Você pode viver na cidade do futuro que é uma megapirâmide
O ano é 2160. O lugar? O oceano Pacífico. Na costa do Japão. O mar parece calmo. Pelo menos a superfície... O fundo do mar está rachando agora. Buumm! A Terra se abre, e o magma jorra. A rachadura no fundo do mar provoca um terremoto e uma enorme quantidade de energia é lançada no oceano. E agora a gravidade é envolvida, puxando a água para baixo e fazendo com que ela se mova cada vez mais rápido. É um tsunami! Uma onda tão alta quanto um arranha-céu segue em direção a Tóquio a 800 km/h! Isso são milhões de toneladas de água! Seria incrível tirar uma foto dele, mas não há tempo para admirar a força da natureza. O tsunami está prestes a atingir a Baía de Tóquio! Ele avança pela costa e começa a atacar a maior estrutura do planeta, a Megacidade Pirâmide de Tóquio, de 2 quilômetros de altura. Isso é cinco vezes a altura do Empire State Building!
Imagine se toda a população de uma cidade brasileira média vivesse e trabalhasse em um prédio. A Megacidade Pirâmide de Tóquio, ou MPT, consegue receber 750.000 pessoas ao mesmo tempo. Incrivelmente... A estrutura resiste ao impacto e a maior parte da energia do tsunami parece ter simplesmente desaparecido. Dessa vez, a engenharia encarou a natureza!
A MPT foi construída pela empresa Shimizu, que foi fundada em 1804! A pirâmide é a estrutura mais estável nas redondezas. Se você não acredita em mim, vá ao Egito e veja a Grande Pirâmide de Gizé. Ela está de pé há 4.500 anos e ainda está forte. A MPT foi construída sobre a água e consiste em 204 pirâmides individuais, que se parecem com cachos de uvas empilhados uns sobre os outros, num total de oito camadas. Só que, neste caso, cada uva é do tamanho de um cassino de Las Vegas!
A MPT é na verdade oca... E é assim que se defende de tufões e tsunamis: não encara o vento e as ondas de frente, mas deixa toda essa energia passar direto por ela. Robôs e sistemas de controle autônomos comandam o lugar, que funciona com energia solar, eólica e das ondas! As pirâmides são ligadas por passagens, que somam ao todo quase 140 Km. Elas conectam tudo e são mantidas por inteligência artificial, que sempre apresenta a maneira mais rápida de ir da Pirâmide A à Pirâmide B.
A MPT é obviamente a cidade do futuro... Mas a tecnologia humana ainda não está pronta para isso. Originalmente, os engenheiros decidiram instalar a pirâmide sobre 36 colunas, todas enterradas no fundo do oceano. Se você construísse uma pirâmide desse tamanho de aço e concreto, teria uma pressão de 50 milhões de toneladas de carga sobre ela mesma. A MPT entraria em colapso pelo seu próprio peso e implodiria no oceano. É preciso de algo mil vezes mais leve que concreto e mais forte que aço.
Então, que material futurista é esse? Olhe para este velho carinha. Foi o o primeiro carro do planeta com motor de combustão. Ele encarou as ruas em 1885. E este foi o primeiro satélite artificial que os humanos lançaram no espaço. Bastou um pontinho evolutivo para ir da primeira carruagem sem cavalos ao nosso primeiro voo espacial. Essa MPT não está parecendo tão absurda, podemos fazer qualquer coisa! A solução é o carbono e ele está em toda parte: no grafite do seu lápis e no diamante de uma coroa, ou em um anel ou uma broca industrial.
Mas não precisamos apenas de carbono comum, e sim de grafeno, que é um tipo de carbono com qual podemos fazer nanotubos. Eles são mais finos do que um cabelo humano, e 400 vezes mais fortes do que o aço. E o mais importante: são leves! Os nanotubos não são afetados por produtos químicos, oxigênio ou água... isso é perfeito para a MPT! Essa é apenas uma maneira elegante de dizer que a coisa não vai enferrujar! A Shimizu tem planos para fazer uma estação de energia na lua, uma cidade subaquática, transformar o deserto do Saara em um enorme oásis e muito mais. Mas eles não são os únicos a mudar o planeta.
A Holanda tem o tamanho de dois estados americanos de Nova Jersey e cerca de 30% do país fica abaixo do nível do mar. Para protegê-lo da água, os holandeses construíram muitos diques. Mas isso foi apenas para defesa. Em 1986, os holandeses decidiram partir para a ofensiva e retomar parte da terra localizada no mar. A primeira barragem tinha 30 km de comprimento. Ela basicamente transformou uma baía em um lago. A segunda fechou com chave de ouro. Depois de 42 anos de trabalho, a Holanda ganhou uma província totalmente nova, maior que Los Angeles! Os humanos têm feito a mesma coisa no mundo todo, como em Hong Kong, nas Filipinas e na Itália.
Que tal construir coisas em terras que já são... Terras? Antes das missões da NASA a Marte, o projeto mais caro da história foi a construção do sistema de rodovias interestaduais nos Estados Unidos. Isso levou cerca de 35 anos para ficar pronto. Em termos monetários de hoje, custou o equivalente a cerca de 530 bilhões de dólares. Todo esse dinheiro financiou 74.000 km de estradas. Isso é quase duas vezes a volta ao redor do globo! Existem mais de 270 milhões de veículos nos Estados Unidos, mais do que no Japão, Brasil, Índia e Alemanha juntos!
Mais de 2.000 anos antes do primeiro automóvel, os romanos construíram uma enorme rede de estradas, com 80.000 km de comprimento. Com isso ligaram a Irlanda com o Egito e a Turquia com a Espanha. As estradas eram muito seguras e os viajantes podiam ficar em hotéis, jantar em cafés ou enviar uma carta no correio mais próximo.
Apenas cerca de 30% da superfície da Terra é efetivamente de solo. Os oceanos, rios e lagos do mundo são cheios de vida e parecia uma tarefa absurda catalogar tudo o que vive lá. Mas 2.700 cientistas de 80 países decidiram se unir para fazer isso. O custo disso: US$ 650 milhões.
Esses cientistas passaram 10 anos procurando por espécies novas e velhas. Foi um dos maiores projetos científicos já feitos. Eles descobriram cerca de 6.000 novas espécies de peixes, lulas e algas.
A Grande Muralha da China é enorme. São 20.900 km de paredes, barreiras naturais e trincheiras! Isso é cerca de duas vezes a distância do Alasca até a Austrália. Ela foi construírda ao longo de um período de 2.000 anos, sem caminhões, escavadeiras, eletricidade... Somente com a força de trabalho das pessoas!
Mas a China moderna não parou ali. Em dois anos, o país usou mais concreto para construção do que os Estados Unidos. Estradas, cidades, aeroportos... Tudo lá é enorme. A Barragem das Três Gargantas é definitivamente a Nova Grande Muralha da China, com mais de 2 km e 300 metros de comprimento e 180 m de altura. Você está vendo 3 vezes mais concreto e aço do que a Represa Hoover, nos Estados Unidos! Trata-se da maior estrutura de concreto do mundo e custou cerca de U$ 37 bilhões. Mais de um milhão de pessoas tiveram que fazer as malas e se mudar para abrir espaço para ela!
A Suíça tem o túnel ferroviário mais longo e profundo do planeta. Embaixo dos Alpes cheios de neve os construtores escavaram 56 km de túneis. Todos os dias, 200 trens de carga e de passageiros passam por ele. A quantidade de rocha retirada para fazer o túnel é quase igual a de cinco Grandes Pirâmides! A coisa toda custou cerca de US$ 12 bilhões.
O Egito é uma das nações mais antigas do planeta. Mas agora eles estão construindo uma das cidades mais modernas! Ela será do tamanho de Singapura e povoada com seis milhões de sortudos. Haverá apartamentos, prédios do governo, entretenimento... Até uma ópera. Ah, e um parque que vai fazer o Central Park parecer o quintal de casa. Quando ficar pronta, será a nova capital do Egito. Então, por que se preocupar? Bem, em 2050 o Cairo terá cerca de 40 milhões de pessoas! Parece que eles vão precisar de mais do que uma cidade!
Os primeiros voos para a lua custaram cerca de US$ 280 bilhões em valores atuais! Mas a SpaceX não está deixando os valores atrapalharem. A empresa planeja construir uma colônia em Marte com 1 milhão de pessoas até 2050. E afirmam que, assim que o programa começar, será possível comprar uma passagem para o planeta vermelho por cerca de US$ 100.000. Mas o maior projeto científico de todos os tempos é definitivamente a Estação Espacial Internacional. Ela pesa tanto quanto dois Boeings 747 e voa pelo espaço a uma velocidade de... 28.000 km/h. Simplificando, 8 km/s.
A estação orbita a Terra 16 vezes por dia e isso não sai nada barato. Felizmente, muitos países repartem essa conta. Mas este é definitivamente o serviço de quarto mais caro da galáxia. Custa US$ 10.000 para levar uma garrafa de água da Terra até a Estação Espacial. Ei, por esse preço acho importante perguntar: com ou sem gás?