Tartaruga gigante tida como extinta há mais de 100 anos é descoberta nas ilhas Galápagos
A tartaruga gigante de Fernandina é uma espécie endêmica de uma das ilhas do arquipélago de Galápagos, no Equador. O animal era considerado extinto desde 1906, por conta da atividade vulcânica do local, mas, em maio de 2019, uma expedição se deparou com o bicho.
Ainda que hoje a espécie de tartaruga esteja dentro da categoria de “perigo crítico”, o indivíduo encontrado é um adulto, com idade estimada em 112 anos. “Foi um momento incrível, e todos nós sentimos uma emoção indescritível”, disse um dos líderes da expedição.
O Incrível.club se sentiu muito animado com a aparição dessa espécie histórica. Por isso, quer compartilhar com a você a ótima notícia envolvendo a tartaruga, que provavelmente se reproduz no mesmo local.
O animal havia deixado suas marcas anos atrás
Duas pistas, uma encontrada em 2006 (mordidas em uma planta) e a outra em 2015 (restos de excremento), serviram para dar início a uma expedição na ilha Fernandina, a terceira maior do arquipélago de Galápagos. O lugar é uma reserva da biosfera desde 1985 e levou Charles Darwin a desenvolver sua famosa teoria da evolução das espécies (descrita no livro A Origem das Espécies) e que revolucionou para sempre a ciência.
A expedição para encontrar a tartaruga só foi possível com o financiamento privado
No fim de 2018, uma equipe do Animal Planet entrou em contato com o diretor do Programa de Recuperação de Tartarugas Gigantes de Galápagos, Wacho Tapia, para organizar uma viagem até Fernandina, onde gravariam um episódio para uma série exibida no canal. Tapia, que buscava financiamento para uma megaexpedição em busca do animal, se animou com a ideia e apresentou seu projeto, destacando, no entanto, que mesmo com todos os recursos, havia uma chance enorme de a tartaruga não ser encontrada — como ele mesmo recorda.
O lugar não era fácil de percorrer, mas mesmo assim, eles não deixaram de tentar
Apesar das dificuldades iniciais, Tapia e uma equipe obtiveram as autorizações necessárias e, em fevereiro deste ano, começaram a aventura. Os homens tinham apenas cinco dias para gravar o máximo que pudessem em Fernandina. Por isso, exploraram o local onde um guarda florestal e uma pesquisadora haviam encontrado as fezes do animal quatro anos antes. Os especialistas afirmam que analisar a área é uma tarefa complicada, já que a ilha, além de ser muito grande, possui 60% de sua superfície coberta por campos de lava.
Uma “cama” foi o indício de que eles estavam perto do lugar que tanto procuravam
Marcas da cama da tartaruga
Além disso, a equipe decidiu acampar perto do local onde rastros do animal tinham sido encontrados em certa ocasião. No terceiro dia, analisando a vegetação, os pesquisadores se depararam com a “cama” onde a tartaruga dormia. De imediato e com o coração disparado, Tapia ouviu alguém gritar: “Tartaruga! Tartaruga!” Todos correram e conseguiram visualizar a fêmea daquela espécie até então considerada extinta. “Aquela foi a mais importante conquista da minha vida, pois eu estava há 30 anos trabalhando na preservação de tartarugas. Foi como ganhar um Oscar”, explicou o líder da expedição.
Uma “senhora” de 112 anos, saudável e ativa
Posteriormente, foi solicitada uma permissão especial ao diretor do Parque Nacional Galápagos para transportar a tartaruga a um centro de pesquisa em Santa Cruz. No local, eles começaram a estudar a alimentação e o comportamento do animal, além de realizar diferentes exames de sangue. Os resultados concluíram que se tratava de uma tartaruga fêmea adulta com 55 cm. Sua dieta era à base principalmente de cactos e outras plantas da ilha. E apesar de sua idade, era muito ativa fisicamente e apresentava ótimas condições de saúde.
Avaliações vão determinar se é realmente um exemplar da espécie até então considerada extinta
O trabalho não chegou ao fim e a expedição pediu mais uma autorização, desta vez para o Governo do Equador, para enviar amostras de sangue da tartaruga à famosa Universidade de Yale, nos Estados Unidos, onde existem equipes e profissionais capacitados para confirmar se o animal pertence mesmo à espécie Chelonoidis phantasticus.
O time acredita que pode encontrar mais tartarugas como essa no mesmo lugar e em outras ilhas do arquipélago
As tartarugas gigantes chegaram a Galápagos há mais de 3 milhões de anos. As correntes marinhas espalharam os animais por diferentes ilhas do arquipélago e isso levou ao desenvolvimento de ao menos 15 espécies gigantes diferentes, sendo que duas delas estão extintas. “Me sinto esperançoso, pois espero que, em outros lugares da ilha, similares ao ponto onde fizemos a busca, encontremos uma ou várias outras tartarugas”, disse Tapia.
Em sua opinião, o que a descoberta do animal representa para a ciência e para a natureza? Acredita que podem haver outros indivíduos da mesma espécie em Galápagos? Comente!