14 Estereótipos sobre os ricos que podem atrapalhar a jornada para uma vida milionária

Você está parado na proa do navio, admirando as ondas enormes. (E tentando não olhar para aquele Kraken ali. Nah, brincadeira.) Parece que hoje é seu dia de sorte, pois fará parte de uma expedição marítima explorando as partes mais profundas dos oceanos do mundo. E começará pelo Oceano Índico. A Fossa de Java. Ela surgiu devido ao movimento das placas tectônicas, que são enormes pedaços de terra que flutuam no oceano de lava nas profundezas da superfície. São como quebra-cabeças que cobrem toda a superfície do nosso planeta. E se movem o tempo todo. Quando duas “peças do quebra-cabeça” colidem, uma delas acaba passando por baixo da outra. A placa de baixo começa a se dobrar, desce e a água preenche o vazio.
Muitos anos depois que isso aconteceu no Oceano Índico, surgiu uma fossa de quase 7.290 m de profundidade naquele lugar. Isso equivale a 24 edifícios Empire State empilhados uns sobre os outros. E é tão profundo que a tecnologia não permitia que as pessoas enviassem um submarino tripulado para lá até 2019. A pesquisa confirmou que a Fossa de Java é o ponto mais profundo do Oceano Índico. O movimento constante das placas tectônicas naquela região causa tsunamis com altas ondas e terremotos de magnitudes até maiores que 8! Os cientistas também acreditam que podem ter descoberto formas de vida nunca antes conhecidas pela ciência. São novas espécies de peixes-caracol e ascídias — um organismo vivo que se parece com uma pequena bolsa.
Ponha um casaco quente, você está indo para o norte. A cerca de 160 km do arquipélago norueguês de Svalbard fica o ponto mais profundo do Oceano Ártico, a Depressão Molloy. O primeiro e único homem a descer lá usou um submarino de US$ 50 milhões. Ele chegou a mais de 5.550 m, equivalente a altura das montanhas do Butão, no Sul da Ásia. Anteriormente, esse local só era explorado com auxílio de sonar. Um navio com equipamentos especiais parou bem acima da fossa e enviou ondas sonoras para baixo, que ricochetearam no fundo do oceano e voltaram para o navio. Depois de analisar a velocidade com que uma onda viajou pela água e o tempo que levou para retornar ao navio, os cientistas conseguiram calcular a profundidade aproximada da Depressão Molloy.
Para determiná-la com mais precisão, os pesquisadores mediram a pressão no fundo. Na superfície, é uma atmosfera. Dez metros debaixo d’água, a pressão dobra. Bem no fundo da Depressão Molloy, ela é 1.110 vezes maior do que na superfície.
Fossa Sandwich do Sul. Esta se formou pela colisão das Placas Sul-americana e Sandwich do Sul. Um arco vulcânico também apareceu ali — uma cadeia de ilhas com alta atividade vulcânica. A lava escorreu e esfriou ao tocar na água. Isso resultou no aparecimento de novas ilhas. Em uma delas fica o Monte Belinda, que ainda é um vulcão ativo. Os pesquisadores continuaram explorando a fossa com sonares até que encontraram seu ponto mais baixo a quase 8.090 m. Isso é quase 35 vezes mais do que a profundidade recorde para mergulho livre. O líder da expedição desceu até lá em um submarino DSV Limiting Factor.
Milwaukee Deep, o ponto mais profundo do Oceano Atlântico, fica perto de Porto Rico. A primeira embarcação tripulada desceu lá em 1964. O submarino francês Arquimedes conseguiu submergir 8.290 m, equivalente a 10 Burj Khalifas, o edifício mais alto da Terra, empilhados um em cima do outro. Mas ele nunca chegou ao fundo. Mais de 50 anos depois, uma nova expedição finalmente alcançou o solo, 85 metros abaixo da marca anterior. Isso significa que a primeira expedição parou a menos de 1 campo de futebol do seu objetivo. O moderno submarino tripulado Limiting Factor bateu o recorde do mergulho mais profundo: 8.375 m. Em comparação, o recorde para um mergulhador é de apenas 332 m. E a roupa de mergulho atmosférico, que se parece com um pequeno submarino em forma humana, permite descer a um máximo de 600 m.
A Fossa das Curilas-Kamchatka é um dos lugares mais profundos do Oceano Pacífico, e também um dos mais antigos. Ela se formou há cerca de 66 milhões de anos, quando duas placas tectônicas colidiram. Como resultado, as Ilhas Curilas e o arco vulcânico Kamchatka surgiram ali. Essa é a região de alguns dos terremotos mais severos do nosso planeta. Seu ponto mais profundo fica a cerca de 10.515 m abaixo da superfície, e é tão grande que toda a ilha de Manhattan caberia lá. Duas vezes.
Quando as duas placas tectônicas gigantes colidiram, várias outras fossas surgiram na região — como a do Japão. Trata-se de uma continuação da Fossa das Curilas-Kamchatka. Em 1989, a primeira expedição visitou o local. Três pesquisadores do submarino Shinkai 6500 conseguiram descer até 6.500 m. É como se fossem 21 torres Eiffel uma em cima da outra. Em 2008, outra expedição chegou a mais de 7.700 m e descobriram vida lá — os integrantes conseguiram filmar um grupo de peixes-caracol nadando por ali. Essas criaturas tinham o comprimento de uma banana grande. Outra fossa nessa cadeia é a de Izu-Ogasawara. A profundidade máxima dela é de cerca de 9.780 m, equivalente à altura de setenta e duas London Eye.
Ali, a uma profundidade de 8 km, os cientistas descobriram os xenofóforos. Essas coisas que parecem buchas são, na verdade, organismos vivos que consistem em apenas uma célula. E que podem suportar temperaturas extremamente baixas e altas pressões. Um pilar de água pressiona esses organismos com uma força de 12.600 toneladas por m². Você pode compará-la com um grande caminhão estacionado sobre uma caixa de fósforos! A luz do sol não atinge essas profundezas, e esses minúsculos seres obtêm toda a sua energia filtrando a água.
A próxima parada é a Fossa de Tonga, o segundo lugar mais profundo do nosso planeta — 10.823 m. Em comparação, uma pista de corrida olímpica tem 400 m. Você teria que dar 27 voltas em uma para chegar ao fundo dela, na Depressão Horizon. E ainda há vida nesse lugar escuro e frio. Os pesquisadores encontraram várias comunidades de nematoides ali. Essas lombrigas são menores do que o buraco de uma agulha! Na fossa há também um objeto estranho que apareceu... do espaço! Em 1970, um tanque de oxigênio de um dos foguetes que voaram para a Lua caiu na região. Ele afundou em algum lugar nas profundezas da Fossa de Tonga.
A Depressão Sirena fica ao lado da Fossa das Marianas. E é quase tão profunda quanto! Em maio de 2019, dois exploradores chegaram ao fundo — 10.714 m abaixo da superfície. Os aviões voam acima do solo na mesma altitude! Os exploradores passaram quase três horas na Depressão Sirena, onde fizeram muitos vídeos e coletaram amostras biológicas e geológicas. A equipe conseguiu chegar ao pedaço do manto de rocha mais profundo da história.
Agora, você alcançou o lugar mais profundo do planeta, a Fossa das Marianas. Vamos mergulhar! São 10.984 m — seu destino é a Depressão Challenger. A pressão ali pode esmagar um submarino comum com a facilidade de um caminhão atropelando um saco de salgadinhos.
Se você colocasse o Monte Everest na Fossa das Marianas, o pico da montanha ainda ficaria submerso. As pessoas visitaram este lugar pela primeira vez em 1960. No fundo, os pesquisadores encontraram alguns peixes achatados que pareciam um linguado. Estava claro que os organismos vivos lá haviam se adaptado à extrema pressão e escuridão, o que resultou em peixes muito pequenos. Quase não há alimento ali. Tudo o que conseguem comer é um pouco de plâncton e escamas de peixe que chegam das camadas superiores do oceano. Depois que uma sonda japonesa coletou amostras na Fossa das Marianas, os cientistas descobriram algumas outras formas de vida, como os foraminíferos — organismos unicelulares cobertos por algo que lembra uma concha.
Um cineasta americano visitou a trincheira em 2012. Ele usou um batiscafo monolugar com muitos equipamentos de pesquisa, câmeras 3D e luzes potentes. A pressão intensa lá embaixo danificou algumas das baterias e luzes. Mas ele conseguiu chegar à superfície e trouxe muitas amostras de solo e água — além de lindas imagens do local. Em 2019, um explorador que visitou os lugares mais profundos de todos os oceanos da Terra estabeleceu um novo recorde mundial: 10.928 m! Ele se tornou a primeira pessoa na história a ter estado no ponto mais alto do planeta, o Monte Everest, e no mais profundo, a Depressão Challenger.
Mais tarde, o explorador comandou um submarino de águas profundas para levar cientistas até lá. Um total de 16 pessoas já estiveram no local. Para efeito de comparação, 574 foram para o espaço. E agora, um bônus para você! O buraco mais profundo já perfurado foi o Poço Super profundo de Kola. Ele tem 12,2 km de profundidade, que é como 6 pontes e meia do Brooklyn! Diz a lenda que produz sons estranhos — mas ninguém sabe ao certo se é verdade.