Por que as pessoas felizes traem, segundo uma terapeuta de casal

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há 2 anos

Traições existem desde que a humanidade surgiu. Na década de 1950, uma esposa percebia um pouco de batom vermelho no colarinho do marido e pronto. Hoje, na era digital, quando as mídias sociais e a vida se encontram emaranhadas, descobrir que seu parceiro está traindo pode ser de partir o coração. Os especialistas têm dificuldade em estimar a porcentagem da população que não consegue resistir a tentações, pois ser infiel pode ter distintos significados para cada pessoa.

Esther Perel, uma renomada psicoterapeuta, é especialista quando o assunto é infidelidade, e queremos compartilhar sua teoria inovadora sobre as razões de a maioria da população recorrer a casos extraconjugais.

A definição de monogamia se transformou nos últimos anos

Evan Agostini/Invision/AP/East News, Invision/Invision/East News

De acordo com Esther Perel, a monogamia costumava significar alguém para a vida toda. Hoje, uma pessoa de cada vez. Vivemos em uma época em que sentimos termos o direito de seguir nossos desejos. Se as pessoas se divorciavam por serem infelizes, hoje recorrem ao divórcio para poderem ser mais felizes.

No passado, a monogamia nada tinha a ver com amor. O casamento era apenas uma transação comercial; hoje, um arranjo romântico, e a infidelidade representa uma ameaça à segurança emocional. As pessoas costumavam ser adúlteras para ter um espaço onde encontrar o amor verdadeiro. Agora, se o buscamos no casamento, o adultério pode acabar por destruí-lo.

Como um casal, a pressão é alta, pois tentamos desempenhar diversos papéis

Nosso ideal romântico é complexo — recorremos a alguém para corresponder ao amplo espectro de todas as nossas necessidades. De acordo com Perel, o parceiro perfeito deve ser “o maior amante, o melhor amigo, o melhor pai, meu confidente, meu igual intelectual, meu companheiro de emoções e eu dele: sou único, indispensável, e insubstituível. Quero ser ’a pessoa’, e a infidelidade me diz que não sou — isso destrói nossa grande ambição amorosa.”

Casos extraconjugais também acontecem em relacionamentos felizes

Kevin Hart teve um caso durante a gravidez de sua esposa, Eniko (na foto acima). Ela acredita em segunda chance e perdão e compartilhou: “Desde que ele se comporte, estamos bem”.

Na verdade, acreditar que casos extraconjugais acontecem apenas em relacionamentos conturbados não corresponde à realidade. Se temos tudo o que precisamos em casa, não há razão para procurar em outro lugar — queremos crer. Ao mesmo tempo, há pessoas que, apesar de amar verdadeiramente o parceiro, podem, um dia, admitir que não resistiram à tentação.

No centro de qualquer caso estão a mágoa, a traição, o desejo de uma conexão emocional, de novidade, de querer se reconectar com aquilo que perdemos. De acordo com Perel, “quando nos sentimos atraídos pelo olhar de outra pessoa que não o do nosso parceiro, não é por que queremos abandoná-lo, mas por desejarmos deixar de ser a pessoa que nos tornamos”.

Nas sombras de um romance, muitas vezes fica uma perda, seja de um parente ou de um amigo próximo, ou ainda más notícias recebidas de um médico

AXELLE/BAUER-GRIFFIN.COM/East News

Robert Pattinson e Kristin Stewart, na foto acima, formaram um casal por quatro anos, até 2013, e acabaram se separando devido aos rumores de que Stewart teve um caso com um diretor de cinema.

Em todo o mundo, as pessoas que mantêm romances extraconjugais costumam dizer: “Sinto-me viva”. A mortalidade muitas vezes reside na sombra de outro envolvimento, por levantar questões como: “É isso?” “Tem mais?” “Vou viver mais 20 anos assim?” “Sentirei isso de novo?” Esther Perel acredita que essas perguntas podem ser as que levam as pessoas a ter casos, tanto na tentativa de se sentirem mais vivas, como um antídoto contra a perda.

Embora muitas pessoas se sintam culpadas por machucar o parceiro, não são poucas as que não se arrependem de serem infiéis.

Cada caso redefine o relacionamento

Beyoncé e Jay-Z enfrentaram a infidelidade, mas conseguiram sobreviver e agora estão mais felizes do que nunca.

verdade é que a maioria dos casais que passou por uma traição continua junto. Alguns apenas sobreviverão, enquanto outros transformarão a crise em uma oportunidade para melhorar sua relação atual. Cada casal determinará quais serão as consequências de ter um caso extraconjugal. Pode haver mágoa e traição de um lado e crescimento e autodescoberta do outro.

A terapeuta compartilhou o que costuma dizer aos casais que a procuram após a experiência de uma traição: “Hoje, no Ocidente, a maioria das pessoas terá dois ou três relacionamentos ou casamentos. Alguns de nós o farão com a mesma pessoa. Seu primeiro casamento acabou. Você gostaria de uma segunda tentativa juntos?”

Você daria ao seu parceiro uma segunda chance após uma traição? Qual acredita ser o segredo para um relacionamento feliz? Conte para a gente nos comentários!

Imagem de capa Evan Agostini/Invision/AP/East News, AXELLE/BAUER-GRIFFIN.COM/East News

Comentários

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Blá blá blá... é falta de caráter e ponto!! 🙄 Nada justifica uma traição, eu não perdoaria de jeito nenhum. Quebrou minha confiança ADEUS!! 😒

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