O relato de uma mãe que teve gravidez ectópica e o poder feminino ao gerar um bebê após o ocorrido

Gente
há 1 ano

Ouvimos muito sobre o altruísmo, muitas vezes sem saber o que ele realmente é. No dicionário, essa palavra significa o “ato de amar o próximo sem esperar nada em troca”. E uma das formas mais concretas desse gesto é quando uma mulher decide ser mãe. Doar o próprio corpo para gerar uma vida. Acontece que imprevistos surgem. E é necessário superá-los para seguir adiante.

É o caso da fisioterapeuta Mayara de Oliveira Ribeiro, 30, que descobriu que estava grávida, mas se tratava de uma gravidez ectópica. O Incrível.club conversou com ela para saber como foi passar por esse processo. Com um relato emocionante de como a mulher e o corpo dela são poderosos e capazes de superar qualquer adversidade até realizarem o desejo de ser mãe.

A descoberta da gravidez ectópica

A felicidade veio à tona quando Mayara de Oliveira descobriu que estava grávida. Dois exames de farmácia foram feitos para checar se o resultado realmente era positivo. Correr até a clínica mais próxima para fazer ultrassom e ouvir do doutor: “ainda está no início, não é possível saber onde está alojado no útero, mas seus resultados de sangue deram positivo”, enquanto detalhava ao passar o gel na barriga e ao ilustrar o que dizia numa tela com uma imagem cinzenta.

Com 8 semanas, mais uma ida ao doutor. Nada de visualizar o embrião no útero. Dores abdominais em Mayara surgiam. Algo estranho acontecia. O médico solicitou um ultrassom mais específico, onde foi possível, por fim, visualizar o ser que crescia ali. Acontece que o desenvolvimento do bebê ocorria em uma das trompas. Foi quando houve o diagnóstico de uma gravidez ectópica (leia sobre na página 49 aqui).

O processo foi doloroso e de autoconhecimento

No caso de Mayara, foi necessário retirar a trompa onde o embrião estava alojado. Para ela, essa foi uma notícia dolorosa e difícil de processar. A fisioterapeuta se submeteu a uma cesária. E lidar com o desconhecido não foi fácil. “Passei por um processo de luto. Mas muitos não enxergavam como tal. Apenas perguntavam se a minha recuperação estava indo bem. Não se preocupavam quanto ao meu sentimento de perda de um filho”, desabafou ao detalhar que tanto o psicológico quanto o físico são abalados nesses casos.

Durante a recuperação, o medo batia na porta: “Será que sou incapaz de ser mãe? Será que não vou conseguir engravidar outra vez?” questionava. O processo de recuperação é lento e requer paciência. Sem muitos movimentos. De repouso. Longe dos familiares por viver em outro país. E enfrentando seus medos mesmo debilitada. “Meu marido me apoiava. Um trabalho em equipe teve de ser colocado em prática”, detalhou.

A força interior foi a melhor aliada para a superação

Ao buscar informação, Mayara de Oliveira percebeu que nem tudo estava perdido e que os medos eram apenas obstáculos desconhecidos. O sonho de ser mãe poderia ser realizado. Mas dessa vez, com planejamento. A profissional de saúde precisou de uma histerosalpingografia — exame feito para saber se a outra trompa estava saudável e, se possível, ter uma nova gravidez.

A gestação tão esperada

Após um ano de acompanhamento médico, chegou a hora da retirada do anticoncepcional — implantado no braço logo após a cirurgia. Expectativas foram criadas. A qualquer momento poderia surgir outro teste positivo de gravidez. Depois de 3 meses, os dois riscos vermelhos no exame de farmácia nunca foram tão vivos.

Para Mayara, foi uma felicidade enorme saber da novidade. “Eu acreditei no meu corpo e em mim. Acreditei na ciência. E superei os meus medos”, ressaltou ao dizer que se sentia orgulhosa ao se tornar mãe outra vez. Em qualquer passeio, uma peça de roupa para bebê era admirada ou comprada. O afeto veio à tona por um serzinho tão pequeno que cresceria no ventre da mãe.

O nascimento de Mel

Mel Araújo de Oliveira decidiu vir ao mundo no dia 13 de maio de 2020. A mamãe Mayara deu à luz às 20h10, após sete horas de trabalho de parto. Mel veio de maneira natural em uma casa de parto humanizado. O bebê nasceu de 36 semanas, com 2,090 kg e 44 cm. Apesar da prematuridade, ela veio saudável, com o poder e a força de superação da mãe, dispensando a necessidade de uma incubadora. Clique aqui e leia o relato sobre o parto da Mayara.

A partir do nascimento deMel, o altruísmo começou a se tornar “palpável”. Com uma amamentação livre, Mayara se doa todos dias: seja na alimentação, na atenção, no carinho e até mesmo na renúncia de atividades que antes faziam parte de sua rotina. O amor de mãe e os instintos floresceram repentinamente. E a ciência provou que pode ser uma das melhores aliadas de uma mulher em busca de seus objetivos. Ou vice-versa. O sorriso de Mel abaixo comprova isso.

Você já ouviu falar sobre gravidez ectópica? Conhece alguém que passou pelo mesmo que Mayara? Compartilhe seu relato de gestação e parto nos comentários abaixo.

Comentários

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Estou de repouso, devido ao mesmo acontecimento, planejei ter o segundo filho e infelizmente tive gravidez ectopica que demorou 10 dias para diagnóstico, já tinha hemorragia interna severa, já estava anêmica! A demora para um diagnóstico põe em risco nós mulheres! Isso deveria mudar, li inúmeros relatos que aconteceram a mesma coisa. Passei por 2 plantões diferentes em um hospital, fui pra um terceiro plantão em outra cidade, por fim peguei médica particular que não percebeu de cara, pra só então adiantando um ultrasson que queriam esperar pra fazer eu ver a gravidez ectopica e ser operada com urgência às pressas e com risco já de vida ! É muito doloroso o pós cirúrgico além de desenvolvermos um trauma e uma dor emocional que massacra ! Um luto todo dia! Mas ler relatos de mulheres que superaram nos anima ! Eu digo, se estiverem grávidas e sentir sensação de estufamento não exitem em procurar um bom profissional pra fazer exame de imagem !

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