Saiba mais sobre o “homeschooling”, que muitos pais vêm adotando

Psicologia
há 6 anos

Ultimamente, a educação das crianças em casa vem se tornando muito popular em países desenvolvidos. Nos EUA, de acordo com alguns dados, de dois a três milhões de crianças estudam sem ir à escola. Já na América Latina, a tendência chamada de “homeschooling” ainda não conquistou tantos adeptos. Como acontece com qualquer fenômeno novo, o sistema ainda enfrenta resistência por parte de muita gente. Além disso, a educação em casa pode gerar dificuldades que nem todas as crianças conseguem superar.

O Incrível.club analisou vantagens e desvantagens do “homeschooling” e também reuniu histórias de mães que entendem bem do assunto.

Vale lembrar que, aqui no Brasil, existe uma lei que obriga os pais a matricularem seus filhos na escola a partir dos quatro anos e mantê-los frequentando a escola até os 17 anos. Quem não cumprir essa lei está sujeito a multa.

Mas voltemos à curiosa ideia do homeschooling. Antigamente, quando nem todas as localidades contavam com unidades de ensino, era comum que as crianças fossem educadas em casa. Porém, era algo restrito às famílias abastadas, integrantes das classes privilegiadas.

As escolas parecidas com as de hoje em dia começaram a surgir durante o século XX. No início, isso facilitou o processo de educação em massa e, em alguns casos, diminuiu as fronteiras entre as diferentes classes sociais.

Com o passar dos anos, vem se verificando um retorno ao método do homeschooling. O número de pais interessados em educar os filhos em casa aumenta ano após ano.

Socialização

A socialização é um dos pontos mais discutidos e preocupantes para os pais. Muitos temem que a criança, ao estudar em casa, tenha problemas para se comunicar. Contudo, a maioria dos pais cujos filhos são educados em casa frequenta clubes e diferentes atividades. Segundo eles, a criança não apenas aprende a se comunicar com diversas pessoas, como também vai melhor nos estudos graças à diversidade da vida social.

Por outro lado, a educação na escola nem sempre é garantia de uma boa socialização. As crianças podem simplesmente rejeitar um colega de classe. Pode ser que determinado aluno não apenas não seja aceito, como também vire alvo de piadas por qualquer motivo. As consequências de uma situação assim afetam a todos. As “vítimas” se fecham mais, na tentativa de se proteger contra os ataques. Já os “agressores” aprendem a humilhar e passam a crer que essa é a solução, em vez de buscarem caminhos pacíficos.

Vantagens do “homeschooling”

Mas por que a educação em casa parece ser tão atraente? Os adeptos do método relatam vantagens inegáveis, confirmadas por muitos estudos.

  • Melhor aprendizagem da grade curricular. Como a educação em casa é planejada de acordo com as capacidades e necessidades individuais de cada criança, certos temas podem ser apronfudados, enquanto outros são abordados mais superficialmente. Sem falar que o programa de estudos pode ser menos exigente que na escola.
  • É possível estudar em qualquer hora e lugar. Por não exigir horários rígidos e deslocamentos, a criança não precisa acordar às 6h da manhã para ir à escola. Escolha a jornada mais confortável para você e seu filho.
  • Desenvolve a autonomia e o senso de organização. Esse é um dos pontos mais complicados. No entanto, é possível superar as dificuldades surgidas, o que será de muita utilidade para seu filho no futuro.
  • O custo. Obviamente, tudo depende de quanto você pode pagar. Você pode contratar professores particulares ou comandar o programa escolar do seu filho de maneira independente. O fato é que não será necessário gastar com os materiais exigidos pela escola, em festas de aniversário realizadas para todos os colegas de turma nem na compra do uniforme escolar.

Desvantagens do “homeschooling”

Porém, se tudo fosse um mar de rosas, certamente toda e qualquer criança estudaria me casa e não haveria lei obrigando os pais a matricularem seus filhos na escola. A verdade é que podem surgir problemas que nem todos os pais teriam condições de solucionar.

  • Trabalho adicional. É pouco provável que seu filho, no começo, consiga organizar o processo de estudo de maneira independente. Caso a criança ainda esteja na educação básica, os pais precisarão participar em 100% do tempo. Será preciso explicar as máterias, verificar se a criança aprendeu, estabelecer prazos e, obviamente, dominar o conteúdo.
  • São necessários conhecimentos e habilidades. Você daria conta de criar seu próprio sistema de educação? Afinal de contas, essa tarefa pode ser bem difícil para quem não possui certos conhecimentos. Sem um sistema prévio, podem surgir dificuldades nas tarefas e na compreensão de certas disciplinas.
  • Sozinho em casa. Nem todos os pais podem ficar junto aos filhos a semana inteira. E será que você está pronto para deixar a criança sozinha em casa? Será que ela não passaria o dia todo jogando vídeo-game? Será que algo de ruim poderia acontecer? Seu filho realmente estudaria? São várias perguntas para as quais as respostas nem sempre são positivas.

Alguns depoimentos

  • “A educação em casa me dá, como pai, a chance de sentir claramente como é possível ser individual em tudo. De maneira geral, é bastante positivo aplicar esse tipo de enfoque individualizado na educação”.
  • “Acredito sinceramente que a educação em casa tem como base a própria família. Não se trata de um aluno, uma criança ou um estudante, e sim de uma FAMÍLIA”.
  • “Você é a pessoa mais próxima! Por isso, deve ser o primeiro e principal professor na vida do seu filho! Não precisa se envergonhar nem ter medo. Isso é algo incrível, e motivo de orgulho!”
  • “Não transformamos a casa numa escola. A educação em casa, segundo nosso conceito, não exige horários fixos, recreios nem alarmes soando. É outra filosofia de educação. É possível estudar ciências no parque, em passeios, no sítio dos avós. Já o supermercado é um ótimo lugar para aprender matemática”.
  • “Os pais devem assumir as responsabilidades que normalmente são compartilhadas por uma equipe. Isso requer conhecimentos, experiência e habilidades. Caso planeje adquirir essas capacidades no decorrer do processo, seu filho e a educação dele se tornarão uma área para experimentações. Os resultados poderão ser positivos, ou não tanto”.

Como já mencionamos, aqui no Brasil, há uma lei que obriga os pais a matricularem seus filhos na escola. Mas, afinal o que você pode fazer para que seu filho estude em casa?

O mais importante é investigar se o sistema educacional do país permite essa prática. Em outros países, as exigências são simples, requerendo apenas dois passos:

  1. Notificar a Direção Geral de Educação;
  2. Escrever ao diretor da escola onde a criança está atualmente matriculada e informar sobre a mudança para o método de educação em casa, solicitando o desligamento da criança.

A criança vai à unidade de ensino apenas para se submeter a provas e testes. Ao mesmo tempo, ela terá direito de usar manuais gratuitos, a biblioteca, participar de concursos de conhecimentos e de outros eventos.

O mais importante é verificar a possibilidade de implementar o sistema sem infringir nenhuma lei.

Você já pensou em educar seu filho em casa? Em sua opinião, quais as vantagens e desvantagens do método? Comente!

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