13 Pessoas que apenas foram ao mercado e voltaram cheias de histórias para contar

A supermodelo e mãe de três filhos Ashley Graham posou sem roupa para uma campanha publicitária apenas quatro meses após dar à luz. Mais do que uma simples sessão de fotos, o ensaio foi uma declaração poderosa ao mundo de força e autoconfiança, celebrando a beleza natural e real que ela aprendeu a abraçar ainda mais após a maternidade.
Ashley Graham usa sua influência para espalhar mensagens de amor-próprio e autoaceitação, sendo considerada pela mídia uma verdadeira referência do movimento body positive. Aos 34 anos, ela é vista como uma pioneira na desconstrução dos padrões e estereótipos no mundo da moda, tendo sido a primeira modelo plus size a estampar a capa da renomada Vogue.
Sua trajetória de sucesso, no entanto, começou ainda antes, em 2016, quando uma foto sua foi capa da Sports Illustrated. Desde então, a popularidade de Ashley só cresceu – especialmente nas redes sociais, onde ela inspira milhões de pessoas ao redor do mundo.
Mas a fama de Ashley não veio da noite para o dia – ela precisou trilhar um caminho cheio de desafios. Sua entrada no mundo da moda aconteceu cedo, aos 12 anos, quando começou a frequentar uma escola de modelos e recebia diversos elogios dos avaliadores. No entanto, tinha de enfrentar o bullying constante das colegas: "As meninas me chamavam de 'coxa de ricota'. Falavam: 'Olha a carga pesada passando. Bi-bi!' Eu odiava a escola". Na época, Ashley só abaixava a cabeça e suportava as provocações em silêncio.
Além do bullying das colegas, Ashley também precisou lidar com uma relação difícil e tóxica com o pai. “Meu pai sempre foi muito duro. Ele estava presente fisicamente, mas emocionalmente era ausente. Achava que eu era burra só porque não ia bem em matemática”, relembra a modelo.
Ele era do tipo que disfarçava críticas pesadas como se fossem brincadeiras e chegou até a apelidar Ashley de “Duh” – uma expressão usada em inglês para zombar de atitudes ou pensamentos considerados tolos. Mas o golpe mais doloroso veio anos depois, quando ela já era uma modelo bem-sucedida. O pai sugeriu que Ashley deveria emagrecer, invalidando, com uma única frase, toda a jornada dela para aprender a aceitar e amar o próprio corpo.
Foi a mãe de Ashley quem a ajudou a dar os primeiros passos rumo à autoaceitação. A modelo relembra: “Quando comecei a ganhar peso, minha mãe me pegou uma vez apertando o quadril. Falei para ela, com lágrimas nos olhos, que os culotes estavam saltando de grandes. E ela respondeu: ’Ashley, isso é só uma parte do seu quadril e do seu bumbum. Uma característica de família que a torna parte dela’. Foi, então, que caiu a ficha. Hoje meu marido chama meus culotes de ’bumbum lateral’ — e está tudo bem”.
Outra coisa que ajudou bastante Ashley foram as afirmações positivas. “Houve um tempo em que eu não conseguia nem me olhar no espelho e dizer ‘eu te amo’. Então, comecei a dizer a mim mesma: ‘Eu sou corajosa, sou inteligente, sou bonita’. E faço isso até hoje. São essas palavras que me tiram da cama nos dias mais difíceis”.
Hoje em dia, Ashley aposta em looks ousados e não faz questão de esconder as imperfeições do corpo. Quando a edição italiana da Vogue publicou suas fotos sem retoques, a modelo não hesitou em agradecer à revista. Em outra ocasião, ao colaborar com a The Cut, Ashley foi ainda mais direta: “Podem deixar a celulite, se possível — na verdade, se conseguirem, deixem até mais evidente”.
Em parceria com a marca Knix, Ashley desenvolveu sua própria linha de lingerie, pensada especialmente para mulheres com curvas. Embora seja comum celebridades lançarem coleções como parte do merchandising voltado para o consumo dos fãs, no caso de Ashley, a motivação foi pessoal: vestindo o equivalente ao tamanho GG no Brasil, ela sempre teve dificuldade em encontrar peças que fossem, ao mesmo tempo, confortáveis e bonitas.
Por isso, sua linha de lingerie foi desenhada para vestir e valorizar mulheres mais cheias, com um design tão cuidadoso que até uma alça à mostra sob a roupa fique charmosa e elegante.
Hoje, Ashley e seu marido, Justin, são pais de três filhos. Primeiro, o casal teve um menino e, um tempo depois, deram à luz um par de gêmeos. Além de tudo, os fãs da modelo também admiraram o fato dela ter quebrado estereótipos em relação à gravidez nesse período.
Durante a gestação, Ashley não se escondeu em vestidos largos ou atrás de peças neutras. Pelo contrário: ela apostava em looks marcantes e cheios de estilo. Um dos momentos mais icônicos foi quando, já com a barriga evidente, ela apareceu em um evento usando um vestido justo de látex vermelho e salto alto — que estilo e gravidez podem, sim, andar juntos.
Ashley também usa as redes sociais para falar abertamente sobre temas que, até hoje, muitas vezes são tratados como tabu. A modelo compartilhou com seus seguidores sua experiência com a recuperação pós-parto e o uso de roupas íntimas descartáveis: “Nunca imaginei que, depois de tantos anos no mundo da moda, a calcinha absorvente descartável se tornaria minha peça de roupa favorita. Normalmente, ninguém conta para as mamães jovens o lado menos glamouroso da maternidade. Eu queria mostrar para vocês que nem tudo são flores e borboletas!”
Certa vez, Ashley publicou um vídeo que dava para ver suas estrias. Uma seguidora comentou, criticando: “Eu tive gêmeos e não fiquei com nenhuma estria. Espero que isso não atrapalhe sua carreira”. A resposta da modelo veio em um tom bem-humorado: “Nossa, espero que eu ainda tenha uma carreira mesmo com essas minhas estrias”.
Aliás, o marido de Ashley apoia completamente sua esposa: “Ele diz que minhas estrias se parecem com uma árvore da vida”.
Pessoas como Ashley Graham têm um papel fundamental na quebra de padrões irreais e estereótipos de beleza. Sua influência vai muito além das passarelas e inspira mulheres ao redor do mundo a se aceitarem e amarem como são. Aqui você confere como o movimento body positive transformou o universo da moda, abriu espaço para que estrelas como Ashley brilhassem — e permitiu que mulheres com todos os corpos se sentissem finalmente representadas.