15 Choques culturais que provam: viajar é sempre uma aventura
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Olhe-se no espelho: você está com sua parka bege. Seu cinzel está embalado. E sua viagem noturna de avião para a Arábia Saudita está reservada. Você sabe o que isso significa, certo? Infelizmente, você não foi escalado para o remake de Duna. Significa apenas que você está pronto para explorar as maiores áreas desérticas do mundo na esperança de descobrir segredos pré-históricos sobre nossos ancestrais. Vamos esclarecer uma coisa. Se você já pensou que os desertos eram espaços vazios, pense novamente.
Eles podem estar cheios de areia até onde a vista alcança, mas também guardam muita história. Porque... Você sabe... Antes de os seres humanos se estabelecerem em cidades e vilas, éramos povos nômades. E viajávamos por todo o mundo em busca de comida, água e abrigo. Portanto, tivemos que inventar algumas coisas interessantes para sobreviver...
... como essa coisa que foi encontrada no deserto da Arábia Saudita. Você tem alguma ideia do que poderia ter sido? Durante muitos anos, os cientistas discutiram as origens e o uso de estruturas enormes como essas. Parece que os Neolíticos eram muito mais inteligentes do que pensávamos! Eles não passavam o tempo todo em volta do fogo esculpindo armas em pedra. Não! Também estavam praticando suas habilidades arquitetônicas. Essas enormes estruturas de pedra são chamadas de “pipas do deserto”. Porque, se você olhar para elas de longe, bem, elas se parecem com pipas. Os arqueólogos chegaram ao consenso de que essas pipas eram usadas para atrair os animais. Dessa forma, seria mais fácil para nossos ancestrais garantir o alimento de sua semana. Mas isso não é tudo.
Dê uma olhada nessas estruturas monolíticas aqui. Elas nos mostram que nossos ancestrais provavelmente desenharam nas rochas a planta do que iriam construir no solo. Exatamente como os arquitetos modernos. As pipas do deserto podiam ter quilômetros de comprimento, então eles desenhavam um plano antes de construí-las de fato. A característica mais surpreendente de todas é que essas pipas foram construídas antes mesmo de coisas como Stonehenge. Estamos falando de cerca de sete mil a nove mil anos atrás.
Na última década, os cientistas conseguiram identificar mais de seis mil pipas do deserto espalhadas pelo Oriente Médio, pela Ásia Ocidental e pela Central. Se você não acha isso enorme, tente construir algo tão grande sem a ajuda de drones. Parece uma façanha bastante difícil.
E, aparentemente, o deserto da Arábia Saudita está repleto de coisas ainda mais incríveis. Os cientistas encontraram misteriosas estruturas de pedra que são mais antigas que as Pirâmides de Gizé, no Egito. Então, é claro, você mal pode esperar para dar uma olhada. Podemos concordar que carregar pedras pesadas para construir uma pirâmide sem a ajuda da tecnologia moderna parece absurdo? Como eles faziam isso? Agora, imagine voltar o relógio cerca de dois mil anos no passado e encontrar humanos que construíram estruturas gigantescas semelhantes em áreas isoladas. Dê uma olhada nos chamados “mustatils”.
São estruturas retangulares construídas com pedras empilhadas, encontradas em 200 mil quilômetros quadrados. Alguns arqueólogos acreditam que esses monumentos eram usados para fins ritualísticos. Talvez algum tipo de procissão, em que as pessoas caminhavam de uma ponta à outra do platô. Eu adoraria!
Agora, vamos passar para outra área deserta. Estamos entrando na mundialmente famosa paisagem do deserto do Saara. Não é lindo? Aqui, você está prestes a desvendar um mistério antigo. Algo que levou anos para os pesquisadores resolverem. Fato curioso: o deserto do Saara é o maior deserto quente do mundo. Ele se estende por mais de três milhões de quilômetros quadrados. O que seria como colocar mil Havaís um ao lado do outro. Dizemos que é o maior deserto quente porque a maior área desértica do mundo é a Antártica. Mas todos nós sabemos que as temperaturas lá são congelantes — não é a imagem típica de quando pensamos em um deserto.
Nas profundezas do deserto, perto da cidade argelina de Foggaret et Zoua, algo estranho foi encontrado. Durante décadas, esses minúsculos pontos apareceram em imagens do Google Earth, mas ninguém conseguia explicar o que eram. Alguns cientistas tinham certeza de que esses círculos eram o resultado da atividade petrolífera na região. Outros achavam que eram antigas Foggaras ou antigos poços de água. Há dezenas deles, estendendo-se por quilômetros e quilômetros em linha reta. O estranho é que eles estão sempre longe de qualquer cidade, estrada ou atividade humana em geral. Então, qual era ou é o propósito deles?
Se você tivesse que dar um palpite, o que diria? Lembra que falamos sobre como nossos ancestrais tiveram de ser criativos para sobreviver no deserto? Vamos tentar nos colocar no lugar deles por um minuto. Imagine que você é um caçador-coletor nômade que vive em uma área desértica. Você passa seus dias tomando sol quente, tentando contar todos os grãos de areia ao seu redor. Mas você também precisa comer. E beber água. Mas como conseguir água em um deserto? Claro, você pode esperar encontrar um Oasis a cada semana, mas parece um pouco arriscado, não é? É por isso que os povos do norte da África inventaram as chamadas Foggaras.
As Foggaras são um sistema de irrigação de dois mil e quinhentos anos. Os habitantes locais cavavam poços profundos em áreas elevadas. Poços profundos o suficiente para atingir a água subterrânea. Em seguida, eles cavavam poços paralelos a distâncias regulares. Dessa forma, a água fluía do poço principal para todos os poços e irrigava áreas inteiras. Os viajantes podiam parar nos poços e matar a sede. Eles também podiam criar gado e cuidar das plantações. Muito inteligente, não é? Por mais que esses buracos se pareçam com Foggaras, um pouco de pesquisa mostrará que não são. Veja bem, esses poços foram construídos em linha e não em formato circular como os que estamos vendo agora.
Então, talvez tenha algo a ver com a segunda opção? Talvez esses buracos no deserto estejam relacionados à atividade petrolífera na região? Vamos dar uma olhada nos buracos de perto e pessoalmente. No Google Earth, eles não parecem tão grandes, mas, na vida real, são crateras enormes. A dica para descobrir o que são está escondida sob a areia. Se você fosse um dos pesquisadores que originalmente descobriram a verdade por trás desse mistério, teria encontrado algo único na areia: dinamites velhas e latas de sardinha antigas.
Juntando as peças do quebra-cabeça, os cientistas descobriram que essas latas de sardinha eram um modelo dos anos cinquenta e sessenta. Parece que equipes inteiras daquela década acamparam enquanto pesquisavam a área em busca de petróleo. E quanto às dinamites? Elas eram usadas para levantamento sísmico. Essa é uma técnica antiga, usada para identificar se há petróleo e gás sob a superfície da Terra.
Ainda no norte da África, você descobre outro mistério do deserto que vale a pena explorar. Perto da cidade de Tiaret, a sudoeste da capital da Argélia, encontramos treze monumentos. Essas estruturas também são chamadas de Jedars e, sim, estou ciente de que pode soar como uma referência a Guerra nas Estrelas. Elas têm formas piramidais e, até onde os cientistas sabem, foram usadas como mausoléus para as pessoas que viviam na região. Você consegue adivinhar quem eram essas pessoas? Muito provavelmente os nômades berberes. E, como estamos falando de coisas antigas, elas provavelmente foram construídas entre os séculos IV e VII d.C.
Quando os cientistas começaram a explorar o interior desses monumentos, descobriram que eles eram bem grandes por dentro e encontraram grandes abóbadas subterrâneas, além de câmaras e corredores semelhantes a labirintos que davam acesso a mais de vinte compartimentos. Você poderia levar até duas horas para andar por ali. E, aparentemente, nossos ancestrais também usaram as paredes para retratar imagens de animais e cenas de caça. No entanto, não há provas definitivas da finalidade desses Jedars. Isso é muito legal, não é? Tenho certeza de que o deserto do nosso mundo está repleto de muitas outras coisas misteriosas para desvendarmos. Te vejo na próxima pra gente continuar a explorar o nosso planeta!