Jovem artista faz ilustrações sobre sua esquizofrenia
“Às vezes me preocupa que alguém que eu conheço encontre meu Twitter ou Instagram, e depois lembro que já contei a todos na Internet sobre minha doença mental”, diz nas redes sociais Kate Fenner, de 19 anos, da Califórnia, EUA. Há algum tempo, a jovem resolveu contar sua história e compartilhar suas peculiares ilustrações.
O Incrível.club resolveu descobrir como os desenhos da artista vêm evoluindo com o passar do tempo.
Aos 17 anos, depois de um período prolongado de incertezas, Kate foi enfim diagnosticada com esquizofrenia.
Para lutar contra sua condição mental, a jovem resolveu passar todas as suas alucinações para o papel.
Kate publicou as imagens nas redes sociais, acrescentando as circunstâncias em que tinha as alucinações, que sons ouvia, o que as vozes diziam o que ela sentia naqueles momentos.
Por exemplo, foi assim que ela viu a si mesma uma vez em que se olhou no espelho.
E este é um autorretrato mais recente.
Frequentemente, Kate vê vários tipos de insetos, sobretudo escaravelhos e moscas que caminham sobre seu corpo. Ela acredita que as moscas representam ela mesma, associando-as com a futilidade e irrelevância. Esta mosca, aliás, se chama Don.
Atualmente, é possível encontrar nos perfis da artista nas redes sociais vários personagens recorrentes que possuem certas personalidades, e até seus próprios transtornos mentais.
Um exemplo deles é Burton, um menino criado por ursos. A cabeça do personagem é exageradamente grande, pois crescia dependendo do seu nível de autoconfiança.
Ou esta ave, Brian. No desenho, no canto superior esquerdo, você pode ver outra alucinação da jovem.
Terrance é um caracol que sofre de paranoia, ansiedade severa e transtorno obssesivo compulsivo.
Já Ledger vive numa caverna subterrânea e é amigo da mosca Don.
Por mais meigos que esses personagens pareçam, eles revelam mais sobre o problema de Kate do que pode parecer. Em boa parte dos casos, a esquizofrenia é acompanhada por baixa autoestima, depressão ansiedade severa e outros transtornos. Tudo isso é refletido nos personagens.
Segundo a própria Kate, ela não quer que as pessoas tenham uma falsa noção de que sua doença é bacana como seus trabalhos, já que não há nada de bonito em seus transtornos mentais.
Em sua página no Instagram, a moça frequentemente escreve sinceramente sobre os medos que a invadem e sobre a sensação de ser amaldiçoada. Toda sua vida é, para ela, tão caótica quanto suas ilustrações.
Sim, às vezes ela cria desenhos coloridos e vivos. Segundo ela, alguns até fazem sucesso entre as crianças.
Em algumas ocasiões, ela desenha personagens de comics e do cinema. Simbolicamente, Kate tem muitas ilustrações do Coringa, personagem que também padece de problemas mentais.
No entanto, a arte é incapaz de curar a jovem, apenas a distrai em meio a uma “paisagem infernal”.
Kate tem certeza de que a sociedade alimenta muitos estereótipos sobre as pessoas esquizofrênicas, achando que todas elas devem ser internadas em manicômios. Por isso, a jovem fala abertamente sobre muitos aspectos de sua vida que, à primeira vista, parece absolutamente normal.