A melhor coisa que fiz na vida foi adotar um cachorro cego
Muito provavelmente você já viu nas redes sociais avisos de pessoas que procuram donos para animais abandonados. Talvez você mesmo já tenha compartilhado esses avisos, principalmente porque ficou sensibilizado com a causa, mas não podia adotá-los. Mas será que realmente não pode? E se você tivesse optado por ajudar esse animal?
O Incrível.club recebe muitas mensagens com histórias que acontecem com nossos leitores. Hoje, queremos compartilhar uma que fala sobre como ajudar um animal abandonado.
E, se você quer ajudar ou adotar, confira este post com 19 instituições aqui do Brasil que cuidam de cães e gatos.
Olá! Gostaria de começar dizendo que é muito comum não darmos muita importância aos que vagam pelas ruas em busca de comida e que passam frio, lutando para se proteger. Temos muito pouco tempo, dinheiro e experiência para cuidar de um animal. E, além disso, os abrigos existem para isso; eles estão lá para resolver esses problemas.
Eu também pensava dessa forma. E tinha uma desculpa ainda mais forte: quase nunca estava em casa. Essa é uma causa importante, já que não podia deixar o animal sozinho. Como poderia ter um cachorro se não tinha tempo para cuidar dele? Calma, a resposta é lógica.
E foi assim que a minha história começou


Essa conversa eu tive com a minha irmã mais nova, que mora em outro continente. A primeira frase parece estranha, não é mesmo? Uma pessoa deve levar o cachorro para outra? Eu também achei estranho. Estava claro que o cachorro seria minha responsabilidade. Mas a criança que vive dentro de mim, que sempre quis ter um cachorro, escutou a criança que há dentro da minha irmã, que ainda quer ter um cachorro. Decidi ceder, escrevi para a pessoa e disse que estava comprometida a cuidar do animal. E comecei a me preparar.
Vamos falar dos cuidadores. Essas pessoas se oferecem voluntariamente para buscar possíveis donos para animais que vivem em abrigos. Eles têm vários ajudantes que compartilham notícias nas redes sociais. Eu escrevi para um e fui contatada por um desses cuidadores.
Depois disso, comprei tudo que considerava necessário (uma casinha, comida, coleira, etc.) e achei que tinha tudo sob controle. Mas não era bem isso.
O tamanho importa. Quem diz o contrário, simplesmente não tem experiência


Quando fui comprar a casinha, a primeira coisa que o vendedor me perguntou foi o tamanho do cachorro. Eu não tinha perguntado ao cuidador, nem pelo tamanho e nem pelo sexo. Quando perguntei a altura, me disseram que o cachorro tinha uma altura média, e que o vendedor entenderia. Eu perguntei “Médio como?” Me disseram que ’médio’ é quando o cão tem a altura do nosso joelho.
“Bom, essa altura está boa”. Além disso, eu não podia cuidar de um cachorro grande demais.
Não sei por que eu não fui até o abrigo para ver o cachorro. Afinal de contas, ele podia ser agressivo com estranhos, ou não gostar de mim. Quando tiraram o cachorro do carro, percebi que era enorme e estava com as pernas moles por causa do sedativo que havia tomado. Fiquei sem reação. Tínhamos quase o mesmo peso e ele quase não caberia na casinha.
Na entrada mesmo eles resolveram toda a documentação e me deram um cartão com a identidade do cachorro e onde eu deveria anotar todas as vacinas. O procedimento durou três minutos.
Conhecimento


No primeiro dia após a sua chegada o cachorro ficou encolhido no jardim. Eu levei comida e tentei fazer com que ele bebesse água, fazendo carinho com um pouco de medo. Quando meus amigos me pediam que eu mandasse fotos, eles me perguntavam se ele estava doente, ou se eu estava louca, pedindo que o devolvesse ao abrigo. Eu respondia que não tinha feito isso para em seguida devolver. Respondia que ele não estava doente, estava cego e triste. Na terceira manhã, ele veio até mim com o rabo balançando. Nesse momento eu percebi que nos daríamos bem. Até aquele momento eu não tinha certeza de nada. A partir desse dia, percebi que tinha um cachorro.
Queria cantar e dançar de felicidade.
No começo, o cachorro não queria entrar na casinha de jeito nenhum. Não percebi que ela poderia representar para ele uma armadilha, já que ele não via o mesmo que eu. E claro que, para ele, o desconhecido é sempre perigoso. Ou seja, a ideia da casinha foi muito ruim. Tudo bem que os 45 euros não me levaram à pobreza, mas não pensava em gastar esse dinheiro apenas para decorar o jardim.
Decidi não entregar os pontos. Colocava biscoitinhos para ele do lado de dentro, além de ossos e restos de carne. Pouco a pouco, o Alce percebeu que aquele era o lugar dele, e lá ele estaria a salvo. Foi uma grande vitória!
Quem é o nosso grande rapaz?
O caráter do cachorro, por incrível que pareça, se parece com o meu: conflitivo. Mas isso é um reflexo da sua cegueira e da sua vida complicada. O cuidador me contou que ele apanhou muito e chegou a levar um tiro. Ele ficou dois meses sem poder andar no abrigo municipal. Ou seja, teve sorte. Os cuidadores lutaram para que ele pudesse ficar mais tempo no local, já que os cachorros não podem ficar lá por muito tempo.
Isso quase ninguém sabe. Meus amigos não sabiam que os abrigos não são uma casa de campo onde os animais podem ficar com segurança até a velhice. Nossa cidade tem apenas dois abrigos. Em um deles, os animais ficam até encontrarem um dono. Mas esse abrigo é particular e o maior perigo são as infecções. No segundo, municipal, os cachorros agressivos ou com qualquer problema de saúde são sacrificados, porque é muito caro manter os animais por muito tempo. Meu cachorro veio justamente desse segundo abrigo.


Quase todas as pessoas que eu conhecia estavam contra o meu cachorro. Meu namorado tinha planos que eu não conhecia para a nossa vida que não incluíam um animal. Minha mãe, que veio me visitar, me disse que esse cachorro me levaria à desgraça. Os vizinhos chegaram a avisar a polícia algumas vezes. Até hoje eu escondo da minha avó que tenho um cachorro. Gasto um valor considerável com comida. Preciso comprar muita carne para ele. Apenas para comparar, meus gatos precisam de apenas 2 kg de alimento seco por semana; ele precisa de 20 kg a cada três semanas. Além disso, tive que comprar remédios.
Mas muitos amigos me apoiaram. Além disso, fiz amizade com o rapaz do açougue e uma amiga minha sempre me empresta um spray contra coceira. E para melhorar, os veterinários sempre estão dispostos a dar conselhos de maneira gratuita nas redes sociais.
De uma forma ou de outra tudo foi ficando mais tranquilo. O que no começo parecia uma catástrofe virou uma linda história.
O que fazer se você decidir adotar um animal de um abrigo?
- Não deixe de perguntar qual é o tamanho dele. Isso é importante para quem for comprar uma casinha, mas também é importante para saber se você tem capacidade, inclusive financeira, de cuidar dele.
- Tente visitar o animal antes, para vocês se conhecerem.
- Se você encontrar um animal que não pode cuidar, antes de deixá-lo em um abrigo, pergunte como elos lidam com animais abandonados.
- Se o animal não for agressivo e estiver saudável, melhor não deixá-lo em um abrigo; a melhor opção é colocar um anúncio nas redes sociais.
Se você nunca passou por isso, não se desespere, no final tudo se ajeita. O mais importante é dar um lar para os animais abandonados. Nada mais bonito do que a sensação de que você está fazendo o bem. E nada melhor do que acordar pela manhã sabendo que alguém está sempre disposto a um abraço acolhedor de bom dia.
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