Projeto ensina crianças de escolas públicas a salvar vidas através da reanimação cardiorrespiratória
Boa parte das ocorrências de paradas cardíacas súbitas ocorre fora dos hospitais, quando, geralmente, as vítimas estão em casa. Em mais de metade desses casos a situação toda é assistida por uma criança ou um adolescente, sem supervisão adulta, diz o médico Sérgio Timerman. E dessas vítimas que conseguem chegar até o hospital apenas 10% sobrevivem.
Pensando nessa problemática, surgiu a ideia do projeto Kids Save Lives Brasil, que ensina crianças e adolescentes de escolas públicas a socorrer devidamente as pessoas que sofrem ataques cardíacos.
Nós, do Incrível.club, reunimos alguns dados sobre esse fantástico projeto e, além disso, no final do post trouxemos informações importantes de como você deve proceder em casos de emergência e de como fazer a RCP. Venha com a gente e acompanhe!
O Kids Save Lives Brasil é um projeto da Universidade de São Paulo que ensina alunos, professores e funcionários as noções básicas de identificação dos sintomas de engasgo, acidente vascular cerebral agudo e parada cardíaca.
Naomi Kondo Nakagawa, professora e fisioterapeuta na Faculdade de Medicina e coordenadora do projeto, ressalta que o maior desafio é conseguir cobrir a maior quantidade possível de alunos da rede pública. Mas, ainda assim, ela acredita que, mesmo não conseguindo alcançar a todos, os alunos que participarem do projeto possam ser disseminadores desse conhecimento.
Dentro da Faculdade de Medicina são usados manequins realistas; já para ensinar nas escolas é utilizada uma versão caseira e de baixo custo, feita com garrafas pet, barbantes, jornais e camisas velhas, pois dessa forma os alunos podem reproduzir tais procedimentos em suas casas, seja com seus familiares ou amigos. Mais uma vez incentivando a multiplicação do conhecimento.
O projeto está se expandindo por todo o território nacional. Convênios já foram firmados com universidades do Rio Grande do Sul e de Campinas, assim como já existe o apoio de colegas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.
Só no primeiro semestre desse ano o projeto se tornou uma disciplina optativa para os alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, recebendo mais de 100 inscritos. O que reflete, portanto, o sucesso do projeto.
A parte mais importante é saber identificar os sinais de alerta e reconhecer os casos. Então, é preciso estar ciente de como prosseguir e de como encaminhar a vítima ao hospital. O professor Marcelo Calderaro, também responsável pelo projeto, diz que 90% dos casos de parada cardíaca e AVC podem ser prevenidos com medidas simples.
Como fazer uma reanimação cardíaca (RCP)
O primeiro passo é identificar o evento. Durante uma parada cardíaca a vítima fica inconsciente, parando de respirar e deixando de responder a estímulos. Assim que tal situação for reconhecida é necessário agir. Acione o sistema de atendimento de emergência da sua região (ligue 192 ou 193) e depois inicie o procedimento de reanimação.
O Corpo de Bombeiros de São Paulo recomenda o seguinte passo-a-passo de 5 etapas:
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Verifique os sinais de respiração da vítima por meio de movimentos torácicos ou de sinais sonoros. Se a pessoa não estiver respirando ou se estiver sofrendo para respirar, é preciso deitá-la de barriga para cima em uma superfície rígida;
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Depois disso, fique de joelhos ao lado da vítima, de preferência na altura dos ombros dela. Localize o centro de seu tórax, que está bem entre os mamilos;
- Estenda seus braços e coloque uma de suas mãos sobre a outra, entrelaçando seus dedos. Coloque-as no centro do peito da vítima;
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Mantenha sempre seus braços esticados, usando o peso do seu corpo para fazer compressões rápidas e fortes no peito da vítima;
- Inicie as compressões com a frequência de 100 por minuto (Se você conhecer a famosa música Stayin’ Alive do Bee Gees, faça as compressões no ritmo dos “Ah, ah, ah, ah...”), comprimindo o tórax da pessoa na profundidade de, no mínimo, 5 cm para adultos e crianças e 4 cm para bebês, de modo a conseguir estimular o coração.
Se possível, é bom que mais de uma pessoa esteja de prontidão para realizar esse passo-a-passo, pois ele é mais cansativo do que parece. E, essa manobra deve continuar até que o devido socorro chegue ou que a vítima reaja.
É uma informação bem simples, mas que pode acabar salvando uma vida. O que você acha desse projeto? Deixe sua opinião, ou quem sabe uma experiência, nos comentários.