Sou uma péssima mãe, mas meu filho é uma pessoa muito feliz
“Tenho dois filhos. Agora vejo que o mais velho chegou aos 18 anos por um acaso. Ele foi matriculado em todos cursos disponíveis na cidade, estudou inglês de todas as formas possíveis, chegando a frequentar escolas bilíngues”, conta a blogueira Galina Narozhnyaya.
“Meu filho mais velho viajou o mundo, aprendendo História e Geografia. Ia a teatros, museus e exposições pelo menos duas vezes por semana. Era amigo de jovens decentes, filhos de pais igualmente decentes. Porque eu era uma ótima mãe, e sonhava em ver meu filho como o melhor de todos, se formando na melhor universidade e construindo uma carreira profissional impressionante.
Depois de terminar o ensino médio, ele juntou suas coisas, se despediu de mim e viajou uns mil quilômetros até uma pequena cidade. Lá, se matriculou numa escola técnica e passou a morar numa residência estudantil.
Preciso explicar o que senti naquele momento? Acabei recorrendo a sessões semanais de psicoterapia. Soluçando, vivia me perguntando: “Como ele me faz isso? Eu fazendo tudo por por ele, e ele... Aquele ingrato!”
Em seguida, teve início uma profunda revalorização, longa e complicada. Precisava me livra daquelas sensações, parar de procurar culpados e retomar minha própria vida. Me livrei da necessidade de controle, da ansiedade e da superproteção. Aprendi a aceitar meus filhos como eles são, em vez de tentar fazê-los felizes à força.
Um ano depois, eu dizia diante do meu psicólogo que meu filho era um bom aluno na escola técnica, e que estava muito independente. Me gabava por meu filho ter amigos verdadeiros e que ele sorria mais do que quando morava na capital. Quando terminasse o curso, se alistaria nas forças armadas e depois entraria na universidade. Eu tinha muito orgulho dele.
Deixei de me culpar por não saber se ele tem dinheiro para viver, o que ele comeu hoje ou se está usando um agasalho quentinho. Por nunca ter visto os boletins com suas notas, por nos falarmos ao telefone apenas uma vez por mês e por nos encontrarmos pessoalmente uma vez por semestre. Que horror, não? Não.
Temos uma relação carinhosa, e nossos encontros são cheios de alegria verdadeira. Ele foi o primeiro a apoiar minha decisão de deixar a capital para morar perto do mar. Ele disse: “Mãe, a vida é uma só. Faça o que quiser”.
Como eu percebia o papel de mãe antes disso? Eu pensava que meu filho deveria:
- Estudar numa boa escola em período integral, tirando só as melhores notas
- Ter uma rotina diária, cuidar da higiene, comer bem
- Passar o dia todo ocupado (para não ficar na rua em más companhias, nem passar horas jogando no computador)
- Desenvolver-se em diferentes áreas, estudar música, fazer esportes, saber vários idiomas, robótica, etc.
- Conhecer o mundo.
Parece categórico? E isso nem é tudo. Meu filho deveria ter o máximo de experiências e decidir o quanto antes aquilo que queria fazer pelo resto da vida. E caso não pudesse decidir, então eu decidiria. Afinal, só eu poderia saber do que meu filho precisa
Hoje, vejo que só havia uma coisa nessas minhas atitudes: manipulação. Porque decidir pela criança o que é bom para ela não passa de manipulação. Cuidado é algo diferente: é dar ao filho exatamente o que ele quer. Ao oferecer o melhor para meu filho, não me dei conta do mais importante: ele não havia pedido nada daquilo.
Resumindo, o que os pais precisam fazer? Ensinar os filhos a viver por conta própria. Isso envolve amá-los, garantir segurança e, nesse espaço seguro, permitir que eles tomem suas próprias decisões e assumam a responsabilidade por elas.
E o que costumamos fazer? Vivemos a vida do nosso próprio filho, obrigando-o a cumprir nossas expectativas e realizar nossos sonhos.
Agora, meu filho caçula está na idade escolar. Eu o observo e aprendo com ele a curtir a vida. Nossa rotina é organizada de maneira confortável, lenta, sem pressa. Vejo incompreensão nos olhos das mães das crianças que estudam com meu filho: elas acham que, para se desenvolver, a criança precisa estar sempre ocupada, fazendo esportes, aulas de idioma ou dança.
Quando meu filho quer experimentar lutar boxe, vamos à academia. Ele quer ver um filme? Compramos ingressos para o cinema. Ele aprende inglês sozinho na Internet, e eu soube disso há pouco tempo, por acaso.
Na sexta-feira, ele não foi à escola. No sábado, passeamos pela orla o dia inteiro, comendo hot dogs e rosquinhas. Não temos nada planejado. A cada manhã, quando acordamos, decidimos como iremos passar aquele dia.
— Amor, estou escrevendo um artigo. Me diga uma coisa: você está feliz hoje?
— Estou 101% feliz.
— Por quê?
— Porque me sinto bem e estou feliz. Adorei como passamos o dia.
Por favor, ame seus filhos e viva sua própria vida. Não a vida deles".
Publicado com autorização da autora, Galina Narozhnyaya.
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