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Projeto brasileiro ensina mulheres carentes a construir sua própria casa, mostrando que são tão capazes quanto qualquer homem
Uma mulher no Brasil dedica mais do que o dobro do tempo em tarefas domésticas por semana que um homem. Apesar disso, quando é preciso tomar decisões sobre melhorias dentro de casa, as mulheres são deixadas de lado. Essa situação motivou Carina Guedes a criar o projeto Arquitetura na Periferia, uma consultoria em conhecimentos e ferramentas para que as próprias mulheres, de forma prática, técnica e autônoma, possam reformar, reparar ou construir suas casas em comunidades periféricas ou ocupações.
O Incrível.club compartilha a história desse projeto habitacional que já está melhorando a qualidade de vida de centenas de mulheres que vivem em situação de pobreza no Brasil.
Uma equipe que busca a autonomia da mulher na construção
Quando Carina, que é arquiteta de profissão, percebeu as dificuldades enfrentadas pelas mulheres de sua comunidade, criou o projeto em 2014. Assim, aos poucos, começou a montar sua equipe, composta apenas de mulheres, da qual participam a arquiteta Marina Bornel e as engenheiras civis Rafaela Dias e Tereza Barros.
Aprender, criar e tornar-se independente
Com um curso de 4 a 6 meses, a equipe ensina as mulheres sobre o desenho de plantas, finanças, compra de materiais de construção, contratação de mestres de obra, pedreiros, serviços de limpeza e eletricidade.
Com “confiança”, tudo se pode e tudo se faz
“Procuramos favorecer a autonomia das participantes, ampliando sua capacidade de análise, discussão, planejamento e cooperação que, no final, leva a um aumento de sua autoestima e confiança”, afirma a Arquitetura na Periferia em seu site.
Compartilhar conhecimentos para que outros possam crescer
Dessa forma, elas perceberam que as mulheres se empoderam quando têm o conhecimento e as ferramentas necessárias. Cheyenne é uma delas. Depois de se mudar para uma ocupação, ela armou sozinha com os irmãos um barraco de madeira. No entanto, sentiu que faltavam coisas e, graças a um vizinho, descobriu o projeto. “Eu queria aprender como fazer para não gastar muito com mão de obra na minha casa”, comentou.
Chega de desigualdade!
Carina, por sua vez, considera que a ideia tem um valor social muito importante: “as mulheres se sentem cada vez mais capazes, isso se expande para sua autoestima e elas não são mais dependentes, o que é de extrema importância”, afirma.
Reconhecimentos locais
Pouco a pouco, a iniciativa tem recebido reconhecimentos muito importantes dentro do Brasil:
- Prêmio Gentileza Urbana 2016 do estado de Minas Gerais, que tem por objetivo destacar ações grandes e pequenas que melhorem a qualidade de vida urbana.
- Prêmio FNA Arquiteto de 2018, entregue pela Federação Nacional de Arquitetos Urbanistas.
- Prêmio Marielle Franco Community Design Award 2018, premio honorário em tributo a Marielle Franco, ativista brasileira assassinada, que reconhece o trabalho de arquitetos nas favelas ou outros contextos difíceis.
Doações que farão o projeto continuar florescendo
Para continuar realizando o trabalho, o projeto precisa de doações. São necessários pelo menos 30.000 reais para treinar até 50 mulheres, mas 33.000 reais a iniciativa poderá entregar outros materiais gratuitamente, como a cartilha da construção. Além disso, com 40.000 reais, que as realizadoras destacam como meta final, iniciariam outro empreendimento: cursos de construção para mulheres, como resposta a um projeto de sustentabilidade.
O que você acha desse projeto de arquitetura social para as mulheres? Que tarefas gostaria de aprender para reformar, instalar ou construir sua própria casa? Compartilhe nos comentários!
Comentários
As mulheres brasileiras estao indo longe
? ? ? ?
não basta saber, tem de querer