O maior vulcão do mundo está acordando. O que vai acontecer com a gente?
Uau! A superfície da Terra está tremendo. Longas rachaduras dividem o chão. Rios de lava vão fluindo rapidamente pelas encostas. Um barulho ensurdecedor vai aumentando. Rochas e outros detritos estão voando alto. Nuvens de gás vulcânico e cinzas cobrem o céu. Esse não é o enredo de um filme de desastre daqueles de grande sucesso. É o que acontece quando supervulcões decidem entrar em erupção. Mas esse provavelmente NÃO é o cenário que acontecerá quando o maior vulcão do mundo, o Mauna Loa, decidir terminar sua loooonga soneca. Em 2021, os cientistas tinham certeza de que isso aconteceria em breve. Mas, até agora, nada. A atividade sísmica do vulcão continua aumentando e depois voltando ao normal. Mas você nunca sabe quando esse gigante finalmente voltará à ativa. É por isso que os especialistas monitoram a atividade geológica na maior ilha do Havaí há algum tempo.
A Big Island do Havaí é formada por cinco vulcões, incluindo o mais ativo do planeta, o Kilauea, e o maior, o Mauna Loa. Esse gigante compõe quase metade da parte terrestre da ilha. E a lava que o Kilauea emite em um dia, o Mauna Loa pode expelir em 20 minutos. Foi o que aconteceu em 1984. Enquanto o irmão menor do Mauna Loa tem tido acessos de raiva há algum tempo, o gigante está adormecido desde sua última erupção. Mas, recentemente, o Observatório de Vulcões do Havaí registrou mais de duzentos miniterremotos abaixo do Mauna Loa. É provável que isso signifique um aumento do fluxo de magma lá embaixo. Bom Dia! O vulcão pode estar acordando. Ou não.
Se o Mauna Loa entrasse em erupção repentinamente, os fluxos de lava poderiam atingir o oceano e os lugares mais populosos e turísticos, como o Captain Cook, muito, muito rápido — em questão de horas. Em 1984, a última vez que o vulcão entrou em erupção, a lava chegou até os arredores de Hilo, do outro lado da ilha. É onde fica um campus da Universidade do Havaí. Felizmente, as pessoas tiveram algumas semanas de antecedência para se preparar para o desastre.
Hoje em dia, os moradores têm malas especiais prontas com as coisas mais importantes, incluindo documentos e dinheiro. Essas precauções podem ser úteis no caso de uma evacuação de emergência. Embora a maioria das erupções do Mauna Loa tenha afetado até agora apenas a área do cume, várias delas jorraram lava até o oceano. E você nunca sabe como será a força da próxima erupção.
Agora, qual é a montanha mais alta da Terra? Você disse Monte Everest? Depende. Do fundo do mar até o topo, o Mauna Loa é 300 metros mais alto do que o famoso pico do Himalaia. O vulcão é tão grande, que faz a placa do Pacífico literalmente afundar com seu peso. Os cientistas dizem que, quando esse vulcão monstruoso entrar em erupção, o volume de lava expelido será uma ameaça à vida. Ao longo de sua história registrada, o Mauna Loa entrou em erupção regularmente, quase a cada seis anos. E, mesmo que a última erupção do vulcão tenha ocorrido há cerca de 40 anos, os cientistas têm certeza de que isso acontecerá de novo.
Lembra da cena que mostrei no começo? Bem, pode relaxar! Isso não deve acontecer com o Mauna Loa. O problema é que os vulcões da Big Island, incluindo ele próprio, não são muito voláteis, porque são vulcões em escudo. Eles receberam essa denominação por não serem muito altos e parecerem com o escudo de um guerreiro colocado no chão. Os vulcões em escudo são formados por lava muito fluida. Ela viaja mais longe e forma fluxos muito mais finos do que a lava expelida de um “estratovulcão”, que tem formato cônico e alto, como o terrível Krakatoa, na Indonésia. Portanto, se (ou devo dizer quando?) o Mauna Loa entrar em erupção, provavelmente não haverá nuvens de cinzas ou toneladas de detritos. A coisa mais perigosa será a lava. Como ele é um vulcão em escudo, sua lava é extremamente fluida e volumosa, o que permite que ela flua para longe e bem rápido.
Usando mapas teóricos de ventos, especialistas do Observatório De Vulcões Do Havaí fizeram gráficos de possíveis fluxos da lava. Eles estão preocupados com terremotos concentrados com altos índices. Isso provavelmente significa que a lava está se movendo sob a superfície. De 500 a 600 terremotos por dia são um motivo sério para ficar em alerta máximo. Por outro lado, não significa necessariamente um desastre ou uma erupção inevitável. Cerca de uma década atrás, vários terremotos que aconteceram ao mesmo tempo sinalizaram que algo estava acontecendo debaixo do Mauna Loa, mas não houve erupção. Em vez disso, metade do vulcão se deslocou um pouco para o sul. Dessa forma, provavelmente isso permitiu que o magma tivesse mais espaço suficiente para ficar abaixo da superfície.
Vamos voltar ao evento catastrófico que vimos no início do vídeo. Isso é o que geralmente acontece quando um supervulcão entra em erupção. São vulcões que pelo menos uma vez tiveram uma erupção com um Índice de Explosividade Vulcânica de oito, que é o maior número registrado na tabela. Os supervulcões costumam ser extremamente grandes, sem a forma de cone. Isso ocorre porque eles são tipicamente os restos de gigantescas câmaras de magma que uma vez explodiram, deixando para trás uma enorme cratera. Em geral, elas são encontradas em locais quentes. Supervulcões podem produzir supererupções. E, quando isso acontece, jorram mais de 1.000 km cúbicos de cinzas, rocha derretida e gases quentes no ar. Em outras palavras, quatro supererupções poderiam encher o Grand Canyon até a borda!
Os supervulcões se formam quando volumes gigantescos de magma escaldante tentam escapar do subsolo. Esse magma sobe para perto da superfície, mas não consegue romper a crosta terrestre. É por isso que uma enorme poça pressurizada de magma borbulhante se acumula a uma profundidade de apenas alguns quilômetros. A pressão continua crescendo, pois mais magma está tentando chegar à superfície. Até que... Bumm! — ocorre uma supererupção! A mais recente aconteceu na Nova Zelândia. Bem, quando digo “recente”, quero dizer cerca de 26.500 anos atrás. Nah, eu não estava por perto naquela época. Foi quando um supervulcão abaixo da superfície do Lago Taupo expeliu no ar mais de 1.250 km cúbicos de cinzas e pedra-pomes. Imagine quinhentas mil Grandes Pirâmides de Gizé voando ao mesmo tempo... Essa erupção foi incrivelmente forte! Mas a coisa mais emocionante — e confusa — sobre a erupção foi que o vulcão Taupo simplesmente não explodiu como muitos outros.
No começo, tudo estava indo como sempre. Mais de 518 km quadrados de magma se acumularam abaixo da superfície, e a pressão estava ficando cada vez maior. Mas, depois que a rocha rachou e a primeira parte da lava saiu da cratera, algo deu errado... E o supervulcão fez uma pausa! Apenas alguns meses depois, a desastrosa erupção sacudiu o solo, e milhares de toneladas de lava, rochas e cinzas voaram alto na atmosfera. O padrão incomum do Taupo ainda confunde os cientistas. Mas a era dos supervulcões não acabou. O mais terrível de todos é provavelmente o do Parque Nacional de Yellowstone. Esse gigante teve pelo menos três erupções megafortes, e sabe-se lá quantas menores! Se esse monstro entrasse em erupção em qualquer lugar com tanta força quanto há 2,1 milhões de anos, ele cuspiria mais de 2.450 km cúbicos de material incandescente! Você provavelmente pode imaginá-lo com mais clareza se eu disser que esse volume é comparável a 65 milhões de Cúpulas do Capitólio de Washington, D.C. empilhadas.
De qualquer forma, os cientistas têm certeza de que o Yellowstone não apresenta nenhum perigo atualmente. Para que uma erupção aconteça, o magma dentro deve estar pelo menos 50% derretido. Na Caldeira de Yellowstone, esse número é de apenas 5 a 15%. Mas é claro que ele não é o único supervulcão do nosso planeta. Há também o Taupo da Nova Zelândia, que você já conhece, a caldeira vulcânica Aira, do Japão, o Long Valley da Califórnia, o Toba da Indonésia... Qualquer um deles pode um dia produzir uma supererupção! Existem também vários supervulcões que levam esse nome mas ainda não fizeram jus a ele, pois nunca produziram um evento assim! Por exemplo, em 1883, o vulcão indonésio Krakatoa explodiu. A força da erupção rompeu as paredes dele, e a água fria do mar invadiu seu interior derretido. A diferença de temperatura fez o vulcão explodir com um estrondo ensurdecedor. Deu para ouvir claramente a 3.218 km de distância na Austrália! Ele ganhou o título da explosão com o som mais alto da história. Mas, mesmo que as consequências desse evento tenham sido verdadeiramente catastróficas, ainda não foi forte o suficiente para levar o título de “supererupção”!
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SIM!!