Chega um momento que toda mãe cansa de ser uma super-heroína — e está tudo bem

Psicologia
há 1 ano

Acredita-se que “mãe” é a palavra mais importante na vida de uma criança. É a mãe que sabe o que é melhor e certamente ajudará o pequeno em qualquer tarefa da vida, como, por exemplo, um trabalho escolar que a criança lembrou de fazer apenas às 22h da noite. Mas, e o pai nessa história toda? Não faz mal para uma mãe responsável delegar algumas de suas tarefas importantes ao companheiro, já que ele é realmente capaz de fazer tudo e pode ajudar também.

Recentemente, me tornei a mãe mais feliz do mundo. E sabe o porquê? Porque fui brevemente dispensada dos meus deveres e pude ser eu mesma. Apenas uma mulher que quer tomar um banho de banheira, fazer um skin care e encontrar com a amiga sem precisar estar chamando a atenção do meu filho. Pela primeira vez, cuidei dos meus assuntos pessoais (e não os do meu filho) sem sentir culpa por isso.

E tudo começou com uma briga entre meu marido e eu.

No domingo de manhã, revigorado e descansado, meu marido entrou na cozinha e perguntou: "Querida, você poderia fazer panquecas?

Eu, ao contrário dele, não tinha dormido nada. Até mesmo nos finais de semana, a mãe está sempre ocupada. No dia anterior, fiz o dever de casa com meu filho até tarde, e hoje tinha levantado duas horas mais cedo que meu esposo para ter tempo de tirar o uniforme escolar do meu filho e a camisa do meu marido da secadora, deixar tudo pronto para a segunda-feira, pensar no que fazer no café da manhã para dois homens (sim, um deles tem apenas sete anos, mas come quase como um adulto), e caso faltasse algo na geladeira, ainda tenho que correr rapidamente ao supermercado.

O Yuri, meu marido, como muitos homens, acha que o café da manhã e as camisas engomadas são feitos do nada. Então, ele decidiu que precisava de panquecas para ser feliz. E as panquecas não faziam parte dos meus planos...

Perdi a cabeça e perguntei: “Fazer panquecas? Quais são os seus planos para o dia de hoje?”. Ele respondeu: “Vou encontrar meus amigos, o carro do Leonardo tem algo errado e vamos checar. Depois quero ir em uma loja comprar brocas novas e volto para casa à noite. Espero que você faça algo delicioso para jantar” e piscou o olho para mim.

Após essa resposta, perdi o resto da paciência. “Ajudar o Leonardo? Comprar algumas brocas novas? Onde está o seu filho nessa lista?” — perguntei. Yuri respondeu com uma cara de desdém: “Meu filho? Você está sempre levando ele em vários lugares, o garoto está sempre ocupado. Não posso descansar no meu dia de folga?”

“Então, estar com seu filho é um trabalho? Você não passa nem uma hora com ele, sempre tem coisas mais importantes para fazer” — Já não conseguia esconder meu ressentimento e minha voz estava trêmula.

Meu marido continuou: “Como posso passar um tempo com ele se está sempre com você? Sempre no xadrez, ou na aula de pintura, talvez eu quisesse ver futebol com o meu filho!”

Respondi: “Então, vá e faça!”

Yuri bateu a mão na mesa e correu para o quarto do filho. Ouvi de longe: “Oh, olha quem acordou! Vamos patinar no gelo?” Com um grito alegre, meu filho respondeu que “SIM!” Quase não acreditei, meu marido iria mesmo cancelar seus planos e levar nosso filho para patinar?

Meu marido e meu filho saíram, e eu fui deixada sozinha em casa. Não precisava preparar o café da manhã e depois lavar uma montanha de pratos. Poderia tomar meu café em paz. Foi o que fiz e liguei para Estela. Fazia muito tempo que queríamos ir às compras e ir em uma doceria nova que abriu.

Consegui fazer tudo que eu queria. Até fiz a manicure bem no meio do shopping. Estela é uma mãe tão cansada quanto eu, mas sua filha é mais velha e muito independente, então é mais fácil para ela.

Voltei para casa apenas à noite. Tirei meu casaco e meu filho veio correndo em minha direção. Ele me contou tudo que fez com o pai enquanto o Yuri permanecia em silêncio, apenas me olhando com um olhar de orgulho.

Passada a euforia. Eu disse: “Rapazes, panquecas?” — E os dois gritaram um “SIM!”

Um mês se passou desde aquele domingo que me tornei a mãe mais feliz do mundo. Yuri ensinou nosso filho a patinar, eles vão ao ringue de patinação duas vezes por semana e, finalmente, consigo ficar um pouco sozinha.

“MÃE”, ouvi um barulho alto do corredor e meu filho veio em minha direção. “Quando o papai chega? Temos que montar a árvore de Natal”. Dei uma olhada no relógio e respondi: “Ele chega em breve, filho”.

O pequeno saiu correndo feliz. Toda mãe precisa de ajuda, e é dever do companheiro ajudar. Às vezes, é preciso dizer isso ao seu cônjuge.

Mães, com que frequência vocês conseguem encontrar um tempo para si mesmas? Conte para a gente na seção de comentários.

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