Por que é importante saber quem fabricou a roupa que você usa
Em 2013, um prédio de 8 andares chamado Rana Plaza desabou em Bangladesh, um país pobre da Ásia. Nele, funcionava uma empresa de confecção de marcas de moda. O prédio estava em condições precárias, mas o proprietário arriscava a vida de seus trabalhadores para tornar a produção o mais barata. Essa catástrofe ceifou a vida de milhares de pessoas e fez com que muitas outras começassem a refletir sobre a questão de como (e em que condições) suas roupas eram fabricada.
A organização internacional Fashion Revolution foi fundada um ano após a tragédia. A missão da organização é repensar a indústria da moda e do vestuário. A Fashion Revolution lançou um desafio, que incentivou as marcas de moda a responderem à pergunta: #WhoMadeMyClothes (“Quem fabricou minhas roupas?”).
O Incrível.club acredita que o tema de uma moda consciente é muito importante para um mundo melhor e mais justo.
Começando do começo: antes de chegar aos nossos guarda-roupas, as roupas passam por fazendeiros, fiandeiros, tecelões, tintureiros e muitas outras pessoas. Mais de 75 milhões de pessoas trabalham nesta indústria, e 80% dessas pessoas são mulheres com idades entre 18 e 35 anos. O problema é que as marcas de moda, buscando economizar, transferem suas fábricas para países pobres e pagam a seus funcionários poucos dólares por dia.
Para tentar melhorar essa situação, foi criado o já mencionado desafio #WhoMadeMyClothes. As pessoas foram convidadas a postar fotos de suas roupas nas redes sociais de tal forma que o logotipo da marca ficasse visível, e começaram a perguntar a essas marcas se, de fato, elas estavam preocupadas com as condições de trabalho de seus fornecedores e se usavam matérias -primas ambientalmente corretas.
As marcas, então, passaram a mostrar as pessoas que costuravam as roupas.
Mas muitas empresas decidiram não responder ao desafio. Por exemplo, marcas como Chanel, Versace, Marc Jacobs, Dior, Dolce & Gabbana, Gucci e outros gigantes da indústria da moda simplesmente não mostraram suas fábricas.
Por outro lado, as marcas Stella McCartney, H & M, Marks & Spencer, Puma, Adidas e Reebok não tiveram problema em mostrar imagens de suas fábricas.
A classificação da transparência das marcas em relação a esse assunto pode ser conferida no relatório Fashion Revolution.
Além da questão das condições de trabalho, um outro desafio da indústria da moda é em relação ao meio ambiente. Esse setor é considerado o segundo mais poluente entre todos os setores econômicos. Cada um de nós pode, no entanto, mudar a situação para melhor.
É o suficiente começar com esses pequenos passos:
- Assistir o documentário The True Cost para entender o assunto mais a fundo.
- Apoiar as marcas ecológicas e transparentes que não escondem as condições em que suas roupas são fabricadas
- Não esquecer das roupas de segunda mão, lojas vintage, brechós e a troca de roupa com os amigos; essa é uma maneira mais ecológica para renovar o seu guarda-roupa.
- Comprar roupas feitas com materiais reciclados ou com a certificação de têxteis do Fair Trade.
- Não jogar fora suas roupas velhas; é melhor entregá-las em pontos de coleta especializados.
- E o mais importante, não comprar exageradamente.
Se todos refletíssemos sobre compras nas liquidações de roupas desnecessárias, toda a indústria da moda mudaria.
Seria um recado de que a sociedade busca produtos menos agressivos ao meio ambiente e produzidos em condições de trabalho mais justas.
A escolha de cada um é importante porque só juntos podemos mudar o mundo.