Por que não gostamos que nos digam o que fazer (e como responder de um jeito construtivo)

Nós, seres humanos, muitas vezes ansiamos por independência. Tanto as crianças, quanto os adolescentes e os adultos não costumam gostar de ouvir o que precisam fazer e se rebelar acaba virando uma necessidade. Na Psicologia, isso é chamado de reatância, uma resistência às regras ou regulamentos que parecem ameaçar algumas liberdades. Embora esse comportamento seja comum em situações como as mencionadas, a tendência à exaltação pode nos levar a ferir emocionalmente outras pessoas ou até a nós mesmos.

O Incrível.club vai te contar como podemos manter a calma quando alguém nos manda fazer alguma coisa. E, na mão contrária, como lidar com pessoas que simplesmente odeiam receber algum conselho ou instrução.

1. Faça uma lista das reações e emoções

Faça uma lista das suas emoções e reações ao longo do dia quando se depara com opções limitadas por regras ou mesmo quando sua liberdade parece ameaçada. É importante aprender a reconhecer quando o “eu” rebelde pode ser prejudicial para nós mesmos ou para as pessoas ao redor.

Para evitar reações que possam provocar brigas ou problemas de relacionamento, é conveniente trabalhar a tolerância e a compreensão da reatância em vez de ser simplesmente uma pessoa que responde negativamente sem perceber.

2. Evite que as suas reações assumam o controle

Gerenciar as próprias emoções, além da necessidade de observação, requer disciplina e prática. Assim, de forma natural o rebelde interior trabalhará a nosso favor, e não contra nós. Algumas atitudes podem ajudar, como respirar fundo antes de as emoções virem à tona e trabalhar para obter respostas que levem em consideração as pessoas ao redor.

Talvez você não goste de fazer determinadas coisas, mas lembre-se de que não vale a pena brigar por assuntos sem importância. Dessa forma, além de adotar uma atitude responsável em relação a si mesmo, você evita problemas no relacionamento.

3. Utilize a psicologia inversa para influenciar de forma positiva

Pode acontecer de estarmos diante de alguém que simplesmente odeia qualquer tipo de conselho ou instrução. Para essas pessoas, a psicologia inversa pode servir como uma ferramenta. Ela é útil, por exemplo, para crianças (entre 2 e 5 anos) e adolescentes que se recusam a ouvir, por acharem que estão restringindo sua liberdade de agir, pensar ou sentir. Para usar a psicologia inversa, você pode apenas criar um mistério ou dar opções diante de alguma situação. Para influenciar positivamente, tente não usar a manipulação emocional em benefício próprio.

4. A empatia pode ajudar a reduzir as reações negativas

Dizem que a empatia, ou seja, se colocar na pele de seu interlocutor, pode ajudar a diminuir a reatância psicológica, ou seja, pode servir para entender que ninguém ameaça a liberdade de agir do outro.

5. Preste atenção a possíveis suposições falsas

Uma pessoa que detesta que lhe digam o que fazer, pode, no nível do subconsciente, nutrir sentimentos ligados à perda da autonomia, de que está sendo tratada como uma criança ou de estar perdendo o controle sobre sua própria vida. Para evitar essas sensações, é preciso observar e interpretar a situação, pois, muitas vezes, essas ideias não são verdadeiras.

6. Agir com prudência o ajudará a tomar as melhores decisões

Por trás do que poderia parecer uma ordem, pode estar um conselho bom de alguém que se preocupa conosco e nos dá instruções pensando em nossa saúde ou em nosso bem-estar. Nesse sentido, é preciso aprender a escolher a resposta de forma sábia, e não simplesmente querer “estar com a razão”.

7. Aplique técnicas para neutralizar as reações negativas

Os pensamentos negativos ou sentimentos como a raiva são reações não desejadas que podem surgir depois de receber uma ordem. Reserve um tempo para pensar em como deseja responder e lembre-se de que, por trás de uma sugestão ou indicação, não há necessariamente alguém tentando te controlar.

Reconheça a emoção e se distancie da situação, se necessário, ou tente usar estratégias para o controle da raiva, como a reestruturação cognitiva, na qual substituímos pensamentos negativos e inúteis por outros mais razoáveis. Em vez de pensar “querem me controlar”, por exemplo, considere “não é exatamente o que eu gostaria, mas é para o meu bem”.

8. Aprenda a expressar uma opinião respeitosa pelos outros e por si mesmo

A raiva é uma resposta natural e pode ser expressa com determinação, mas sem agressividade, ou seja, de maneira saudável. Para isso, devemos aprender a expressar nossas reais necessidades, sem ferir os sentimentos dos outros, além de falar com respeito.

Se você precisar se acalmar, faça isso interiormente. Tente diminuir a frequência cardíaca e deixe os sentimentos passarem antes de reagir negativamente.

9. Evite usar uma linguagem controladora se quiser que uma mensagem não seja percebida como uma ameaça

As mensagens persuasivas podem ser percebidas como ameaçadoras, especialmente quando são usadas palavras contundentes e controladoras, como “deveria” “deve” ou, sobretudo, “precisa”. Mas outros termos, como “considere”, “pode” ou “poderia” são menos desafiadores e, assim, servem para evitar um comportamento reativo.

10. Você também pode utilizar uma nota para reduzir o efeito ameaçador

Para deixar uma mensagem menos ameaçadora, outra sugestão é usar uma nota mais suave, tal como o conhecido P.S. (post scriptum, em latim), depois de comunicar algo “autoritário”. Isso ajudará as pessoas a compreenderem que são livres para decidir por si mesmas o que é melhor para elas.

Se sentir que precisa de ajuda para melhorar seus relacionamentos pessoais ou aprender a controlar suas emoções, considere a possibilidade de procurar a ajuda de um profissional da saúde mental. Você tem uma história engraçada envolvendo uma pessoa mandona? Que conselho daria para lidar com gente assim?