“Na minha casa, não nos reunimos mais”. Vou contar o motivo por que agora não recebo mais visitas

Histórias
4 horas atrás

Meu nome é Ana, e acontece que não gosto de visitas, embora antes as recebesse com frequência. Tudo começou na quinta série, quando entrei para uma escola nova e fiz vários amigos. Era difícil passar um dia sem convidar alguém para me visitar; eles praticamente viviam lá em casa. Foi então que comecei a perceber que hóspedes, no geral, costumam ser folgados. Para explicar por que me tornei assim, vou contar como meus convidados quase me deixaram louca.


Aqui só entram se tirarem os sapatos

Eu costumava receber muitas pessoas ao mesmo tempo. E sabe o que acontecia? Elas entravam e não tiravam os sapatos. Aqui em casa, todo mundo tira o calçado antes de entrar. Às vezes, parecia que tentavam reencenar aqueles filmes da Sessão da Tarde, em que adolescentes correm da rua para dentro de casa, imundos, e se jogam na cama.

Uma vez, meus amigos chegaram antes do horário combinado. Eu ainda estava preparando os comes e bebes quando eles entraram direto no meu quarto. Entrei com os pratos e quase desmaiei: os três esparramados na minha cama, com os tênis sujos encostando em tudo. Minha cama nem estava arrumada, e eles deitaram mesmo assim. Meus travesseiros e almofadas? Eles tiraram tudo do lugar e ainda reclamaram, dizendo algo como: “Nossa, deixa de ser chata!”

“Cadê o gatinho?”

“Eu estava dormindo”.

Eu tenho dois gatos. Um deles é gordinho, e as pessoas viviam tentando agarrá-lo, pegá-lo no colo, essas coisas. O problema é que ele detesta essas demonstrações de amor. Mas, claro, ninguém pergunta a opinião dele. A frase que mais ouço dos meus convidados é: “Ana, cadê o gatinho?”
Veja bem, não sou totalmente contra as pessoas interagirem com meu gato. Mas imagine a seguinte situação: cinco pessoas vêm me visitar, três delas com vozes graves e um pouco assustadoras. Gatos são predadores noturnos, e sua audição aguçada é uma ferramenta essencial para a caça. Eles percebem sons com muito mais intensidade do que nós. E aí, essas cinco pessoas cercaram meu gato, que estava dormindo tranquilamente na sua caixinha. Elas não só o acordaram, como também o tiraram de lá e o levaram para a cozinha.

— Ele gosta de ficar no colo? — perguntou uma amiga.
— Não, — respondi.

Ela pegou meu gato no colo mesmo assim.

— Elena, você vai ficar cheia de pelos, não precisa. E olha, dá para ver que ele não está gostando, — eu disse.
— Nossa, pare de bobeira.

Meu gato ficou no colo dela por exatos cinco segundos, depois começou a se debater ferozmente e, no final, fugiu para outro cômodo.

— Poxa, — reclamou ela, — agora estou cheia de pelos! Por que ele solta tanto pelo, assim? Melhor você fazer alguma coisa com ele.

“Feche a porta, por favor”.

Atenção, a polícia da limpeza chegou

Houve uma comemoração em casa e, mais uma vez, cometi o erro fatídico: convidei amigos. Uma amiga entrou no quarto, e sabe o que fez primeiro? Passou o dedo na borda do meu armário. E o que ela encontrou? Isso mesmo, poeira.

— Nossa, que sujeira, — disse ela, aproximando o dedo tanto do meu rosto que perdi o foco. Não respondi nada, mas fiquei incomodada, porque, no dia anterior, limpei a casa justamente para receber os convidados. Sério, não entendo. Por que fazer isso? Eu não vou à casa dos outros procurando poeira, lixo ou qualquer coisa do tipo.

Saímos de fininho, mas deixamos uma surpresa

Uma amiga minha adora receber visitas. Praticamente toda sexta-feira, ela e o marido reúnem uma turma de conhecidos em casa. É impressionante que, mesmo depois desta história, ela não tenha parado de organizar encontros.

  • Uma vez, convidaram os amigos para uma festa de Ano-Novo à fantasia. Um dos nossos amigos, Alex, apareceu com uma nova namorada e, em algum momento, sumiu com ela no banheiro. Quando a festa estava quase acabando e os convidados começavam a ir embora, fui até o banheiro. Entrei e, bem em cima da máquina de lavar, estavam as fantasias de Ano-Novo deles: os trajes do Coringa e da Arlequina. Acontece que o casal derrubou alguma coisa nas roupas, foi ao banheiro para se trocar e largou tudo lá, molhado e sujo. A tinta das fantasias, feitas de tecido sintético supercolorido, manchou a superfície branca da máquina de lavar, e eu mal consegui limpá-la. Além disso, eles usaram minha toalha branca para se enxugar. No final, saíram de mansinho, sem falar com ninguém.

O dia em que minha paciência se esgotou

Era o aniversário do meu namorado. Convidamos apenas amigos próximos, mas, de repente, eles apareceram com outras pessoas. Uma amiga trouxe o novo namorado, um amigo trouxe um tal de Yuri. O auge foi um casal que apareceu com duas crianças pequenas.

É claro que não houve convites formais especificando quem poderia vir, mas eu contava com o bom senso. Eu, por exemplo, nunca levaria parentes para a casa de alguém se apenas eu fosse convidada. Ou, pelo menos, perguntaria se poderia levar meu namorado ou meu filho.

Nossa festa foi planejada para um grupo restrito. Não tínhamos cadeiras suficientes, e a comida foi calculada para poucos. O caos começou: as pessoas vagavam pelo apartamento, explorando cada cômodo. Encontrei xícaras e pratos na nossa cama, mas mantive a calma. Até que uma das crianças rabiscou minhas cortinas novas com canetinha.

Perdi a paciência. Disse aos meus amigos, em tom alto, tudo o que pensava sobre eles. Admito que não foi bonito discutir na frente de todo mundo, mas a noite terminou com a frase: “Pessoal, na minha casa, não nos reunimos mais”. Visivelmente magoados, todos foram embora.

Alguns dias depois, porém, tudo se acalmou. Conversamos sobre o que aconteceu, uns pediram desculpas, outros refletiram. Continuamos amigos, mas eles não vêm mais à minha casa. E isso me deixou muito mais confortável, porque, por muito tempo, tolerei algo que não me agradava.

E você, concorda que amigos próximos podem ser os convidados mais inconvenientes? Ou acha que a autora foi muito rígida e vai acabar se arrependendo?

Se gostou da história, confira este encontro histórico entre a mulher mais alta do mundo e a mais baixa.

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Convidei um casal de primos para uma rodada de pizza lá em casa. Na hora de se servir a prima disse que não iria comer porque detestava pizza. Ficamos constrangidos porque quando convidamos ficou muito claro qual seria o cardápio, e ela não falou nada. Não tínhamos outra coisa para servir, e o restante da noite foi puro sofrimento com um indescritível ambiente de velório...
Cortamos o relacionamento.

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