Por que o Grinch é mais sombrio do que você imagina
Todos nós conhecemos o Grinch — aquele cara grande, fofo e verde que não suporta as festas de final de ano. O personagem foi criado pelo Dr. Seuss e apareceu pela primeira vez em seu livro em 1957. A propósito, o Grinch não era verde no livro. Ele era preto e branco. Além disso, se você estava se perguntando que idade o Grinch tem, ele tem 53 anos, a mesma que o Dr. Seuss tinha quando escreveu o livro.
Mas vamos aprender mais sobre o personagem. Todos nós sabemos como é a história: uma criatura peluda vive em reclusão, em um penhasco fora da cidade de Whoville. Os moradores são obcecados com as festividades e fazem um grande rebuliço todos os anos, e também muito barulho. O Grinch mora no Monte Crumpit, longe de todos, mas ainda consegue ouvir aquela gente feliz. Ele fica irritado com as pessoas alegres, com a felicidade delas, então decide cancelar a festa. Ele rouba todos os presentes e decorações na noite anterior. Seu plano não funciona exatamente como pensado: na manhã seguinte, ele encontra os moradores cantando alegremente da mesma forma. Isso o faz entender que o espírito natalino não é sobre presentes e decorações. Então, no final, ele volta e devolve tudo o que roubou e até comemora com todo mundo.
O conto original do Dr. Seuss, que leva apenas cerca de 12 minutos para ler, obteve reconhecimento imediato e se tornou um símbolo das festas de fim de ano. Houve ofertas para animá-lo, mas o autor resistiu muito em animar qualquer um de seus livros, por vários motivos.
Número um: ele não queria que a série se tornasse mais famosa do que seus livros e não queria que um filme ou animação fosse a primeira coisa que as pessoas pensassem quando ouvissem falar do seu trabalho.
A segunda razão é que o Dr. Seuss era super meticuloso e sentia que ninguém se encaixava em seus padrões. Na década de 1960, um cara seguidamente o abordava com a ideia de animar a história do Grinch. Ele era um grande animador, tão perfeccionista quanto o próprio Dr. Seuss, e quebrou o gelo enviando ao autor uma representação incrível de outro famoso personagem do Dr. Seuss, O Gato de Chapéu. Após algumas negociações, Dr. Seuss deu permissão para uma adaptação do Grinch para a TV.
Nove anos após a publicação do livro, a primeira adaptação animada para a TV foi ao ar. Dr. Seuss, autor do livro, escreveu as letras de todas as músicas do filme. Além disso, embora Grinch fosse preto e branco no livro, nesta adaptação para a TV, o diretor, inspirado nos carros verdes alugados que havia dirigido, fez ele do mesmo tom de verde. Todos nós pensamos que esse verde deixa o Grinch meio elegante, mesmo que a intenção fosse exatamente o oposto. De qualquer forma, desde então, foi estabelecido que o Grinch seria verde. Além disso, no livro, os moradores de Whoville eram peludos e não usavam roupas. Eles também não tinham sapatos, mas as moradoras de Whoville usavam salto alto. Então, o desenho foi bastante adaptado. A animação foi um sucesso absoluto. Ele ainda está com 100% na Rotten Tomatoes, afirmando que o filme é uma grande história natalina. O Grinch foi reconhecido como um dos maiores personagens de desenhos animados de todos os tempos. A palavra “Grinch” agora é usada na linguagem cotidiana em alguns lugares: é assim que as pessoas chamam uma pessoa mal-humorada com espírito antinatalino.
Mas as pessoas queriam mais. Os fãs escreviam constantemente para Dr. Seuss, pedindo mais conteúdo do Grinch. Em 1977, mais de 20 anos após o lançamento da história original, o autor escreveu um filme de Halloween chamado “Halloween is a Grinch night”. A próxima aparição do Grinch foi no famoso filme de ação de 2000, estrelado por Jim Carrey. O filme era tão esperado que até a própria rainha Elizabeth II compareceu à estreia em Londres. O filme recebeu críticas variadas, mas é muito adorado por pessoas de todo o mundo, e o Grinch é uma das atuações mais icônicas do ator. Outros atores que foram considerados para interpretar o Grinch foram Eddie Murphy e Jack Nicholson. O papel não foi fácil para Jim Carrey, por causa da maquiagem pesada que ele tinha que usar toda vez que se tornava o Grinch. O primeiro dia de trabalho durou cerca de oito horas e meia. No entanto, há boatos de que a preparação era tão longa que o ator quase desistiu do filme, dizendo que era demais. Felizmente, uma solução foi encontrada: um conselheiro da CIA foi contratado para ensinar técnicas de resistência ao sofrimento para o ator, a fim de ajudá-lo a passar pelo processo de maquiagem, que era bastante complexo.
Levava cerca de três horas para fazer a maquiagem e entrar no figurino. E mais uma hora no final do dia para remover a maquiagem do rosto do ator. Jim Carrey passou pela cadeira de maquiagem cerca de 100 vezes. Isso são 400 horas, ou 16 dias no total, apenas sentado em uma cadeira, sem fazer nada e nem mesmo podendo coçar o que quer que estivesse coçando. O ator disse que depois de passar por isso tantas vezes, aprendeu a ser uma pessoa mais calma, aconteça o que acontecer. Ainda assim, o caminho para ficar zen não foi fácil.
O diretor do filme decidiu apoiá-lo: um dia, ele se maquiou, vestiu o figurino e passou o dia inteiro dirigindo o set vestido de Grinch. Quando Jim viu o diretor fantasiado pela primeira vez, pensou que era um dublê e ficou com raiva, dizendo que o cara não se parecia em nada com ele. Imagine como seria quando dois Grinches estivessem interagindo no set — um mais alto e outro mais baixo. Tenho certeza de que todos ao redor se divertiram muito.
A propósito, a pele que é usada no figurino é de pelo de iaque tingido de verde. As lentes amarelas eram importantes para que ninguém reconhecesse Jim Carrey por trás da fantasia e só o Grinch pudesse ser visto. Essas lentes eram o maior problema e doíam muito. Às vezes, Jim não conseguia suportá-las, então, em algumas cenas, atuou sem elas, que tiveram que ser adicionadas na pós-produção com imagens de efeitos especiais.
Mas o que aconteceu com o Grinch depois do dia em que ele decidiu comemorar com os moradores de Whoville? Ele provavelmente viveu feliz para sempre lá com seus novos amigos. Mas os fãs têm uma teoria até mesmo sobre sua vida após a morte. Dizem que Jack Skellington, do filme de Tim Burton, é o Grinch na vida após a morte. Deixa eu compartilhar alguns fatos.
Em primeiro lugar, Tim Burton poderia ter dirigido o filme Grinch de 2000, mas no final, a cadeira do diretor foi dada a Ron Howard. O coração de Grinch ficou três vezes maior, simbolizando que ele se tornou uma pessoa melhor, mas também que seu amor pelas festas natalinas supostamente cresceu. Ao que tudo indica, o Grinch adorou a festividade pelo resto davida.
Então, se ele realmente se tornou Jack Skellington na vida após a morte, isso explica a súbita obsessão de Jack com a festa de Natal — ele não se lembra de sua vida anterior e nem da festa, mas imediatamente fica obcecado por ela, pois seu coração lembra do amor, e isso o instiga. Além disso, ambos os personagens têm ajudantes fofos — ambos têm cachorros. O cachorro do Grinch é o Max, e o cachorro do Jack se chama Zero. O Zero pode muito possivelmente ser o Max como um cachorro fantasma. Não há confirmação oficial ou mesmo comentários sobre a teoria, mas é uma sugestão interessante, e se o filme existir no mesmo universo, eu diria que é uma forma perfeita de combiná-los.
Existe outra teoria dos fãs que possivelmente explica como o Grinch conseguiu seu cachorro. Como sabemos, o Grinch mora no Monte Crumpit nos arredores de Whoville. Todos os anos, ele recebe presentes rejeitados da cidade, que os moradores jogam na lixeira. Então, alguns fãs sugerem que um dia o Grinch encontrou o Max lá, que já foi o presente de Natal de alguém.
Mas esta não é a única teoria. O Grinch ocasionalmente visita o correio na cidade, então ele pode ter pego Max, que estava preso em algum lugar por lá, em uma dessas idas. Outra história não oficial chamada “Grinch encontra seu Max”, publicada em 1998, conta como o cachorro se perdeu no Monte Crumpit, e Grinch o encontrou lá e o levou para casa. Ambos os desajeitados se encontraram, e isso é o mais importante.