Meu marido não queria ter um cachorro, mas a Luna mudou isso

Existe um ditado que diz que enquanto você não amar um animal, sua alma fica adormecida, e eu concordo totalmente com essa afirmação. Eu sou a Eva, e esta é a história de como a Luna chegou em nosso lar e passou a nos ensinar muitas coisas sobre a vida.

Ela é uma pequena Schauzer preta com cinza que apareceu em nossas vidas há apenas três anos. Depois de muitas brigas e insistências, decidimos leva-la como mascote para nossas filhas. Só não sabíamos que faria com que mudássemos nossa percepção a respeito dos animais.

Especialmente para os leitores do Incrível.club, hoje contarei como uma pequena criatura pode mudar a vida de uma família inteira.

Nossas filhas queriam a qualquer custo um bichinho de estimação. Havia a possibilidade de termos peixes, mas elas queriam um animal para brincar com elas, o que naturalmente não era possível com um peixe. Porém, meu esposo parecia simplesmente odiar os animais. Ele dizia que, com animais, a casa fede e se enche de pelos, coisa que o deixava muito irritado e, por isso, era muitíssimo resistente com o pedido das crianças. Além disso, uma de nossas filhas desenvolveu crise respiratórias alérgicas a pelos de gatos ou cães.

Quando as meninas cresceram e a menor superou as crises de alergia, começaram a exigir um cachorrinho. Insistiram por um ano inteiro e até choravam. A maior, inclusive, nos culpou de termos estragado a infância dela por não deixarmos ela ter um pet da mesma maneira que quase todos os colegas da escola dela tinham. Em um determinado dia, decidiram se unir contra o pai e pararam de falar com ele em sinal de protesto. Para ele, foi terrível, porque as três meninas (de 10, 8 e 4 anos, na época) eram muito apegadas a ele. Imagine três crianças ignorando o pai? É de cortar o coração. Sempre que ele chegava do trabalho elas costumavam correr para dar um beijo nele, mas, então, passaram a ignorá-lo de modo muito duro. Conversei com as meninas e tentei explicar que essas decisões devem ser tomadas pelos adultos, e que nem sempre poderíamos concordar com tudo (eu também não queria que três crianças dominassem a família ficassem malcriadas, conseguindo tudo o que quisessem na base da chantagem), mas os argumentos delas foram tão fortes que acabaram me convencendo. E mais: ainda acabei ficando do lado delas.

Estas foram suas razões:

1. “Vamos cuidar do cachorro. Nem papai nem você terão de fazer qualquer coisa (o que acabou não se confirmando, porque sou eu que tenho de levar a Luna no veterinário, na tosa e corto suas unhas...)”.
2. A maior teve a audácia de entrar na Internet e investigar sobre os benefícios de crescer com cães, e me convenceu ainda com dois argumentos: os cães ajudam a superar medos e tristezas, e as crianças preferem brincar com animais do que jogar videogame, por exemplo.
3. Disseram que me amariam para sempre se eu as ajudasse a convencer o pai delas e que seriam eternamente gratas (como eu poderia ignorar uma declaração dessas, gente?).

A partir de então, deixei de defender meu esposo das chantagens das meninas. Não as apoiava diretamente, mas me calava sempre que elas faziam as tentativas ferrenhas de convencimento. Então, pouco a pouco, ele começou a perceber que eu estava mais complacente com a ideia delas. Um dia, meu marido não suportou mais a pressão e pediu para que eu pesquisasse a respeito de cães de porte pequeno que não perdessem muito pelo, que não fedessem tanto e que fossem suficientemente inteligentes para aprender a fazer todas as suas necessidades no lugar certo.

Assim começaram minhas buscas, consultando o pediatra da nossa filha menor para saber se havia algum cachorro “hipoalérgico”, perguntando sobre cores, tamanhos, etc. Tudo isso escondido das crianças, que seguiam ignorando o pai há 12 dias depois do começo do plano. Finalmente, encontrei uma filhotinha que nos encantou muito, e decidimos levá-la para casa. Escolhemos um Schnauzer porque é uma das raças que quase não perdem pelos. Além disso, é recomendada para pessoas com alergia. Na verdade, nós só queríamos um animal pequeno que fosse obediente e amoroso com as crianças. Não estávamos ligando muito para raças.

No dia que a levamos para casa, ela parecia um bichinho de pelúcia. Quando meu esposo chamou as crianças para a sala para mostrar a novidade, nossa filha menor pegou a cachorrinha no colo incrédula e só conseguiu dizer: “é de verdade?” Vocês já devem imaginar a felicidade delas! Instantaneamente, todas as mágoas entre pai e filhas foram pelo ralo.

A cachorrinha, que, como vocês já sabem recebeu o nome de Luna, é uma fiel protetora das meninas. Dorme ao pé de suas camas quando elas estão doentes e avança em quem tentar entrar no quarto delas. Cuida e protege todas elas, principalmente a menor, que carrega a cachorrinha por onde vai. Hoje em dia, vê-las brincando com a Luna é uma cena muito cotidiana. E as alergias? Pois simplesmente nunca mais apareceu qualquer crise na nossa filha maior desde que a Luna chegou.

Luna já ensinou a elas sobre responsabilidade, paciência e respeito com todos os seres vivos, e despertou nelas a empatia e o amor. Inclusive, elas estão agora super engajadas em ajudar animais de rua a encontrarem um lar.

Luna também as ensinou a serem mais cuidadosas e curiosas. A cachorrinha é muito obediente: dorme na caminha, não destrói nada, não sobe nos móveis ou em locais proibidos, obedece quando pedimos para parar de latir, faz as necessidades no lugar certo onde a ensinamos e segue as nossas filhas para toda a parte.

Mas o mais importante e surpreendente de toda essa história vem agora: meu esposo! Ele mudou completamente a própria percepção. Hoje, sai para passear com a Luna, dá carinho e se importa com ela. Mas eu tenho certeza que ele a ama porque ela também faz as nossas filhas muito felizes e por tudo o que elas aprenderam nos últimos tempos. Nós sequer suspeitávamos que uma criatura tão pequenininha pudesse fazer por todos nós!

Você tem bichinho de estimação? Gostaríamos de saber a história entre vocês! Compartilhe conosco sua experiência nos comentários!