12 Segredos familiares que mudaram a forma de ver o mundo de seus membros — para pior

Padrões de beleza não são uma invenção do mundo moderno. Mesmo há muitos séculos, já existiam critérios pelos quais a atratividade das damas era avaliada. A verdade é que algumas exigências estéticas do passado hoje parecem, no mínimo, estranhas. Eu decidi editar minha foto com a ajuda do Photoshop para ver como eu pareceria com o visual de uma beldade de outros séculos. Preciso admitir: algumas versões eu com certeza não vou esquecer tão cedo.
Tanto os gregos quanto os romanos antigos consideravam uma das marcas da beleza feminina as sobrancelhas espessas e unidas. E se a moça não tivesse esse traço de nascença, as sobrancelhas eram desenhadas com kajal (um cosmético à base de fuligem ou minerais triturados). Algumas chegavam a colar no rosto apliques especiais feitos com pelos de cabra. Um exemplo dessa tendência pode ser visto em um afresco de Pompéia datado do primeiro século.
Outro sinal de beleza era o tom pálido da pele. A nobre palidez indicava que a mulher era suficientemente rica e de boa linhagem para não precisar trabalhar ao ar livre, podendo ficar em casa tranquilamente. Para esconder o bronzeado, as mulheres pintavam o rosto com giz. Além disso, passavam surma nos cílios e argila vermelha nos lábios e bochechas. As sardas, consideradas fora de moda, eram eliminadas com um produto feito de caracóis.
Na época do final da Idade Média, entre os séculos XIV e XV, as verdadeiras beldades eram consideradas moças pálidas, com testas altas. Pelos no rosto eram vistos como algo vulgar, então as mulheres, apesar da desaprovação de alguns, raspavam cuidadosamente a testa e depilavam as sobrancelhas.
Para que a pele parecesse mais branca, aplicava-se farinha ou cosméticos à base de chumbo (estes últimos, prejudiciais à saúde). Embora existissem delineadores e sombras à venda, algumas mulheres provavelmente preferiam não usá-los. Nos retratos da época, os lábios e bochechas das damas quase não se distinguem do restante do rosto, e os olhos não se destacam.
A pele branca, a testa alta e sobrancelhas finas continuavam em alta na Itália renascentista. A testa descoberta, com linha capilar bem elevada, devia demonstrar não só o status da moça, mas também sua inteligência. Nesse período, as mulheres passaram a usar um pouco mais de maquiagem, com bochechas e lábios rosados. A mulher atraente deveria irradiar juventude e saúde, sem parecer exausta. Estavam na moda os corpos arredondados — com braços e pernas cheios, quadris largos, barriguinha saliente e rosto oval.
No século XVI, o maior ícone de beleza e referência em moda era Elizabeth I — muitas damas nobres sonhavam em se parecer com ela. Como a rainha tinha pele alabastrina e lábios vermelhos, as mulheres aplicavam no rosto uma base feita com cal de chumbo e vinagre, e coloriam os lábios com cinábrio.
Para se livrar de sardas e manchas, usavam cosméticos com enxofre, terebintina e mercúrio. Esses ingredientes danificavam a pele, que logo ficava acinzentada e enrugada. Para disfarçar o efeito, passava-se clara de ovo no rosto, deixando-o liso e branco como mármore. Para que a pele parecesse translúcida, desenhavam veias falsas no rosto, e os olhos eram destacados com kajal (cosmético à base de fuligem, antimônio ou outros minerais triturados).
Na era Stuart (século XVII e início do XVIII), as mulheres consideradas belas tinham rostos ovais ou redondos, queixos duplos e olhos levemente saltados. Mesmo que a dama não preenchesse todos os requisitos, o pintor da corte podia ajustar os traços em seu retrato.
As mulheres usavam bastante maquiagem, o que prejudicava a pele, e aos vinte anos já não tinham aparência fresca. A dama atraente tinha que ter boca pequena com lábios carnudos e exibir covinhas nas bochechas e no queixo. Para clarear a pele, aplicavam creme feito com giz triturado, clara de ovo e vinagre. Por isso, evitavam rir, para não “rachar” o rosto. As bochechas eram coradas com papel especial tingido de vermelho, e os lábios, umedecidos com suco de frutas.
No século XVIII, a mulher considerada ideal tinha testa lisa, queixo arredondado e cheio, nariz pequeno e lábios inflados em tom coral. Para alcançar esse padrão, usava-se bastante maquiagem. A pele branca era conseguida com branco de chumbo, e bochechas e lábios eram pintados com tintura à base de cinábrio.
As mulheres da nobreza aplicavam o blush em traços largos — do canto dos olhos até o canto da boca. As sobrancelhas deveriam ter forma de meia-lua com pontas finas. Infelizmente, devido ao uso de chumbo, algumas mulheres perdiam as sobrancelhas, substituindo-as por postiços feitos com pele de rato. As pintas artificiais (mouches), que surgiram desde o século XVII, continuavam em alta, pois ressaltavam o tom claro da pele.
Durante a Era da Regência, no final do século XVIII e início do XIX, a beleza natural estava na moda. Embora o bronzeado ainda fosse considerado vulgar, as moças não buscavam mais um tom de pele excessivamente branco. A maquiagem com chumbo foi substituída por cosméticos feitos com amido de milho ou talco — este último com pigmentos naturais para se adequar ao tom real da pele.
Nessa época, havia fascínio por tudo relacionado ao Egito Antigo, e as mulheres passaram a escurecer sobrancelhas e cílios com fuligem ou rolha queimada misturada com óleo. As bochechas e os lábios eram levemente coloridos com cosméticos feitos de carmim, cártamo ou sândalo vermelho misturados com pó branco. Além disso, era considerado bonito ter um corpo pouco rechonchudo — sinal de que a mulher não precisava trabalhar e podia se alimentar bem
Na segunda metade do século XIX, durante a Era Vitoriana, mulheres nobres e bem-educadas escondiam cuidadosamente o uso de cosméticos. Estavam na moda a magreza romântica, palidez doentia, lábios vivos e um leve rubor febril nas bochechas. Para obter esse efeito, aplicava-se discretamente pó no rosto e um toque de rosa nas maçãs do rosto e nos lábios.
Algumas até coravam os lóbulos das orelhas. Para acentuar a palidez, desenhavam veias no rosto com lápis especiais e as esfumavam levemente. A moda da palidez doentia desapareceu no início do século XX, quando médicos passaram a recomendar banhos de sol para fortalecer a saúde.
Aliás, ao longo dos séculos, as mulheres precisaram recorrer a todo tipo de truques não só para manter a beleza, mas também para cumprir os requisitos básicos de higiene.