15 Obras de arte polêmicas que deram o que falar

Arte
há 3 anos

A história da arte não poderia ter sido escrita sem a intervenção de artistas inovadores e transgressores, que ousaram desafiar as tendências estéticas, os costumes de sua época e até mesmo o seu próprio estilo. Cada desafio artístico e conceitual trouxe novas abordagens, criando obras emblemáticas que conseguiram romper padrões.

A equipe do Incrível.club admira as obras de arte e por isso vai compartilhar com você, leitor, uma lista com 15 obras polêmicas e importantes para a história da arte. Acompanhe!

1. Mona Lisa de Leonardo da Vinci

Também conhecida como La Gioconda, essa pinturaóleo feita por um dos maiores mestres da arte renascentista, o italiano Leonardo da Vinci, entre 1503 e 1519, sempre foi alvo de polêmicas, principalmente anos após a sua criação. O rosto retratado é de Lisa Gherardini, esposa de Francesco del Giocondo, um casal nobre. No entanto, o que parece ser apenas um retrato convencional da época sempre foi examinado e analisado, pois críticos acreditam que a pintura traz mensagens ocultas. Além disso, trata-se de uma obra inovadora para a época, pois Leonardo da Vinci a pintou com uma técnica chamada sfumato, que consistia na eliminação dos contornos entre o fundo e a personagem.

A obra está exposta permanentemente no Museu do Louvre, em Paris, e é uma das pinturas mais visitadas no museu.

2. Cesto de frutas de Caravaggio

Pintada em 1596, em pleno período Barroco, essa obra do italiano Caravaggio é considerada revolucionária. Mas, talvez, seja loucura pensar que exista um transgressor por trás de uma cesta de frutas. A importância histórica e a controvérsia consistem em Caravaggio ter sido o primeiro artista a criar uma natureza morta italiana. No restante da Europa, esse tipo de pintura já tinha sido feito.

Anteriormente, em outros períodos artísticos, as frutas eram representadas em cenas pictóricas apenas como ornamentos; razão pela qual essa mudança de perspectiva, colocando as frutas como protagonistas, significou um grande passo na composição artística.

A pintura está atualmente em exibição na Pinacoteca Ambrosiana de Milão, na Itália.

3. A Ronda Noturna de Rembrandt

A pintura A Ronda Noturna foi feita em 1642 pelo artista holandês Rembrandt. De estilo barroco foi encomendada pela Company of Arquebusiers de Amsterdã, para decorar o Grande Salão da sede dos militares. Aparentemente, a pintura mostra nada mais do que uma cena militar, no entanto, o trabalho levantou muitas questões ao longo do tempo.

Segundo o cineasta britânico Peter Greenaway, em seu filme Nightwatching, a pintura representa um crime, uma conspiração descoberta pelo próprio Rembrandt, que expôs o culpado de maneira sutil, conceitual e simbólica.

Atualmente, o quadro pode ser visto no Rijksmuseum, em Amsterdã, na Holanda.

4. Madame X de John Singer Sargent

O Retrato de Madame X ou, simplesmente, Madame X é uma obra do pintor italiano John Singer Sargent e que também causou polêmica em 1884. Isso porque o pintor tinha prometido manter em segredo a identidade da modelo, a esposa do banqueiro francês Pierre Gautreau. Mas, quando a pintura foi exibida no Salão de Paris, todos a reconheceram e foi um grande escândalo na época vê-la usando um vestido justo e decotado.

O problema ficou insustentável para o pintor, que precisou fugir de Londres. Atualmente, essa obra pode ser vista no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, nos EUA.

5. A Noite Estrelada de Vincent van Gogh

Sem dúvida, o pintor holandês Vincent van Gogh foi um dos artistas mais controversos da história da arte, não apenas por sua personalidade difícil, mas também por seu triste destino como artista. O pintor vendeu uma única obra durante a vida, e apenas após a sua morte seu trabalho foi reconhecido, tornando-se assim um dos artistas mais famosos da história.

A Noite Estrelada é uma das pinturas mais famosas de Van Gogh, uma mostra indiscutível do pós-impressionismo. O artista a criou em 1889, enquanto estava hospitalizado em um hospício. Na sua época, ninguém entendia seu estilo inovador. O céu estrelado de Van Gogh se assemelha às fotografias feitas da galáxia, fato que o artista não poderia ter visto em seu tempo.

Atualmente, a pintura pode ser vista no Museu de Arte Moderna em Nova Iorque.

6. O beijo de Gustav Klimt

Ainda que essa obra possa ser vista estampada em camisetas, cadernos e até almofadas, O Beijo, do austríaco Gustav Klimt, foi uma sensação em 1908. A pintura consiste em um homem e uma mulher entrelaçados e cobertos por estampas douradas e coloridas, no estilo art nouveau. A polêmica estava ligada à identidade dos personagens. Uma das hipóteses levantadas era de que o pintor teria feito pela primeira vez um autorretrato ao lado da estilista Emilie Flöge, sua parceira romântica. A pintura seria uma declaração pública de amor incomum.

7. A Fonte de Marcel Duchamp

A Fonte, do francês Marcel Duchamp, uma das obras mais controversas do século XX, é considerada um divisor de águas, inaugurando, assim, a era pós-moderna, e o chamado ready made (apropriação de algo já pronto como obra de arte). A obra foi apresentada em 1917 à Sociedade de Artistas Independentes, que rejeitou o trabalho por não considerá-lo uma obra de arte.

Trata-se de um urinol, assinado com um pseudônimo e nada mais. As questões por trás de sua criação são claras: o que transforma a arte em arte? Uma instituição diz isso ou alguém avalia?

Essas perguntas desafiadoras e atuais formaram os pilares de um novo estilo de arte.

8. A Persistência da Memória de Salvador Dalí

Com certeza, o espanhol Salvador Dalí foi um dos artistas mais polêmicos do mundo da arte e essa é uma de suas pinturas mais replicadas e famosas. A Persistência da Memória possui em si uma atmosfera onírica, representando o tempo “diluído” ou “suave”. As interpretações têm sido diversas, no entanto, o autor apenas relatou que a ideia dos relógios derretendo surgiu depois de ver um pedaço de queijo camembert derretendo ao sol e por causa da teoria da relatividade de Einstein.

A controvérsia da pintura é gerada a partir da sua concepção surrealista, uma vez que o estilo pictórico adotado por Dalí, inspirado nos sonhos, carecia de credibilidade para alguns críticos.

9. Guernica de Pablo Picasso

Em 1937, o artista espanhol Pablo Picasso pintou uma obra que comoveria profundamente o mundo. A pintura a óleo, de grandes dimensões, é uma “declaração de guerra contra a guerra e um manifesto contra a violência”. A cena foi inspirada no ataque alemão à cidade de Guernica, que deixou a população devastada. Usando o cubismo, Picasso aludiu fielmente à barbárie cometida, que provocou opiniões díspares entre os franquistas e a oposição.

A pintura, um ícone da Guerra Civil Espanhola, está atualmente em exibição no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madri, na Espanha.

10. Autorretrato com colar de espinhos e beija-flor de Frida Kahlo

Esse autorretrato feito pela artista mexicana Frida Kahlo em 1931, intitulado Autorretrato com colar de espinhos e beija-flor, foi, sem dúvida, uma das obras mais emocionantes, mas também polêmicas, da artista. A obra traz o retrato da pintora com dois animais — um macaco e um gato preto — , enquanto usa um colar de espinhos com um beija-flor pendurado.

Quando Frida pintou esse autorretrato, tinha se divorciado do também pintor Diego Rivera, que lhe fora sempre infiel. O quadro está carregado de simbolismo: o macaco preto faz alusão a um macaco-aranha que o seu ex-marido lhe deu uma vez; a pantera negra é um símbolo da má sorte; e o beija-flor era o pássaro que representava Huitzilopóchtli, o deus asteca da guerra.

Frida usou seus recursos visuais, conceituais e simbólicos para criar essa obra como uma denúncia do amor “espinhoso” vivido com Rivera, que a havia machucado por tanto tempo. Atualmente, a pintura pode ser vista no Harry Ransom Center, em Austin, no Texas (EUA).

11. Ritmo de Outono de Jackson Pollock

O americano Jackson Pollock foi um artista inovador, que usava a action painting, uma técnica em que a tinta era jogada na superfície da tela para passar movimento, velocidade, autenticidade. Pollock também contribuiu para o expressionismo abstrato com os seus trabalhos. O quadro Ritmo do Outono (Número 30) foi produzido em 1950 com uma variante da action painting, chamada dropping, que é basicamente o gotejamento de tinta acrílica.

O estilo radical de Pollock não foi muito apreciado no início; ninguém conseguia entender uma ruptura tão formal com o estilo artístico da época. Como era possível que um quadro com tintas espalhadas na tela e com manchas sem sentido aparente fosse considerado arte? Hoje, no entanto, o trabalho de Pollock é avaliado em milhões de dólares. Atualmente, a pintura pode ser vista no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, nos EUA.

12. Latas de Sopa Campbell de Andy Warhol

A obra Latas de Sopa Campbell do artista americano Andy Warhol, criada em 1962, é um ícone da arte pop. No entanto, quando foi exibida, causou indignação, pois o estilo artístico da época era o expressionismo abstrato, cuja filosofia e técnica conceitual tinham valores estéticos quase místicos, muito distantes do evidente comercialismo da arte pop. No entanto, em pouco tempo, o nome de Warhol se tornou um dos mais populares da época e o seu trabalho, um dos mais valiosos.

13. As obras de grafite de Banksy

O nome de Banksy é polêmico por si só, já que o artista britânico intervém em muros urbanos sob esse pseudônimo, mas se mantém em completo anonimato. Seu trabalho é essencialmente grafite com uma perspectiva social, filosófica, política etc., com críticas muitas vezes disfarçadas de ironia, sátira ou ilusão de ótica. Sua identidade oculta é o que tornou seu trabalho misterioso. Geralmente, as obras são feitas em locais públicos e, às vezes, difíceis de acessar.

A última polêmica envolvendo Banksy foi com a obra Garota com Balão. Ela foi leiloada, mas, depois de ser vendida pelo equivalente a 7,242 milhões de reais (1,300 milhão de dólares), escorregou da moldura, a qual escondia uma trituradora, e foi despedaçada.

14. Minha Cama de Tracey Emin

Minha Cama (My Bed) é uma intervenção artística realizada pela artista britânica Tracey Emin em 1998, exibida em 1999. Basicamente, o trabalho mostra uma cama de solteiro bagunçada, com objetos de uso diário e pessoal espalhados pelo quarto. Tracey inspirou-se na sua própria depressão, quando passou quatro dias na cama sem comer.

A polêmica surgiu ao levar um espaço íntimo ao museu. Trata-se de uma peça representativa do pós-modernismo, em que o discurso da artista tem mais importância do que a técnica. A provocação não foi bem-recebida na Inglaterra, no entanto, o trabalho conseguiu ser vendido pelo equivalente a 16,998 milhões de reais (2,8 milhões de euros).

15. Comediante de Maurizio Cattelan

Se Duchamp já havia questionado o que deveria ser considerado arte e ou não em 1917, no século XXI essa pergunta continua atual. Em 2019, o artista italiano Maurizio Cattelan exibiu a obra Comediante (Comedian), que é basicamente uma banana fresca presa à parede com uma fita adesiva.

Obviamente, o trabalho causou muita comoção e furor, pois foi considerado uma obra questionável, especialmente ao ser avaliada em 666,7 mil reais (120 mil dólares). O mais surpreendente foi que alguns colecionadores compraram duas edições da peça.

Alguns críticos não aceitaram bem essa obra e outros artistas também não; por exemplo, houve um artista que comeu a obra e a renomeou como “artista faminto”.

O que achou dessas obras de arte? Você acha que a polêmica gerada por elas é realmente relevante? Já viu algum desses trabalhos artísticos pessoalmente? Deixe sua opinião nos comentários.

Imagem de capa banksy / Instagram

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