Plutão pode estar escondendo vida em seus oceanos, afirmam alguns cientistas
Plutão, um ex-planeta e atualmente considerado o planeta-anão mais famoso do nosso Sistema Solar, está se escondendo em algum lugar distante, em seu canto escuro. A temperatura da superfície de Plutão é congelante, tipo — uau! À primeira vista, é apenas um corpo celestial distante, gelado e estéril. Mas Plutão poderia estar escondendo alguma coisa? Talvez até mesmo vida? Os cientistas descobriram que, apesar de estar tão longe do Sol, seu interior ainda é quente. É assim desde que Plutão se formou. Sob a atmosfera de camadas de névoa de Plutão há uma superfície gelada cheia de crateras e gelo de água impura. E, também, uma grande bacia de impacto, inundada por nitrogênio congelado.
Abaixo dessa crosta gelada pode haver um oceano interno. Quando a superfície de um planeta se expande, na maioria das vezes deixa muitas fraturas. O mesmo aconteceu com Plutão — é possível ver inúmeras rachaduras em sua crosta congelada. Elas são de todas as idades — algumas possivelmente datam de 4,5 bilhões de anos atrás, da época em que Plutão ainda estava se formando. É provável que o planeta-anão tenha crescido porque lentamente acumulou pequenos pedaços de material gelado. Ele se condensou durante o tempo em que a região externa do nosso Sistema Solar estava se formando. Esse processo aconteceu de forma intensa e rápida o suficiente para derreter a base da camada de gelo. A superfície de Plutão se estendeu à medida que a água líquida no topo do oceano congelou na base de sua crosta de gelo durante seus primeiros bilhões de anos.
O oceano pode ter parado de congelar nos bilhões de anos seguintes. O acúmulo de calor radioativo equilibrou temporariamente a taxa de escape de calor para o espaço. Mas, como Plutão foi produzindo menos calor radioativo ao longo do tempo, a superfície do seu oceano interior continuou a congelar. E provavelmente se transformou em uma camada de 200 quilômetros de espessura entre a rocha e o gelo. As crostas foram a primeira dica de que lá poderia haver um oceano. Os cientistas receberam a segunda evidência potencial quando perceberam que uma casca de gelo conseguiu deslizar por um interior essencialmente sem atrito e se reorientar. E não estamos falando apenas de oceano. O legal é que, onde quer que haja água, pode haver vida.
Um oceano em potencial sob uma crosta gelada provavelmente não é algo que existe apenas em Plutão. Algumas luas geladas do nosso Sistema Solar também têm isso. Como as luas de Saturno, Encélado e Titã. E a Europa de Júpiter. Encélado e Europa poderiam ter oceanos salgados e líquidos. Além disso, elas têm plumas de água semelhantes em erupção de seu interior. Esses gêiseres nos dizem que essas luas têm sua própria fonte de energia — possivelmente devido à radiação ou à gravidade. De qualquer forma, essa energia é o que poderia sustentar a vida.
Você já ouviu falar de Ceres? É o nosso planeta-anão mais próximo, o maior objeto do cinturão de asteroides entre Júpiter e Marte, e o primeiro asteroide que descobrimos no início do século 19. As pessoas até o chamavam de planeta.
Embora não seja tão popular, há uma possibilidade de Ceres também ter um oceano abaixo da superfície. Os gêiseres podem ser o primeiro sinal disso. A pluma de vapor de água pode ser o resultado de um meteorito que colidiu com a superfície e expôs o gelo da sub-superfície ao espaço sideral. Ceres também pode ter sua própria atmosfera. Esse planeta-anão está relativamente longe do Sol, mas sua temperatura de superfície pode subir para 38 graus celsius negativos.
Nessas temperaturas, se houvesse gelo de água em sua superfície, ele mudaria rapidamente para gás. E isso poderia criar uma atmosfera em torno desse intrigante planeta-anão.
Não existem apenas oceanos; também há muitos vulcões em todo o nosso Sistema Solar: Mercúrio, Vênus, Marte e Io, uma das luas de Júpiter, todos têm. Mas, além da Terra, Io é o único que tem mais de 400 vulcões ativos. 150 deles podem entrar em erupção a qualquer momento. Os cientistas suspeitam de que pode haver alguma atividade vulcânica em Vênus e na lua de Júpiter também: a Europa. Mas ainda não foi possível verificar se isso é verdade, porque Vênus tem uma atmosfera extremamente espessa, e Europa tem uma casca de gelo espessa.
E, mesmo que não seja mais assim, sabemos que os vulcões, em outros pontos, costumavam ser ativos, pois vemos as formas específicas de relevo que eles deixaram para trás — colinas, vales, planícies, montanhas e especialmente canais de lava. É como quando você está regando suas plantas na varanda da frente e vê água fluindo pela rampa inclinada da garagem, por caminhos específicos. É como se ela criasse pequenos canais — de maneira muito parecida com a lava.
A nossa Lua também pode ter tido vulcões ativos na época em que os dinossauros ainda dominavam o planeta. Se eles tivessem telescópios, poderiam ter visto algo espetacular — lava escorrendo ferozmente da superfície da Lua! Astronautas tiraram imagens de Ina, um depósito vulcânico incomum na Lua. E há 70 manchas semelhantes nas planícies vulcânicas que encontraram no lado da Lua que encara o nosso planeta. Algumas delas têm mais de um bilhão de anos, mas outras poderiam ter se formado há menos de 100 milhões de anos — e os dinossauros foram extintos há 66 milhões de anos.
Por falar em extinção dos dinossauros, Júpiter poderia ter sido o principal culpado? Ninguém sabe de onde veio essa rocha espacial que atingiu nosso planeta natal há 66 milhões de anos com tanta força. Ela deixou uma cratera na costa da Península de Yucatán, no México. E provavelmente causou terremotos, tsunamis e erupções vulcânicas ferozes que trouxeram problemas não apenas para os dinossauros, mas para quase três quartos de toda a vida animal e vegetal na Terra. Mas alguns acreditam que foi Júpiter quem jogou o cometa na direção da Terra.
A gravidade é uma força complicada que pode fazer o Sistema Solar agir como uma grande ’máquina de pinball’. Júpiter é o nosso planeta mais massivo, o que significa que tem uma gravidade extremamente forte. É como um guardião do nosso Sistema Solar que redireciona muitos cometas, às vezes levando-os bem perto do Sol. À medida que chegam lá, esses cometas podem experimentar forças de maré extremas, que os separam e, no final, criam longos pedaços de um cometa. E um desses pedaços provavelmente foi jogado em direção à Terra.
Você já ouviu a história de Tritão? Netuno tem 13 luas, e Tritão é a maior delas. É a única lua gigante em nosso Sistema Solar que tem uma órbita retrógrada. Isso significa que ela circunda seu planeta na direção oposta de sua rotação. Os cientistas acreditam que é porque Tritão costumava estar no Cinturão de Kuiper, uma área em forma de disco localizada no Sistema Solar externo — quero dizer, além da órbita de Netuno. E é possível que a força gravitacional de Netuno a tenha retirado dessa região há milhões de anos.
Plutão também pode ter se originado dentro do Cinturão de Kuiper. Plutão e Tritão são quase iguais — têm a mesma densidade, além de massa e material de superfície semelhantes.
Agora Tritão está trancado em rotação síncrona com seu planeta-pai Netuno, longe do que acreditamos ser sua terra natal... O objeto mais distante que descobrimos até agora em nosso Sistema Solar é um planetoide misterioso chamado... tente adivinhar... Longe-muito longe. Ah, tá bem, é em inglês: Far-far-out. Uma unidade astronômica é a distância média entre a Terra e o Sol, cerca de 150 milhões de quilômetros. Bom, Farfarout está a 132 unidades astronômicas do Sol, quatro vezes mais longe do que Plutão. Como é tão longe, Farfarout precisa de cerca de 1.000 anos para terminar uma única volta ao redor do Sol. Longe!
Você já imaginou o que aconteceria se dois gigantes de gás colidissem? Claro, as chances são pequenas, mas, se algo assim acontecesse, não se perderia muito. Embora dependa do ângulo e da velocidade do impacto.
Uma colisão frontal faria com que eles se fundissem completamente e não perdessem nenhuma matéria, quer estejamos falando de seus envelopes gasosos ou de seus núcleos sólidos. Mas, em alta velocidade, seus dois núcleos se fundiriam, e ambos os planetas perderiam a maior parte do Gás ao seu redor. Em velocidades muito, muito altas — BAM! — ambos desapareceriam. Se houvesse uma colisão oblíqua, dois núcleos poderiam evitar completamente um ao outro. Os planetas não se fundiriam, mas uma fração substancial de seus gases desapareceria no espaço. E em uma colisão muito oblíqua — como um deslize lateral — os planetas continuariam como se nada tivesse acontecido. Não há evidências disso, mas uma teoria até diz que Júpiter e Saturno — ou pelo menos um deles — poderia ter se formado pela fusão de planetas gasosos menores. Sim, é uma questão de gás mesmo....