Os tornados podem sim atingir cidades, e 14 outros mitos desbancados sobre o clima
O som ensurdecedor das sirenes faz seu sábado tranquilo se transformar em um caos. Você salta da cadeira e corre para a janela. O céu está coberto por nuvens escuras, e nem dá pra ver o horizonte! As árvores estão quase se quebrando pela força do vento. E, junto com a chuva, pedras de granizo do tamanho de uma bola de golfe batem no chão, nos telhados e nos carros estacionados na rua. O barulho é insuportável! Os alarmes dos carros disparam por toda parte! E aí — CRACK! Raios enormes iluminam a escuridão do céu. Depois, vem aquele estalo monstruoso do trovão.
Seu coração quase sai pela boca. Enquanto você assiste a esse caos repentino pela janela, seu corpo sente o poder supremo da natureza... de repente, de volta à realidade: as sirenes! Hora de ir para o porão! Você começa a se afastar da janela, e é aí que o vê... um tornado gigante varrendo tudo pelas ruas da cidade. Ele está engolindo motos inteiras, geladeiras e até árvores como se fossem coisas pequenas. O telhado daquele prédio começa a se soltar como se fosse um Band-Aid. O ciclone levanta até carros e pedaços de asfalto como se fossem penas! Parece que esse tornado vai reduzir sua cidade a pó em poucas horas.
Você finalmente sai de seu estado petrificado e corre para o porão. E desce correndo o mais rápido que pode, enquanto o som da cidade sendo destruída o aterroriza. Mas após 20 minutos, tudo fica silencioso. Você sai do porão para ver o que aconteceu: as nuvens sumiram e os raios de sol iluminam as ruas. Por sorte, sua casa foi poupada. Mas a cidade moderna agora parece com ruínas antigas... Pare! Um tornado nunca atinge cidades! ... Certo?
Mmm, atinge sim! Esse monstro não escolhe o lugar para onde vai, e se alimenta ao longo do caminho. E enquanto falamos sobre isso, não podemos esquecer do mito de que os tornados somem em um passe de mágica quando encontram rios, lagos ou montanhas. Eles simplesmente os atravessam! Mas sobre aquela coisa de “não existe tornado em cidades” — só nos Estados Unidos ocorrem cerca de mil deles por ano! Isso equivale a 75% de todos os que acontecem no mundo! A maioria desses monstros atinge uma faixa — ou melhor, uma bolha — se movendo para cima e para baixo em direção ao centro do país. Essa região foi até apelidada de Alameda dos Tornados, pois é um lugar perfeito para essas coisas se formarem.
O ar frio e seco que sai do Canadá se encontra com o ar úmido e quente que vem do Golfo do México. O quente é menos denso do que o frio, então ele sobe e cria uma forte corrente de ar lá em cima. As gotículas de água que estão ao seu redor produzem uma nuvem em forma de funil. E pronto, eis a receita de um tornado. Agora, se você fechar os olhos, girar e colocar o dedo sobre um mapa dos Estados Unidos, a chance de que ele pouse sobre uma metrópole é muito pequena. Se fosse possível juntar todas as cidades do país inteiro, elas corresponderiam a apenas 3% do território norte-americano inteiro.
Assim como o seu dedo, a probabilidade de um tornado atingir uma cidade é muito menor do que uma área rural. Mas ele pode SIM passar por cidades grandes — só que raramente faz isso por uma simples questão de probabilidade! Outro mito surpreendente: você sempre vê um tornado vindo por causa do... funil de nuvem que fica acima dele! Não é verdade. A aproximação do funil pode ser totalmente camuflada pela parede de chuva. E só será possível vê-lo somente quando ele estiver bem acima da sua cabeça!
Nesse caso, é melhor confiar na sua audição. Primeiro, as sirenes de alerta disparam se você estiver em um lugar que as tenha. Segundo: você ouvirá um estrondo muito alto, parecido com a chegada de um trem. Isso é um sinal certeiro de que essa besta está por perto. Muitas pessoas começam imediatamente a procurar por abrigo quando veem nuvens verdes no céu. Pois a maioria acredita que esse é o 1º sinal de que um tornado está vindo! Não se deixe enganar! Sim, um céu esverdeado indica que há uma tempestade severa que pode produzir um tornado. Mas isso não é 100% garantido, como muita gente acredita.
Enquanto estamos falando sobre isso, sabe aquelas cenas de filmes em que o chão se parte durante um terremoto? Aí, aquele abismo entre as duas partes engole carros, casas e cidades inteiras! Isso não tem um pingo sequer de verdade. Pode surgir alguma rachadura no chão em terremotos maiores, mas ela raramente passa de três metros de largura.
Um dos mitos mais difundidos por aí é que um raio não atinge o mesmo lugar duas vezes. Diga isso para o Empire State, nos EUA! O edifício é atacado por raios pelo menos 25 vezes por ano! Tenho certeza de que ninguém está pegando a construção e a colocando em locais diferentes. Sim, os raios gostam de coisas super altas, e não têm vergonha de voltar para o mesmo lugar!
Sobre aquele velho alerta em relação ao seu celular ou joias atraírem raios: é falso. Não há nenhuma comprovação científica de que objetos pessoais que tenham metal atraiam raios. Mesmo assim, você não deve ficar perambulando por aí durante uma tempestade, seja com celular na mão ou não!
Agora, se estiver louco para ver um tsunami com aquela parede gigante de água, saiba que pode nunca avistar um, mesmo se ele estiver bem na sua frente! Os tsunamis nem sempre são ondas gigantes que se esborracham na margem. Em sua maioria, eles se apresentam como se a maré estivesse subindo muito rápido, retrocedendo e subindo de novo até inundar a cidade. Não que não formem paredes de água — isso só não é tão comum.
Pense no planeta Terra. Está visualizando uma bola perfeita? Bem, para imaginá-la como ela realmente é, amasse os polos um pouquinho. Isso, agora você tem uma Terra de verdade! Os cientistas chamam nosso planeta de esfera irregular, ou elipsoide, para usar um termo mais rebuscado. Ele gira em seu próprio eixo, fazendo o equador esticar um pouco. Assim como acontece quando se gira rápido em um carrossel. Você se sente puxado para fora e para longe do centro.
Qual é o ponto mais alto da Terra? O Everest, claro! Mas se considerarmos o ponto mais distante do centro do planeta, a coroa vai para o Monte Chimborazo, nos Andes. Seu pico está na verdade 2 mil metros mais próximo do espaço sideral do que o do Everest! Isso por que o Chimborazo fica perto do equador, onde a protuberância do planeta é maior.
Uma baleia azul tem o mesmo peso de 30 elefantes, faz barulhos mais altos do que o de um jato e come quatro toneladas de comida todos os dias. Ela é a maior criatura viva que este planeta já viu... mas não tecnicamente! Vamos para a Floresta Nacional de Malheur, em Oregon, nos Estados Unidos: o local abriga uma criatura cujo peso equivale ao de 20 baleias-azuis! O Cogumelo do Mel é uma colônia gigantesca de fungos unidos em um sistema comum. Esse gigante cobre uma área de 1.220 campos de futebol e tem milhares de anos de idade.
Peça a alguém para desenhar o sol, e essa pessoa fará um círculo amarelo e feliz. Mas se olhar para nossa estrela a partir da Lua, ou da Estação Espacial Internacional, você verá que ele é branco! Visto da Terra, o Sol parece amarelo ou vermelho graças à atmosfera, que age como um filtro.
A maioria das pessoas acha que o tempo é constante, e que se move na mesma velocidade, independentemente de onde você esteja. Mas ela depende do quão perto o relógio está da Terra! Quanto mais fraca for a gravidade, mais rápido o tempo passa. Então, quem mora em um apartamento acima de você envelhece mais rápido do que quem mora embaixo! Só que são apenas 90 bilionésimos de segundo a cada 30 cm de altura, entãaaao... não espere ver uma grande diferença se resolver se mudar para o primeiro andar!
O chão abaixo de seus pés parece ser bastante sólido e inteiro. Mas, na verdade, a crosta da Terra é toda quebrada em placas que ficam surfando em um oceano de rocha derretida, chamado magma. Você não sente, mas o solo está se movimentando pouco mais de um centímetro por ano. Essa é aproximadamente a mesma quantidade que suas unhas do pé crescem!
O maior deserto do mundo? Ra, fácil! O Saara! Não senhor! É a Antártica, que é quase duas vezes maior do que o Saara. Um deserto não é apenas um lugar escaldante e arenoso onde não chove. É um local com pouquíssimas precipitações, e isso inclui neve também. Em algumas partes da Antártica não chove nem neva há milhões de anos. Em outras, ela até cai, mas raramente. O negócio é o seguinte: existe um mito de que não neva em lugares extremamente frios. Mas isso acontece na Antártica, que é o lugar mais frio da Terra! De qualquer forma, tem um pouco de verdade nesse mito. No frio tudo fica mais seco, e a umidade não é retida também. É preciso umidade para que as gotículas de chuva e os flocos de neve se formem. É por isso que há menos chances de haver uma nevasca quando as temperaturas caem muito.