Os 8 erros de engenharia mais caros do mundo
Dizem que o maior erro que alguém pode cometer na vida é ter medo de errar. Tá, mas, quando o assunto é construções, é melhor evitar os erros a qualquer custo. Além de ser perigoso, o desperdício de dinheiro é enorme! Como aconteceu com a ponte Tacoma Narrows em Washington, EUA. As obras foram finalizadas em 1940 — era uma ponte do tipo pênsil, uma obra única e nunca vista antes. Hoje em dia, a ponte custaria cerca de um milhão de dólares. Mesmo assim, apesar da grande soma de dinheiro gasta, a ponte durou apenas 4 meses. Ao que tudo indica, os engenheiros não consideraram um fator muito importante — o vento. Então, a ponte balançava e cedia com a ventania — provavelmente por causa de um novo método de construção nunca usado antes. A propósito: os trabalhadores perceberam que havia alguma coisa errada antes de a obra ser finalizada, mas não deram muita atenção a isso e continuaram trabalhando como se nada tivesse acontecido. Um dia, a ponte oscilante se mexeu tanto com a ação do vento, que acabou caindo, e os milhões de dólares gastos foram parar no rio. A boa notícia é que ninguém se machucou nesse incidente!
A próxima construção da nossa lista é o Aon Center, um dos prédios mais altos de Chicago hoje em dia. A cidade é famosa por ter recebido o primeiro arranha-céu da história, mas o Aon Center não teve muita sorte. Era para ele ser uma obra-prima da arquitetura, coberto pelo sofisticado mármore de Carrara da Toscana. Bello!
Sim, foi incrível quando ele acabou de ser construído, mas as placas de mármore eram muito finas e, pouco depois, o Aon center começou a descascar, igual a uma casca de ovo cozido. Você ainda pode encontrar esse prédio no mesmo local onde foi construído, mas ele está diferente de sua versão original. Houve uma grande reforma nos anos de 1990 e agora o prédio está revestido de granito, e não de mármore. Nada mal!
Mesmo assim, os reparos custaram 80 milhões de dólares. Então esse foi um grande erro de construção.
Pois é, o Aon Center pode ter parecido um ovo cozido por algum tempo, mas tem outro prédio com um erro de construção que fez as pessoas se sentirem como um ovo em uma frigideira. A estrutura do Walkie-Talkie, em Londres, custou mais de duzentos milhões de libras, mas adivinha só? Houve um terrível erro de engenharia nele. A fachada de vidro tinha um formato peculiar, um pouco curvado, e esse foi exatamente o problema, pois ela agia como um espelho côncavo gigante que refletia e focava a luz solar. Lembra do que uma lupa pode fazer com folhas secas se você pegar um raio de sol com ela? Essa comparação pode ser um pouco exagerada, mas quem estava dentro do Walkie-Talkie afirmava que não era nada divertido lá dentro, com seus 71 graus Celsius de temperatura e carpetes chamuscados! Dizem que os raios refletidos pelo prédio poderiam até derreter carros estacionados ali perto. O problema foi resolvido graças a uma enorme estrutura de proteção solar que foi instalada na fachada, que custou mais 10 milhões de libras.
Imagine o seguinte: você quer relaxar um pouco em Las Vegas e reserva um quarto em um hotel luxuoso de 55 andares. Lá tem até um spa! Você sabe que o prédio inteiro vale 8 bilhões e meio de dólares e tem certeza de que nada vai dar errado. Nunca... mas a verdade é que pode. Estamos falando do Hotel e Spa Vdara, e ele tem o mesmo defeito que o Walkie-Talkie de Londres tem. Durante uma hora e meia ao meio dia, uma intensa concentração de luz escaldante vinda da parte principal do prédio reflete os raios solares em um único ponto da piscina. E esse raio é tão quente, que pode chamuscar cabelos e derreter plástico. Sim, eu sei que há lugares na Terra em que os cabeleireiros aparam os cabelos das clientes usando fogo, mas nesse caso não se trata de um serviço de beleza, e sim de uma gafe da construção. O vidro curvado age como um disco parabólico refletor. É o mesmo processo do truque da lupa, mas imagine os raios de sol passando por uma lupa de 55 andares! Uuuu...
Muitos prédios maravilhosos carregam segredos ou até erros de construção por trás deles. A Sidney Opera House não é exceção! É difícil acreditar nisso ouvindo as melhores óperas de todos os tempos lá, mas as primeiras pessoas a perceberem o erro foram os músicos. O fato é que eles não conseguiam ouvir a música que estavam tocando, por causa de imperfeições acústicas. Então, os australianos tiveram que desembolsar mais 300 milhões de dólares para corrigir o erro.
Agora imagine ter gastado 300 milhões de dólares em um prédio, para depois encontrar vazamentos, rachaduras e problemas de drenagem nele. O MIT, o Massachusetts Institute of Technology, nem precisa imaginar — isso aconteceu com eles! Um arquiteto e uma empresa de construção criaram o Stata Center. Geralmente, os prédios do MIT são identificados por números, mas com o Stata Center é diferente. Em 1998, o Prédio 20 foi demolido, deixando para trás apenas uma cápsula do tempo para ser aberta em 20583. Para substituí-lo, o Stata Center, conhecido como Prédio 32, foi construído. O design é estranho — parece um monte de robôs dançando. Ele recebeu muitas críticas arquitetônicas também — tem pessoas que até o descreveram como um prédio inacabado prestes a desabar. A empresa do arquiteto afirmou que problemas estruturais eram inevitáveis, mas eles ainda tiveram que pagar 15 milhões de dólares para corrigi-los.
O arranha-céu The Hancock deveria ter sido construído em 1971, em Boston, mas as obras foram adiadas em 5 anos. O preço inicial era de cerca de 75 milhões de dólares, mas durante a obra foi preciso gastar mais, então o total final foi de 175 milhões de dólares, que equivaleriam a 850 milhões na cotação atual. Os problemas começaram durante as escavações — as paredes temporárias de contenção não foram fortes o suficiente para segurar argila e lama, então empenaram. Igual a quando empilhamos cartas de baralho — basta tirar uma da base, e a pilha inteira despenca. O mesmo acontece quando o solo se movimenta, e foi o caso quando estavam construindo o Hancock. As calçadas e construções próximas racharam e até os cabos elétricos da rua foram danificados! Esses danos custaram no mínimo 11 milhões de dólares em 1976, já que uma das construções danificadas ganhou um processo na justiça. Esse primeiro erro custou um equivalente a 53 milhões de dólares na cotação atual.
Outro problema era o vidro azul refletivo que cobria o arranha-céu. Você pode pensar que ele agia como uma lupa de novo, mas, não! Os painéis de vidro se desprendiam e caíam na calçada! Quanto mais forte era o vento, maiores eram as chances de aqueles painéis caírem, então a polícia interditava a passagem de pedestres nas imediações quando o vento atingia 72 km por hora. No fim das contas, todos os 10.344 painéis foram substituídos — não havia outra saída.
Em algum momento todos teriam caído devido ao estresse térmico causado pela expansão e contração do ar. Foram necessários mais 5 a 7 bilhões de dólares para reformar o prédio, o que equivale a 44 milhões hoje em dia.
E tem mais um problema — todos nós sabemos que os arranha-céus costumam balançar um pouco, né? Essas oscilações geralmente nem são percebidas, mas não para o Hancock. As pessoas que moravam nos andares de cima começaram a sentir náuseas, então o certo seria instalar um amortecedor de massa para minimizar as vibrações.
E lá se foram mais 3 milhões de dólares na época, que, convertidos, dariam mais de 18 milhões de dólares hoje. No total, o Hancock custou 966 milhões de dólares no dinheiro de hoje. Um desastre de quase um bilhão de dólares!
E por último, mas não menos importante, temos a Torre de Pisa. Esse é o tipo de erro de construção de que gosto — apesar de sua bizarra inclinação, ela é um dos pontos turísticos italianos mais amados. O motivo da inclinação é simples — o solo do terreno onde ela foi construída era macio demais para aguentar uma construção tão imponente, então é por isso que as fundações da torre são meio desestabilizadas. Historiadores afirmam que, quando os construtores chegaram ao terceiro andar, estava claro que a torre se inclinaria, mas eles não deram muita atenção a isso e continuaram trabalhando. Curiosidade: a torre não se inclina, ela cai — muito devagar. Então, ela está caindo desde 1178 e a cada ano fica um ou dois milímetros mais próxima do chão. Na nossa lista, esse é o único erro de engenharia que não exigiu nenhum gasto a mais; pelo contrário: acabou trazendo mais dinheiro para a região graças aos incontáveis turistas que vão ver a torre todos os dias.