"Não esperei nem 24 horas’’, a bela história de adoção da família que acolheu uma menina adolescente

Crianças
há 1 ano

Carina Henzel é gaúcha e moradora de São Paulo. Ela queria ser mãe de uma menina, mas não gostaria de adotar um bebê. Sua história começou quando conheceu Sharon na fase de acolhimento. A menina já tinha mais de 8 anos de idade. O desejo da adoção surgiu tempos depois, de forma natural. A partir daí, as duas nunca mais se separaram.

Nós do Incrível.club não temos nenhum preconceito e sabemos que o amor de mãe não tem regras e pode vir do coração, para além dos laços sanguíneos. O que importa mesmo é o sentimento, que pode nascer em qualquer fase da vida. Mergulhe nesta história e se emocione com a gente. Confira!

Abriu seu coração para a filha adolescente

O encontro entre Carina e sua filha Sharon se deu de uma maneira incomum em um processo de adoção. Ela decidiu não adotar um bebezinho, pois queria ter a experiência de vivenciar a maternidade tardia. Sua filha entrou em sua vida quando tinha 15 anos. “Sempre brinco ao contar que meu bebê nasceu com 1,60 m de altura, 50 kg e com o pezinho calçando 37”, disse em uma entrevista.

Sharon chegou no acolhimento com 7 anos de idade, e lá ficou até os 15, quando foi adotada por Carina. "Tudo ocorreu de forma rápida e bastante tranquila. A espera só é longa para quem tem o perfil restrito. E é simples: não tem bebês para todos. Se o adotante é preparado para um filho de mais de 8 anos de idade, não vai esperar. No meu primeiro processo, não esperei nem 24 horas. Simplesmente não houve fila’’.

Amor puro, forte e com muitas trocas

Carina deposita confiança no poder que as mulheres têm para viver a vida. E, por isso, tem o sonho de fortalecer a filha com seus ensinamentos sobre o que é ser uma menina empoderada. ’’Amo mais as mulheres do que os homens. Entendo que as mulheres são o futuro do mundo. A energia do feminino para mim é sagrada, pois é a que dá origem à vida", contou.

As duas criaram um vínculo afetivo forte ao viverem diversas experiências. “Juntas, adotamos animais de estimação, organizamos o quarto dela para ficar com a sua personalidade, fizemos muitas viagens. Estive em shows da banda dela (aos quais assisti quase todos até hoje). Passamos pela chegada da certidão de nascimento e de cada boletim, que sempre está com notas boas. Cada conquista dela é uma experiência única. Ela é muito observadora e eu aprendo isso com ela. Me ensina a ser mãe”.

A chegada de mais uma menininha

Carina ouvia a música Portão, cuja letra fala sobre alguém que é tão esperado e amado que, depois que chega, é como se não houvesse antes. “Meu mundo, agora em diante, é como plantar um jardim. Não sei quanto tempo esperamos. Até que, um dia, enfim, você faz parte de mim”, diz a letra da canção interpretada por Ayrton Montarroyospostada por ela.

É com esse sentimento de esperança que ela decidiu aumentar a família e adotar mais uma garota. Dessa vez, Carina quer ter a experiência de maternar uma bebê, o que ela enxerga como iniciar a maternidade de trás para frente, já que começou com uma adolescente. "Me habilitei para uma segunda adoção em 2020. Estou na fila desde então. Dessa vez, uma menina de 0 a 2 anos. Por motivos egoístas de querer saber como é a experiência. Espero curiosa para conhecer a minha caçulinha’’, conta.

Acredita que contribui para um mundo melhor sendo mãe

Carina conheceu uma série de novos elementos e sentimentos com a chegada de Sharon. Com a filha, pode aprender a ser mais equilibrada, paciente e madura. Além de ver de pertinho o que é preparar alguém para a vida no mundo. "A busca constante por equilíbrio é meu maior desafio e aprendizado. Também me vejo mais madura e reflexiva sobre cada palavra que falo e cada atitude que tenho’’.

Ela também notou que é verdade que se cria os filhos para o mundo. “Essa é a maior responsabilidade que já senti. Eu, inclusive, duvidava que existisse culpa materna e hoje vivo esse sentimento”. Com a filha, ela nota que está tendo sucesso ao perceber as atitudes e educação de Sharon. “Contribuo para um mundo melhor por ela e percebo isso a cada vez que ela separa o lixo, se envolve em projetos sociais e demonstra respeito a outros seres vivos”, conta.

Não é burocrático, basta acolher as crianças mais velhas

Para ela, o processo de adoção é extremamente simples no Brasil. Carina está passando por uma segunda adoção, dessa vez, ao lado da noiva (foto acima). ’’A Dani chegou e adotou a Sharon no seu amor, no seu cuidado, e se fez mãe. Não a segunda mãe, mas, sim, a “mãe dois”. Dani adotou o sonho da maternidade e as meninas junto comigo’’, contou em uma publicação na sua rede social, onde fala sobre a adoção tardia.

Ela recomenda bastante reflexão para quem quer ser mãe ou pai. “Expectativas são saudáveis e ajudam nossos filhos e filhas a crescerem e se tornarem sua melhor versão. Idealização é perigosa e cruel. Se perguntem se são capazes de criar pessoas livres. Se são capazes de entender que dar limites e dizer não, não faz com que eles nos amem menos. Eduque pelo exemplo e olhe mais para seus filhos do que para telas de celulares. Entendam, apesar de tudo, que os filhos não são para nós, mas, sim, nós para eles, com limites que estabeleçam sempre uma relação saudável”.

Você conhece alguma outra história de adoção tardia, como aconteceu com o encontro entre Carina, Sharon e Dani? Você adotaria uma criança com mais de 8 anos? Compartilhe a sua opinião com a gente na seção de comentários!

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