Eu tive com a minha primeira filha, morria de medo de falar o que estava acontecendo achando que todos me julgariam, sofri por vários meses calada e por misericórdia de Deus não cometi nenhuma besteira.
Eu achava que isso só tinha acontecido comigo, porque quando a gente está grávida as pessoas só falam que a maternidade é linda, maravilhosa mas quando a Re nasceu e vi que não era nada daquilo quase surtei.
Não queria mais engravidar por nada nessa vida com medo de passar por tudo aquilo denovo, mas a vida me surpreendeu e me deu a Julia 6 anos depois e desta vez foi tudo diferente, muito mais leve.
Como a princesa Diana lutou em segredo contra a depressão pós-parto e o que todas as futuras mães devem saber
A depressão pós-parto (DPP) é um transtorno de humor de longo prazo que muitas mães experimentam logo após dar à luz. Poucas pessoas sabem disso, mas a princesa Diana sofreu desse problema depois de ter seu primogênito, o príncipe William. Ela não podia falar para ninguém sobre esse problema e precisou lidar sozinha com isso. Em algumas entrevistas anos depois, Lady Di contou ao mundo sobre os problemas psicológicos que enfrentou e como a depressão pós-parto a afetou profundamente.
No Incrível.club, queremos compartilhar com nossos leitores a comovente história da batalha secreta enfrentada pela princesa Diana e esperamos que isso motive as novas mães que sofrem com o problema a dividirem seus sentimentos com as pessoas em vez de sofrerem sozinhas.
“Eu era jovem e estava perturbada”
Em 1982, quando a princesa Diana teve seu primeiro filho, William, a depressão pós-parto era algo pouco discutido publicamente. A princesa foi uma das muitas mulheres que tiveram de conviver em silêncio com o problema, guardando as preocupações e ansiedades para si mesma. Ela falou sobre seus problemas psicológicos no pós-parto apenas algumas vezes, mas, ainda assim, muitos anos depois. Por fim, Lady Di concedeu uma entrevista super sincera ao jornalista britânico Andrew Morton, que escreveu um livro sobre ela chamado Diana: sua verdadeira história.
No livro, Lady Di fala da enorme pressão da mídia em torno de sua primeira gravidez e de como as coisas pioraram depois do nascimento de William. “Cheguei em casa e logo a depressão pós-parto me atingiu com muita força. E não foi tanto a gravidez que a produziu, mas a forma como minha mente lidou com a questão”, disse. “Eu era jovem e estava perturbada”.
Esse foi o momento em que sentiu o fardo de ser ao mesmo tempo esposa, mãe e a princesa de uma das monarquias mais midiáticas e populares do Planeta. Diana confessou que se sentia desesperada e preocupada com tudo, mas continuou a lutar em silêncio. “Se ele (o príncipe Charles) não voltasse para casa, quando dizia que o faria, eu logo começava a imaginar que algo terrível tinha acontecido. Lágrimas, pânico, tudo mais. Ele nunca notou o pânico, porque eu conseguia ficar sentada, quieta”, disse a princesa.
“Quando ninguém te escuta, ou você sente que ninguém está ouvindo, todo tipo de coisa começa a acontecer”
Diana também falou sobre a depressão pós-parto em uma entrevista a Martin Bashir para a BBC, em 1995. A princesa confessou que se sentiu aliviada quando soube que estava grávida de um menino, devido à enorme pressão que sofria. Mas a pressão continuou durante e após o parto. “Senti que o país inteiro estava em trabalho de parto comigo”, disse Diana.
Ela acrescentou que a gravidez foi difícil; que não se sentia bem consigo mesma e que as coisas se agravaram muito depois de dar à luz: “Então, eu estava mal por conta da depressão pós-parto. Esse é um tema sobre o qual ninguém fala. Era depressão pós-parto, você precisa ler sobre isso. Você acorda de manhã sentindo que não quer sair da cama, se sente incompreendida e muito, muito mal consigo mesma. [...] Eu nunca tinha tido depressão na minha vida. Mas, depois, ao analisar, percebi que as mudanças adotadas no ano anterior haviam me dominado e meu corpo me dizia: ‘Preciso descansar’”.
Mesmo que Diana tenha recebido tratamento, lhe faltava tempo, espaço e apoio da família. Além disso, sua depressão a afetou fortemente não apenas por causa de sua saúde física e psicológica, mas também por causa de seu casamento. “Isso deu a todos um rótulo novo e maravilhoso: a instável e mentalmente desequilibrada Diana. E, infelizmente, isso parece ter permanecido assim ao longo dos anos ”, disse ela.
Quando as coisas pioraram e a pressão aumentou, Diana chegou a tentar a automutilação. “Quando ninguém te escuta, ou você sente que ninguém está ouvindo, todos os tipos de coisas começam a acontecer. Por exemplo, você tem tanta dor dentro de si mesma que tenta se machucar exteriormente, porque quer ajuda. O que está pedindo é ajuda. As pessoas veem você como um animal indefeso ou à procura de atenção e pensam que, como está na mídia o tempo todo, você tem atenção suficiente. Mas eu estava realmente pedindo atenção porque queria seguir em frente e continuar com meu dever e com o meu papel de esposa, mãe e princesa do País de Gales. Então, sim, eu me infligi dor. Eu não gostava, ficava com vergonha, porque não conseguia lidar com as pressões. Machuquei meus braços e pernas, e agora trabalho em ambientes onde vejo mulheres fazendo coisas semelhantes e posso entender completamente a razão disso”.
“As pessoas usavam minha bulimia como um casaco em um cabide: decidiram que esse era o problema, Diana era instável”
Apesar de toda dor e sofrimento, Diana desempenhou o papel de princesa de Gales, esposa e mãe amorosa. “Eu me via obrigada a sair e a cumprir meus compromissos sem decepcionar as pessoas, mas sim apoiá-las e amá-las. De certa forma, estar em público me ajudou, embora as pessoas não soubessem com o quanto de sanidade estavam me brindando e isso me ajudou”, disse à BBC.
A depressão se resolveu, mas Diana sofreu de bulimia durante vários anos. Essa também era sua “doença secreta”, que não podia revelar a ninguém. Mas, logo, as pessoas descobriram o que estava acontecendo. “Você se machuca porque sua autoestima está tão baixa que você não acha que é digna ou valiosa. Você enche seu estômago 4 ou 5 vezes por dia (alguns fazem mais do que isso) e tem uma sensação de conforto. É como ter um par de braços ao seu redor, mas é temporário. Então você fica chateada com o inchaço do seu estômago e não diz isso a ninguém. E é um padrão repetitivo e muito destrutivo”, afirmou a princesa.
“Se estivesse no que eu chamo de ’dia fora’, ou em outra parte do país o dia todo, voltava para casa me sentindo bastante vazia, porque meus compromissos naquela época tinham a ver com a morte de pessoas que estavam muito doentes ou com problemas no casamento. Eu chegava em casa e não tinha consolo nem recebia ajuda, depois de consolar tantas pessoas. Por isso, era normal assaltar a geladeira. Era um sintoma do que estava acontecendo no meu casamento. Eu pedia ajuda, mas dava sinais errados e as pessoas usavam a minha bulimia como um casaco em um cabide: decidiram que era o problema: Diana era instável ”.
A bulimia de Lady Di permaneceu com ela durante vários anos e, embora estivesse cercada de pessoas que a amavam, isso não diminuía a pressão. A princesa confessou que não recebeu ajuda de que tanto precisava. Mas o fato é que não pediu ajuda e agiu dessa forma porque tinha vergonha de seus sentimentos e comportamentos.
A princesa não conseguia nem ao menos dividir esse fardo com o marido, já que ela era sempre quem recebia toda a atenção da mídia. “Foi difícil dividir esse fardo porque eu era a única que estava sempre nas manchetes. O que vestia, o que dizia, o que fazia com o meu cabelo, tudo, era um assunto muito chato, quando, na realidade, o que queríamos era o apoio ao nosso trabalho e a nós mesmos como equipe ”.
Por que é importante evitar sofrer sozinha e procurar ajuda se você sofre de depressão pós-parto?
A história da princesa Diana mostra como é importante falar sobre seus problemas e procurar ajuda. A depressão pós-parto é um transtorno complicado, causado por uma variedade de fatores físicos e psicológicos. O equilíbrio hormonal é alterado após o parto, causando mudanças químicas no cérebro e levando a alterações de humor. Além disso, muitas novas mães simplesmente não dormem, descansam ou recebem o apoio de suas famílias, algo tão necessário em um momento em que estão cuidando de um bebê recém-nascido.
Se a depressão pós-parto não for tratada, pode durar meses ou mesmo anos, afetando seriamente a saúde física e mental da mulher, o que dificulta o cuidado com o filho e até consigo mesma. O tratamento para esse transtorno deve ser feito por profissionais e inclui aconselhamento, terapia e medicamentos, se necessários.
A família e os amigos são os primeiros a notar os sinais de depressão pós-parto em uma nova mãe. Por isso, se você perceber que alguém ou que você ama precisa de apoio, incentive a procurar um especialista. Se está sofrendo de depressão pós-parto, não tenha vergonha de falar sobre o problema com sua família, seus amigos ou seu médico de confiança para receber a ajuda que precisa.
Alguém de sua família, uma amiga ou conhecida já teve depressão pós-parto? Você passou por isso? Pode dar algum conselho às novas mães sobre como lidar com essa situação? Compartilhe sua opinião e experiências na seção de comentários!