Por que helicópteros não podem sobrevoar estes lugares
Há lugares na Terra onde os aviões não podem sobrevoar. São zonas de espaço aéreo restritas que não se pode entrar por razões de segurança ou sigilo. Existem cinco tipos de zonas protegidas: áreas de importância cultural, política, histórica e ambiental e áreas protegidas para garantir a segurança dos visitantes. Vamos dar uma olhada nas mais famosas.
Primeiramente, Washington, DC, e a Casa Branca. É uma zona muito protegida. Ninguém pode sobrevoá-la a menos de 5.500 m acima do nível do mar. Tem um aeroporto perto da Casa Branca, e as restrições causam muitos problemas para pilotos e passageiros. Os pilotos precisam manobrar com muito cuidado para que não entrem acidentalmente na zona restrita — pois as consequências são bastante graves. Os passageiros geralmente não têm um início de voo muito agradável, devido às manobras que os pilotos têm que realizar ao tentar evitar de entrar na zona protegida. Uma vez, em 2005, um piloto acidentalmente entrou nesta zona. E por causa disso, o Capitólio foi evacuado. Eles não arriscam — se houver alguém ou algo no espaço aéreo protegido, presume-se que seja perigoso.
O próximo é Camp David. Foi construído em 1938 no interior de Maryland. Originalmente, o acampamento era chamado de Hi-Catoctin. Mas em 1953, o 34º presidente dos EUA, Dwight D. Eisenhower, o nomeou “Camp David” em homenagem a seu pai e neto. Camp David é a residência rural do presidente dos EUA. Também é usado para hospedar representantes de países estrangeiros. Como há tantas pessoas importantes hospedadas neste lugar, existe uma zona de exclusão aérea de 5 km ao redor dele e uma zona de exclusão aérea de 8 km acima do nível do mar sobre o local.
O próximo lugar também é importante para um dos ex-presidentes americanos. O complexo da família Bush é a residência de verão da família de George Bush, no Maine. A família ainda visita com frequência, então ninguém pode sobrevoar este lugar se a altitude for inferior a 300 m acima do nível do mar.
Outra zona de exclusão aérea é o Kennedy Space Center. Ninguém pode viajar sobre o local se estiver voando a menos de 1.500 m acima do nível do mar. Este lugar é tão protegido por causa das atividades da NASA na ilha e ao redor dela.
O próximo lugar está localizado aqui, no norte de Minnesota, na fronteira com o Canadá. Esta é uma zona selvagem chamada “Boundary Waters Canoe Area Wilderness” ou “Área de Proteção da Vida Selvagem e de Canoagem de Boundary Waters”. É uma área de recreação nacional e a área selvagem mais visitada dos Estados Unidos, onde muitas pessoas fazem caminhadas, pesca e canoagem. A proteção deste belo local natural começou em 1902. Em 1949, o espaço aéreo em toda a região — a 1220 m acima do nível do mar — também foi protegido. Barcos a motor e motos de neve também são proibidos por lá — tudo para proteger a beleza e a natureza selvagem do lugar.
O próximo lugar na minha lista... — você nunca vai adivinhar — é a Disneylândia e Disney World. Sim, o espaço aéreo da Disneylândia tem o mesmo nível de proteção da Casa Branca e do Centro Espacial Kennedy. É proibido sobrevoar o parque temático sem uma permissão especial. E a restrição é de 900 metros acima do nível do mar. A lei foi introduzida em 2003 para garantir a segurança do parque e de seus visitantes. Hoje em dia, você nunca verá um avião ou mesmo um drone sobrevoando o lugar — a menos que eles tenham uma permissão especial. Agora, vamos ao mundo. Não são apenas os Estados Unidos que têm este tipo de proibições. Há muitos outros lugares ao redor do mundo protegidos como os que eu já mencionei.
Vamos começar com este enorme buraco na superfície da Terra. Tem um diâmetro de 1.200 m. É maior do que o edifício mais alto do mundo, o Burj Khalifa. Na verdade, é 1,5 Burj Khalifas. Também tem mais de 525 m de profundidade — o que significa que você poderia colocar um prédio de 140 andares no poço. O poço gigante é uma mina de diamantes localizada em Mirny, uma cidade na Sibéria. A temperatura média de inverno aqui é de −35 °C. Você não pode pilotar um helicóptero sobre a mina, porque é perigoso. A mina é tão grande que atrapalha o fluxo de ar. O ar dentro da mina é muito mais quente do que fora. E quando esses dois fluxos de ar se misturam, criam um vórtice. Se um helicóptero passar voando, o vórtice provavelmente o puxará para dentro. Então, a máquina perderá altitude e cairá.
Outro lugar é o Palácio de Buckingham. Sobrevoar este prédio é proibido para proteger os monarcas. O palácio não é apenas o lugar onde a Rainha reside. É também a sede administrativa da Grã- Bretanha, onde muitas reuniões com representantes estrangeiros são realizadas. Aviões também não podem sobrevoar o Castelo de Windsor, porque é onde a família real reside.
O Peru proibiu aviões de sobrevoar seu famoso marco — Machu Picchu — em 2006. A proibição deve proteger o patrimônio do marco e sua vida selvagem.
O próximo é o Taj Mahal da Índia. O mausoléu, concluído em 1653, está localizado em Agra, na parte norte da Índia. É um dos lugares mais reconhecíveis do mundo e é protegido pela UNESCO como patrimônio histórico mundial. Não é à toa que este lugar, que é visitado por mais de 6 milhões de pessoas todos os anos, é tão protegido. A área é uma zona de exclusão aérea desde 2006. Esta lei foi criada para proteger o prédio e seus visitantes.
Mesmo que não haja proibição oficial, os aviões preferem evitar regiões específicas do nosso planeta. Um deles é o Himalaia. As montanhas do Himalaia tem mais 6.000 m de altura, com o monte Everest (o ponto mais alto da Terra) atingindo 8.849 m. A maioria dos aviões voa a cerca de 10.000 m, o que fica muito perto do pico da montanha. Para manter a distância mínima, os aviões teriam que voar mais alto — o que é impossível. Além disso, os ventos são muito fortes sobre as montanhas, e isso dificulta a manobra de aeronaves. Os aviões precisam de rotas com a possibilidade de pousos de emergência e com os melhores serviços de radar — caso algo dê errado durante um voo.
O problema é que quase não existem serviços de radar no Himalaia. E os pilotos não seriam capazes de se comunicar com os controladores de tráfego aéreo em terra. Um pouso de emergência só é possível em superfícies planas, e não, elas não existem na região do Himalaia. O risco é simplesmente muito alto com montanhas em todos os lugares. Se você não acha que isso é perigoso o suficiente, tem mais. Se algo (por exemplo, descompressão da cabine) acontecer com uma aeronave a essa altitude, o avião terá oxigênio suficiente apenas para cerca de 20 minutos. Quando esse oxigênio acabar, o avião deve descer a pelo menos 3.000 m acima do nível do mar para reabastecer suas reservas. E isso é impossível de fazer no Himalaia por causa das montanhas que estão por todo o lugar.
Outra rota difícil são os polos. E para passar por um deles, um avião precisa de aprovação especial. O problema aqui é que o polo pode atrapalhar o sistema de navegação da aeronave. As bússolas podem ficar totalmente malucas, se tornando inúteis. O polo norte da Terra tem um campo magnético muito forte que está em constante mudança. Se o campo magnético se mover, o verdadeiro Norte é diferente do que os pilotos veem em seus dispositivos. Então fica difícil para eles encontrarem a pista de aterrissagem correta. Por sinal, as pistas são nomeadas de acordo com a distância do verdadeiro Polo Norte. Se o campo magnético se mover e fizer com que um piloto ajuste a navegação, ele não pode ter certeza se vai pousar na pista correta. Então, apenas alguns aviões realmente voam para lá. E eles têm que passar por preparativos especiais, obter dispositivos de navegação específicos e uma aprovação para viajar para lá. E ainda assim, ninguém sobrevoa diretamente o Polo Norte.
Mesmo que as aeronaves sobrevoem oceanos e corpos d’água menores, se houver uma rota alternativa que passa por terra, um avião sempre optará por ela. Curiosamente, voar sobre a água geralmente é mais tranquilo do que sobrevoar sobre a terra, especialmente em altitudes mais baixas. Isso acontece porque há menos turbulência. A principal razão para a turbulência é o ar quente subindo do solo. Quando você sobrevoa a água, não tem esse problema, e o voo é mais confortável. Mesmo assim, sobrevoar a terra é mais seguro. Não sei quanto a você, mas eu prefiro ter um pouco de turbulência do que não ter oportunidade de pousar em caso de emergência. Aviões que fazem voos transoceânicos geralmente têm quatro motores. Para aeronaves bimotores, é muito perigoso. Elas preferem rotas onde há muitos aeroportos no caminho que podem aceitar esse tipo específico de aeronave em caso de emergência. Imagine que aconteça uma falha no motor. Nesse caso, a aeronave terá que contar com o motor restante para levá-lo ao aeroporto mais próximo e pousar com segurança. Não existem muitos aeroportos, digamos, no Oceano Pacífico.