Saiba mais sobre a ilha onde começou a paixão humana pelos gatos
Não é segredo para ninguém que os gatos são os animais de estimação preferidos de muita gente. Para você ter uma noção, só no Brasil, o número de bichanos presentes em residências gira em torno dos 24 milhões. Eles estão tão em alta que, de acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Pet Brasil, é possível que, muito em breve, os gatos ultrapassem os cachorros na preferência nacional: a estimativa é de que, em 2022, exista um bichano para cada cão no país. Mas você já parou para se perguntar como essa paixão humana pelos gatos começou? Fique sabendo que uma ilha no Mediterrâneo está por trás de tudo.
Neste post, o Incrível.club conta como teve início a cada vez mais crescente amizade entre os humanos e os bichanos.
Chipre, a ilha pioneira na domesticação dos gatos
Chipre (Cyprus, em inglês) é uma ilha situada no Mar Mediterrâneo e próxima de países como Síria, Israel e Líbano. Sua parte ao sul é a República de Chipre, integrante da União Europeia, enquanto o norte é ocupado pela Turquia. O local foi colonizado por gregos ainda na antiguidade, tanto que o grego é um de seus idiomas oficiais. Porém, no decorrer de sua longa história, recebeu também populações originárias dos então impérios assírio, persa e egípcio.
Mas qual a ligação entre Chipre e os gatos?
De acordo com a história tradicionalmente contada em Chipre, Helena, mãe do imperador romano Constantino, ordenou, no século 4, que gatos fossem levados do Egito para a ilha. Sua intenção era usar as habilidades naturais dos animais para acabar com uma infestação de cobras venenosas, o que ameaçava os moradores locais em meio ao clima desértico.
A versão não é comprovada e muita gente acha que ela não passa de uma lenda. O fato é que Chipre abriga a mais antiga prova da amistosa relação entre humanos e gatos e ela vem de séculos antes do nascimento de Constantino.
Uma amizade de mais de 9 mil anos
Quando especialistas do Museu de História Natural de Paris realizavam escavações na localidade de Shillourokambos, região ao sul de Chipre conhecida por conter registros de ocupação humana datando do período Neolítico, encontraram uma tumba contendo os restos mortais de um homem de cerca de 30 anos de idade e de um gato, que morreu com cerca de 8 meses. No túmulo, datado de 9.500 anos atrás, havia ainda utensílios como ferramentas e machados, o que pode indicar que o homem ocupava uma posição privilegiada naquela comunidade.
Como o humano e o felino foram enterrados bem próximos um do outro, ambos voltados para o oeste, os estudiosos acreditam que havia uma ligação afetiva entre eles. A descoberta prova que a humanidade já apreciava a companhia dos gatos muito antes do que se pensava.
Autor de um estudo sobre a domesticação de felinos, o biólogo Carlos Driscoll, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, considera que, como os gatos não são originários do Mediterrâneo, é possível afirmar que eles foram levados até lá em embarcações durante uma época em que a região chamada de Crescente Fértil começava a produzir e armazenar grãos. E não demorou para que os locais de armazenamento de alimentos passassem a atrair visitantes indesejados como ratos. Para especialistas como Driscoll, é aí que tem início a relação próxima entre homens e gatos. Afinal de contas, como sabemos bem, os felinos são muito úteis para o controle de certas pragas.
Mais gato do que gente
Hoje, moradores e turistas podem constatar o quanto os gatos se sentiram à vontade em Chipre. Os bichanos estão por toda parte na ilha, e são super dóceis. Quer eles tenham sido introduzidos para acabar com serpentes ou para manter os ratos longe da comida consumida pelos humanos, podemos dizer que chegaram para ficar.
Enquanto Chipre tem atualmente cerca de 1,2 milhão de habitantes, o número de gatos na ilha é estimado por grupos de proteção animal em 1,5 milhão!
Uma raça para chamar de sua
A forte presença dos bichanos em Chipre levou ao surgimento de uma raça de gatos originária da ilha, e que hoje é reconhecida oficialmente por entidades como a Federação Internacional Felina. O chamado Afrodite é grande, forte e musculoso, sem ser atarracado. Os pelos tendem a ser curtos ou médios, em praticamente qualquer cor.
Você é daquelas pessoas que não podem ver um gato que já querem correr para fazer um carinho no bichano? Tem gatos em casa? Deixe um comentário com suas impressões sobre esses animais e se tiver fotos dos seus pets, não deixe de publicá-las também!