Que historia foda demais !
Vovô crocheteiro confecciona bonecas inclusivas e mostra a importância da representatividade
Inclusão não se trata apenas de formular os direitos básicos, como o próprio nome sugere: eles são básicos. Precisamos também mostrar às nossas crianças, e também a todos, que é no dia a dia e nos detalhes que podemos fazer a diferença. Visto que a diversidade é uma parte vital para o convívio em sociedade.
Para muitos, uma simples boneca não quer dizer nada, mas a formação de valores de um ser humano começa desde a infância, algo por volta dos 5 aos 14 anos. Então, por exemplo, como uma criança com vitiligo poderia se sentir quando, durante toda a vida dela, todas as suas referências fossem com uma aparência completamente diferente da sua?
O Incrível.club, então, conversou e também reuniu trechos de uma entrevista para retomar o trabalho desse vovô que teve um carinho especial na confecção de sua arte e decidiu mostrar para todos o quanto a inclusão é essencial. Confira só um pouco mais desse trabalho tão especial.
Relembrando como tudo começou
“Há muito tempo eu tenho contato com o crochê por causa da Marilena, minha esposa, e eu achava que era complicado. Em 2016 eu tive um infarto, trabalhava fazendo salgados, doces, tinha vários clientes, mas perdi todos eles e não consegui recuperar.
Por causa disso, comecei a ficar um tanto quanto estressado porque fiquei muito tempo parado. Eu tinha medo de trabalhar, fiquei com poucas encomendas, mas não tinha como me manter. Foi então que me interessei pelo crochê.”
Em outra entrevista, ele também contou: “Não foi um processo fácil, eu sou um homem extremamente agitado. Foi preciso paciência para ler, mas não desisti e fui até o fim para aprender”.
Como surgiu o interesse em fazer as bonecas
“Com o tempo, começaram a chegar muitas encomendas de amigurumi, que é uma técnica japonesa, e eu comecei a ficar encantado com isso. Eu encontrei beleza nesse trabalho. Queria fazer alguma coisa fora da caixinha. Então, fiz vários bichos bolas para treinar até enjoar, foi assim que tive a ideia de fazer uma boneca.
Essa boneca, a Vilitinda, é um combo: pedaço de um, corpo da outra, rosto de outra, e fui montando. Mas pensei: uma boneca todo mundo tem, eu vou fazer alguma coisa que me represente. Eu fiz uma boneca para me representar e, no fim, representa todo mundo.”
Como foi o seu processo quando descobriu que tinha vitiligo?
“O processo foi natural, estava com 38 anos. Isso nunca me preocupou ou atrapalhou meu percurso. Esse capital diferencial sempre me protagonizou. Sou de aceitar as situações (desafios) como se apresentam. Não tenho como hábito valorizar o lado ’ruim’.”
Qual foi a história mais emocionante que você viu durante o seu trabalho com as bonecas inclusivas?
“Foi a minha primeira encomenda: uma garotinha com vitiligo viu a postagem da foto da boneca Vitilinda. Escreveu uma carta para o Papai Noel pedindo que ele lhe desse a Vitilinda, pois era parecida com ela. Quando o Papai Noel lhe deu a Vitilinda, não largou mais. Tenho tantas outras histórias, mas essa foi o pontapé para minha jornada.”
Atualmente, quais trabalhos tem desenvolvido?
“Fazemos trabalhos com bonecas inclusivas e temos um projeto pronto que se chama ’Vitilinda, Protagonizando e Colorindo as Diferenças’. Funciona basicamente assim: revistinhas com histórias contadas de forma lúdica que levam informações sobre vitiligo, outras doenças e deficiências. Inclusive, estamos à procura de patrocínio!”
Por último, que conselho você mandaria para as pessoas intolerantes?
“Sinto um enorme prazer em saber que existem muitas pessoas felizes com o meu trabalho. Crianças que receberam a boneca e são gratas. O momento é esse, precisamos mostrar a cara do Brasil. Eu vou continuar na linha da representatividade.”
“Somos todos diferentes e iguais em nossas diferenças. Viver nossas diferenças é um direito inalienável e um exercício de liberdade. Diversidade sim, intolerância, preconceito imaginativo e capacitismo, não!”
O que achou do trabalho do vovô? Você já fez ou conhece alguém que confecciona suas próprias peças? Compartilhe o trabalho conosco nos comentários. ?
Comentários
Adoro essas historias incriveis!
ACHEI MUITO BOA A IDEIA

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