça. Como dizem: “Sem sal nem açúcar”.

Quando a mãe adoeceu (crise hipertensiva, ambulância, todo mundo com medo, havia suspeita de derrame, mas felizmente não aconteceu nada), Nina largou tudo. Ficou com a mãe por uma semana, dormindo no sofá do quarto ao lado. Comprou remédios e uma caixinha para os comprimidos. Ia às compras, porque o médico prescreveu uma dieta especial, então sua mãe não podia simplesmente comer bacon para o café da manhã ou mingau de aveia instantâneo para o jantar. Enfim, muitas despesas, muitos problemas, hospitais, consultas. Nina estava muito ocupada e não tinha tempo de ligar para Pedro.

Ele mesmo ligou, depois de seis dias. Nina contou sobre sua mãe. Pedro hesitou por um ou dois segundos, e depois disse em uma voz calma:
— Bem, se você precisar de algo, me fale, está bem?
Nina abriu a boca para dizer que precisava. Não de dinheiro, mas de apoio, de compaixão. Mas Pedro já havia desligado.

Depois que a relação com Pedro acabou, Nina começou a sair com Victor. Ele dizia que trabalhava no hospital central, e ocupava um cargo importante. O futuro da medicina! Todas as portas estavam supostamente abertas para ele, era bem-vindo em todos os lugares. E sempre dizia: “Nina, se precisar de alguma coisa, me fale”.

Mas Nina não falava. Porque era estranho falar: “Me dê flores”. Ela adorava lírios, mas também ficava encantada com outras flores. E Victor não dava flores.

Era ainda mais estranho dizer: “Quando você voltar para jantar, traga alguma coisa da minha confeitaria favorita. E queijo”. Porque Victor, um homem ocupado, ia para a casa da Nina logo depois do trabalho nas sextas-feiras. E sempre de mãos vazias. Enfim, Nina nunca teve a chance de dizer do que precisava. Ela simplesmente colocou o número de telefone de Victor na lista negra.

Incrível.club publica essa história com a permissão da neurologista Maria Panova, autora do blog Mozgovedenie (Ciência Cerebral).

Que frases você considera “sinais alarmantes” de que alguém não é a pessoa certa? Conte para a gente na seção de comentários.

Comentários

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relacionamento abusivo é complicado, ja tive e hj eu tenho os olhos bem abertos

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