Por que metade do Coliseu está faltando

O Condado de Kent, na Inglaterra, tem um tesouro cultural chamado The Margate Shell Grotto. Esta passagem subterrânea é ladeada por cerca de quatro milhões e meio de conchas, formando um complexo mosaico. O lindo lugar foi encontrado por acidente no século XIX, e ainda é cheio de mistério até hoje. Isso porque ninguém sabe quem o construiu e o motivo! Os especialistas nem conseguem descobrir como foi construído, pois precisariam coletar amostras das paredes e as peças removidas seriam insubstituíveis. Uma breve análise da substância sob essas conchas aponta para algum tipo de mistura “à base de peixe”. Alguns acreditam que essas paredes foram projetadas por algum tipo de civilização antiga evoluída. Outros descreveram The Margate Shell Grotto como pertencente à arquitetura egípcia, romana, indiana ou fenícia. Uma outra explicação potencial é que a obra-prima foi um projeto pessoal de um excêntrico aristocrata vitoriano.

O Coliseu Romano era quase duas vezes maior do que é hoje! No entanto, ele não permaneceu em sua forma completa ao longo dos tempos. Vejamos um pouco da história em torno dele para entendê-la e como ele foi espalhado pela cidade. A construção desta edificação começou em 70 depois de Cristo, sob o comando do imperador Vespasiano. Desde que foi inaugurado, foi palco de muitas atividades e shows, com os poderosos gladiadores e uma grande variedade de animais exóticos. Sua glória arquitetônica começou a diminuir no ano de 217, quando um incêndio atingiu os parapeitos superiores e grande parte do interior do prédio. Levou um século inteiro para terminar os reparos dos danos, mas a forma inicial do Coliseu desapareceria para sempre. A sua queda continuou com um terremoto que afetou o sul da Itália em 443. Neste momento, uma grande parte do anel externo do Coliseu foi danificada. Após o cerco de Roma, que aconteceu em 472, os moradores locais passaram por dificuldades, então muitos tiveram que sobreviver com a venda de pedaços de pedras calcárias do antigo Coliseu.

Seu golpe mais devastador aconteceu com outro terremoto, ocorrido em 1349. Foi quando o lado sul do prédio desabou completamente. Foi aí que ele começou a ficar mais parecido com o que vemos hoje na capital italiana. No entanto, os pedaços de pedra que caíram do Coliseu foram usados ​​para reconstruir outros marcos famosos em Roma. Então, se você pensar bem, a parte que faltava do Coliseu não está faltando, apenas foi reaproveitada, e espalhada pela cidade.
Os esforços oficiais para preservar esse marco começaram por volta do século XVII e vêm se desenvolvendo desde então, culminando com o enorme edifício romano sendo nomeado uma das Sete Maravilhas do Mundo no século XXI.

O Coliseu pode ser o mais famoso, mas certamente não é o único anfiteatro antigo que vale a pena mencionar. Continuando a lista, temos o Anfiteatro de El Jem, que é de cerca de 238 depois de Cristo. Você o encontrará na pequena cidade tunisiana de El Jem. Estudiosos de história podem conhecer o El Jem como uma das ruínas de pedra romanas mais bem preservadas do mundo. Ele tem cerca de 30 metros de altura e tem capacidade para receber cerca de 35.000 pessoas.

Nenhuma lista de locais antigos importantes está completa sem mencionar a gloriosa cidade de Pompeia, na Itália. Uma enorme erupção do vulcão Vesúvio cobriu toda a cidade com uma considerável camada de cinzas vulcânicas. Felizmente para nós, porém, o que sobrou dessa camada foi muito bem preservado e tem sido estudado desde sua descoberta, no século XIXI.
Pompeia foi originalmente habitada pela tribo Oscan há muito tempo, mas foi transformada em uma colônia, durante os tempos do Império Romano. Ela tem algumas das moradias, banhos, lojas e até construções residenciais mais bem preservadas. Os turistas também podem caminhar pelas ruas pavimentadas e ver obras de arte como esculturas, mosaicos e afrescos.

Ao visitar o Peru, a maioria das pessoas vai para Machu Picchu, mas deixa eu contar um segredinho: Machu Picchu não é tão antiga, pois estima-se que tenha sido construída no século XV depois de Cristo. Se você está procurando algo um pouco mais antigo, as ruínas de Caral — também situadas no Peru — podem ser uma escolha melhor, pois é uma das áreas urbanas mais antigas do sul da América. Nenhum sinal de brutalidade foi encontrado aqui nesta área, então os arqueólogos sugeriram que este lugar era o lar de uma sociedade pacífica. Acredita-se que usavam o comércio para sobreviver e também gostavam de música. Isso porque uma das descobertas mais significativas feitas aqui neste local foi a impressionante coleção de instrumentos musicais, que contava com 37 cornetas feitas de ossos de animais, como veado e lhama. Outras 33 flautas foram encontradas aqui, que tiveram datas estimadas em 2170 antes de Cristo.

As ruínas da antiga cidade de Pella estão localizadas na Jordânia e datam de mais de 6.000 anos atrás! Elas também são um ótimo exemplo de sociedades avançadas que desapareceram há muito tempo, pois possui antigos teatros, banhos romanos e uma casa de fonte. O que torna esse local ainda mais importante é o fato de que os arqueólogos acreditavam que ele era povoado desde a Idade da Pedra.

O Antigo Teatro de Fourvière é uma joia solitária, escondida na cidade francesa de Lyon. Dados arqueológicos estimam que ele foi construído há mais de 2.000 anos e oferece uma vista deslumbrante da cidade. Com capacidade para cerca de 10.000 pessoas, este antigo teatro abriga o famoso festival de música Nuits de Fourvière.

Nos tempos gregos e romanos, ela era chamada de Heliópolis — ou a Cidade do Sol. Atualmente, Baalbek possui um complexo de templos que abriga duas das maiores ruínas de templos romanos: os templos de Baco e o de Júpiter. Se quiser visitá-los, precisará ir para o leste do Líbano, onde esses templos são maravilhosamente preservados até hoje. Sabemos que eles são do século II ou III.

Dizem que as cavernas de Ellora na Índia são de 600 depois de Cristo e se estendem por mais de 2 quilômetros. Localizadas no estado de Maharashtra, aqui é onde você pode visitar uma rara variedade de 34 templos, que foram esculpidos na encosta da montanha. Eles são cheios de delicadas obras de arte, como pinturas e esculturas.

O Berço da Humanidade é o lar do registro mais antigo da história da humanidade. Está localizado perto de Joanesburgo, na África do Sul, e apresenta alguns dos fósseis de hominídeos mais antigos já descobertos. Aqui você pode encontrar cerca de 40% dos fósseis de ancestrais dos humanos do mundo. Um fóssil interessante é o de um Australopithecus africanus chamado Sra. Ples, que se estima ter vivido há cerca de dois milhões e meio de anos! Curiosidade: eles até permitem que você organize um casamento aqui.

Outro complexo de templos do século X é Koh Ker, e este está localizado nas selvas do Camboja. A viagem para chegar a este antigo local não é fácil, e a maioria dos turistas prefere usar Tuk-Tuks para chegar lá. O monumento mais importante
em Koh Ker é chamado Prasat Thom. Apenas um número limitado de turistas pode subir a escada até o topo, para reduzir a exposição dele a elementos prejudiciais. Mas o que se vê vale muito a pena se você não tem medo de altura. Você verá cerca de 40 inscrições do ano de 932. Muitos monumentos do complexo não estão abertos à visitação, pois ainda estão escondidos na floresta e a área não é segura.

É difícil imaginar que este local costumava ser onde ficava o maior centro comercial do mundo no século III. No entanto, como as ruínas de Volubilis são algumas das mais bem preservadas do mundo, elas ainda podem nos dar uma ideia bastante precisa. Com sua majestosa Câmara dos Comuns e o Arco do Triunfo de Caracalla, Volubilis era a cidade mais distante do Império Romano e um local-chave para o reino da Mauritânia. Estaria em condições ainda melhores se não fosse um terremoto que aconteceu no século XVIII. Se você quiser conferir, não deixe de ir para a região de Fez-Meknes, no Marrocos.