Se você nunca viu a borda da chuva, é por isso...

Curiosidades
há 7 meses

UAU! Uma gigantesca e turbulenta nuvem de temporal está se movendo na sua direção. Ela é completamente escura, e contrasta com o céu azul brilhante logo acima e atrás de você. Você vê um clarão ofuscante e, em alguns segundos, o estrondo ensurdecedor de um trovão. E então, a chuva começa a cair.

O vento aumenta, e você vê as copas das árvores se curvando em direção ao chão a quilômetros de distância, e se aproximando a cada segundo. Você congela no lugar, percebendo que não tem como escapar de qualquer maneira. Mas quando a chuva está quase te alcançando, ela para de se movimentar de repente. Apenas alguns metros à sua frente, há uma verdadeira enchente, e exatamente onde você está, o tempo está seco e até mesmo ensolarado. E logo depois, aquela nuvem furiosa da tempestade derrama suas últimas gotas e se dispersa.

Ver a borda da chuva é uma coisa rara, mas não impossível. A chuva tem que ser muito forte, para que o vento não desvie as gotas do seu fluxo na vertical. Se a chuva for fraca, você só conseguirá ver suas bordas de longe: ela parece uma névoa cinza cintilante que se estende do céu até o chão.

Agora a chuva passou, mas o vento ainda está soprando e ficando cada vez mais forte. Você vê as folhas voando em espiral e percebe que um tornado está prestes a se formar. Você corre o mais rápido e o mais longe que consegue, sobe um morro e só então para e se vira. Não tem nenhum tornado ainda, mas a nuvem que está por lá parece ameaçadora.

Outro clarão e mais um raio... Este atingiu uma árvore solitária perto de onde você estava! Ela pegou fogo e... Há uma coluna de chamas subindo em direção ao o céu. Ainda sem chuva, o fogo fica cada vez mais alto. Você já ouviu falar disso, mas nunca viu: um tornado de fogo.

Esse fenômeno ocorre quando o vento é pego em um círculo próximo ao chão por causa da diferença na pressão do ar. Esses minitornados são geralmente fáceis de se perceber, pois pequenos entulhos, poeira, areia e folhas sobem com ar e começam a voar em círculos rápidos.

Mas aí, se houver um ponto de fogo por perto, o funil pode pegá-lo e deixá-lo ainda mais forte, como se fosse um fole. As chamas giram e giram, chegando cada vez mais alto e criando, depois de um tempo, uma torre em chamas, rodopiante. Felizmente, os tornados de fogo têm vida curta e normalmente não causam muitos danos.

Se isso não bastasse, você ouve um barulho vindo de baixo. Não, não é a sua barriga roncando. É um barulho baixo e sinistro. Você olha para cima e vê luzes estranhas pairando acima do solo. Parecem bolas de luz cintilantes pairando no alto do céu. Sua garganta fica seca e você engole em seco. São as chamadas “luzes de terremoto”.

Este fenômeno é pouco compreendido, mas testemunhas dizem já ter visto em diferentes formas e tamanhos. Pode ser na forma de bolas de luz, relâmpagos, flâmulas e brilho constante no céu. Logo depois, acontece um forte terremoto. Os cientistas não conseguem explicar por que essas luzes aparecem, e também não é sempre que elas surgem. Alguns acreditam que elas sejam uma reação de gases subterrâneos liberados na atmosfera.

Como previsto, um terremoto tem início, mas para sua sorte, ele não é tão forte quanto você esperava. O chão está tremendo, mas você ainda consegue manter o equilíbrio. Ele para tão abruptamente quanto começou, e você volta para casa.

Mais tarde naquela mesma noite, você olha pela janela e vê algo incrível: um arco-íris! Mas já está escuro e a lua está brilhando no limpo céu noturno... Ah, espere, é exatamente isso: um arco-íris lunar! Esse evento ocorre raramente, e é semelhante a um arco-íris normal em tudo, exceto que aparece em uma noite clara de lua após uma chuva. Agradecido por um espetáculo desses, você vai dormir.

Na manhã seguinte, olha pela janela novamente e, de repente, o sol está praticamente encoberto e parece ser noite novamente. Você ouve um farfalhar ao longe e algo parecido com grasnidos. Perplexo, você olha para cima e não consegue acreditar no que está vendo: há milhares e milhares de pássaros no céu. Eles são tantos, que bloqueiam toda a luz do sol!

Isso é chamado de Sort Sol, ou “sol negro” em dinamarquês. Normalmente, isso só acontece na Dinamarca (daí o nome), onde vários estorninhos migratórios alçam voo ao mesmo tempo em busca de um lugar para passar o inverno. Eles são tantos que literalmente fazem o céu escurecer por alguns instantes. Mas, então, o que eles estão fazendo onde você está? Bem, essa é uma boa pergunta.

Ok, agora você foi magicamente transportado para a Antártica. Estamos em um universo imaginário, então tudo pode acontecer! Claro, você está devidamente vestido com roupas quentes e aconchegantes. Você olha em volta perplexo e percebe que foi transportado para as encostas do Monte Erebus, um dos muitos vulcões do continente gelado. Neste momento, ele está fervilhando lentamente, o gás está escapando de sua parte superior e pelas fissuras nas laterais.

O que chama sua atenção, porém, são as pilastras de neve ao seu redor. Elas são conhecidas como chaminés de neve, e se formam graças ao magma fervente por baixo. Ocasionalmente, expelem gás quente em direção à superfície, mas o frio externo interrompe o aquecimento. Como resultado, fumarolas são formadas: o gás quente congela assim que atinge o ar, formando esculturas de gelo peculiares. Elas formam finos fios de fumaça quase o tempo todo e crescem à medida que o gás tenta sair de lá de dentro.

Bem, já chega de frio congelante e vulcões. Hora de ir para climas mais amenos. Uouuu! E você está em Los Angeles. Olhe para cima! Logo acima há uma bela cascata de nuvens com arco-íris. Elas são chamadas de arco-íris de fogo ou arco circum-horizontal. Mais uma vez, é uma coisa rara, mas é muito mais provável que ocorra aqui em Los Angeles, do que, digamos, em Londres.
Arco-íris de fogo só aparecem quando as condições são adequadas: o local é perto do equador, o tempo está claro, há nuvens que parecem penas no céu e o sol está mais alto do que 58 graus acima do horizonte. Essas nuvens são de cristais de gelo e, quando os raios do sol os atingem, as partículas refratam a luz e criam um arco-íris. Uau.

Ops, indo para outro lugar novamente. Desta vez, você se encontra na Indonésia, olhando para outro vulcão. Seu nome é Kawah Ijen, e é a montanha de fogo mais bonita do mundo. Você o vê entrando em erupção lentamente, mas a lava fluindo bem devagar pela boca dele não é vermelha. Ela é azul!

Dentro do Kawah Ijen, há muito mais gás sulfúrico do que em qualquer outro vulcão. Quando a montanha entra em erupção, o gás sai sob extrema pressão. Assim que atinge o céu aberto, ele desencadeia uma reação química que deixa o fogo azul. Já viu um fogão a gás aceso? Aqui, o princípio é basicamente o mesmo.

Whoosh — E você está no frio intenso do Ártico. Ah, fala sério! Entretanto, assim que vê o oceano congelado, você esquece o frio completamente: há flores congeladas desabrochando na superfície! Frágeis cristais de gelo maravilhosos parecem brotar da fina camada do mar congelado.

Essas “flores” ocorrem apenas perto da costa ou em lagos quando a diferença de temperaturas acima e na linha de água é drástica: é necessário pelo menos 15 °C de diferença. Quando o gelo mais quente na superfície encontra o ar mais frio acima dele, o vapor d’água aparece e congela rapidamente. Isso cria estruturas frágeis e belas na superfície, que podem até ficar mais altas com o tempo.

Seu próximo destino não é muito mais quente. Ainda no Círculo Polar Ártico, mas na Sibéria agora. Estranhamente, a princípio você não vê nada ao redor, exceto um vale verde sem fim e um morro baixo nas proximidades. Mas, então, você percebe que o chão está tremendo. Outro terremoto?! Não! Você vê o morro tremendo como se estivesse prestes a explodir, e então... Ele realmente estoura.

Um BUMM ensurdecedor tira sua audição por alguns segundos, e pedras enormes voam em todas as direções como meteoritos. Quando você volta seu olhar para o chão, não há mais morro na sua frente. Em vez disso, há uma cratera enorme, larga e profunda. Você foi testemunha de uma explosão de permafrost, um fenômeno novo e pouco explorado.

A teoria principal é que às vezes se formam pequenos montes nas planícies congeladas da Sibéria, os quais são empurrados para cima pela expansão do gás natural que fica escondido embaixo. Em algum momento, esse gás pode explodir, levando a uma forte erupção, e o monte estoura como uma bolha d’água: um estouro enorme e extremamente perigoso.

Cuidado, tem uma pedra perdida voando bem na sua direção! ...Ufa, você foi transportado bem na hora! E ei, você está de volta em casa! A tempestade acabou e... Uau, o que são essas nuvens? Elas parecem extremamente assustadoras!

Bem, não se preocupe, elas são chamadas de nuvens mammatus e são perfeitamente seguras. Elas tendem a aparecer antes ou depois de uma forte tempestade ou furacão. Normalmente, nuvens se formam graças ao ar mais quente subindo, mas essas se formam devido ao ar mais frio que desce. Ele cria bolsões feitos de gelo e água, que caem em lóbulos distintos. Elas não duram muito tempo: 15 minutos no máximo e, então, se vão.
Você olha para essa cena, balança a cabeça e vai para casa. Isso é um pouco demais para um dia só.

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