O iceberg do Titanic continuou a viajar durante 1 ano após a colisão
Era o início de 1912. Um pedaço gigante de gelo se desprendeu de uma geleira no sudoeste da Groenlândia. Ele era formado pela neve que caiu milhares de anos antes do evento, talvez desde quando os mamutes ainda andavam pela Terra. O iceberg começou sua jornada. Era algo enorme, com mais de 520 m de comprimento e pesando mais de 75 milhões de toneladas! Era também um pedaço de gelo muito pacífico, pois evitou navios e rotas de transporte movimentadas.
E, então, de alguma forma ele flutuou muito mais para o sul do que outros icebergs. O nosso teve sorte, pois outros derretem muito antes de chegarem a essas baixas latitudes. De até 30.000 deles que se afastam das geleiras da Groenlândia, apenas 1% consegue chegar ao Atlântico. Mesmo depois de derreter na água por meses, este enorme bloco de gelo ainda era quase duas vezes mais pesado que a Ponte Golden Gate! A parte superior dele tinha o equivalente a 10 andares sobre a superfície do oceano.
Vários dias antes de o nosso iceberg chegar ao Oceano Atlântico, um magnífico navio deixou o porto. Era um transatlântico de luxo que transportava mais de 3.000 passageiros e tripulantes. Naquela época, era a maior embarcação já construída: o Titanic. A colisão aconteceu no dia 14 de abril, quando o navio estava no Atlântico Norte, a 600 km de Newfoundland. Sem conseguir desviar seu curso, ele rompeu pelo menos cinco de seus compartimentos do casco. Eles começaram a encher de água a uma velocidade alarmante.
Como os do Titanic não eram tampados na parte superior, a água transbordou e começou a inundar cada um deles. A frente do navio começou a afundar, fazendo com que a parte traseira se erguesse verticalmente no ar. E então, com um rugido ensurdecedor, o transatlântico se partiu ao meio... O resto é história. Mas o que aconteceu com o iceberg depois disso?
No dia 15 de abril, o transatlântico alemão SS Prinz Adalbert navegava pelo Atlântico Norte. Ele estava viajando a alguns quilômetros de distância do local onde o Titanic havia afundado várias horas antes. O comissário-chefe da embarcação alemã, que ainda não sabia do desastre, viu um iceberg. O que chamou sua atenção foi uma grande mancha de tinta vermelha ao longo da base do pedaço de gelo. Surpreso, o homem tirou uma foto da sua descoberta. Ele pensou que a tinta significava que um navio havia atingido o iceberg nas últimas 12 horas.
A próxima pessoa que viu o iceberg — e tirou outra foto dele — foi o capitão de uma embarcação que colocava cabos de telecomunicações em alto mar. Ela foi enviada para ajudar na área onde o Titanic havia afundado. Mais tarde, o capitão afirmou que o pedaço de gelo que vira era o único naquela área. Além disso, a tinta vermelha... Então não foi difícil ligar os pontos.
Em 2015, uma dessas fotos foi vendida em leilão por mais de US$ 32.000! Mesmo assim, os especialistas não têm certeza se a imagem mostra realmente o terrível bloco de gelo. Poderia ser o de um simples iceberg que estava flutuando nas proximidades naquela época.
O grande navio inafundável havia sumido no fundo do Atlântico Norte, onde permanece até hoje. Mas o iceberg seguiu seu trajeto, deixando algumas testemunhas perplexas e lentamente derretendo na água das redondezas. Ele desapareceria completamente antes do final do ano.