Há um escudo invisível ao redor da Terra criado por acidente pelos humanos

Curiosidades
há 1 ano

Vamos cortar a Terra ao meio. Você pode ver todas as camadas dela. Aqui está o núcleo. Ele é cerca de 40 vezes mais quente do que o interior do seu forno. Ali está o manto. Um oceano de lava quente. Aí vem a crosta, a superfície sólida em que nossa civilização vive. Mas se você olhar para cima, há muitas camadas além da atmosfera e da de ozônio. Os cientistas descobriram recentemente uma estranha bolha aqui, que protege nosso planeta da radiação. E não, não é o nosso campo magnético. Essa bolha é feita de ondas de rádio. Nós as utilizamos para nos comunicar. Nosso planeta brilha como uma árvore de Natal no espectro de rádio. Mas estamos interessados ​​em ondas de frequência muito baixa, aquelas que nos permitem manter contato com submarinos.

Então, as ondas de rádio são como as de luz ou as oceânicas regulares. Olhe para esta. A distância entre os dois picos é o comprimento da onda. E o número delas ao longo de um período de tempo é a frequência. Por exemplo, existem 10 ondas neste intervalo de um segundo. Então, você consegue adivinhar a frequência dessa? Sim, é de 10 Hertz. Os telefones celulares usam as de 300 a 3.000 Megahertz. Então adicione mais 6 zeros a esse número. Mas ondas dessa frequência não penetram bem nas barreiras. Pense em como você perde a conexão do celular quando está dirigindo por um túnel. Isso é porque tem metal dentro, que é um material condutor que enfraquece muito as ondas de rádio.

A água salgada também é uma espécie de condutor. Então, se o submarino for muito fundo, a espessa camada de água enfraquece o sinal e perdemos a comunicação. Para mantê-la, enviamos menos ondas, mas as tornamos mais longas. Na mesma quantidade de tempo, a frequência das curtas será muito maior do que a das longas. É por isso que são chamadas de ondas de frequência muito baixa. Mas, como se vê, elas viajam por toda a Terra e até no espaço, onde as coisas começam a ficar interessantes. As ondas colidem com partículas de radiação do Sol. Pensamos na nossa estrela como uma gigante amigável que nos dá luz e calor, mas na verdade ela emite muita radiação nociva. Cada explosão ou descarga elétrica de material no Sol causa uma explosão ainda maior de radiação. Essas partículas voam para o nosso planeta, assim como as ondas de rádio. Elas viajam 150 milhões de km até a Terra em 8 minutos e colidem com nossa bolha, que atua como um escudo.

Basicamente, as partículas de radiação solar se acumulam nos cinturões de radiação ao redor da Terra. O campo magnético do nosso planeta as prende. E uma bolha recentemente descoberta de ondas de frequência muito baixa fica logo abaixo desse cinturão de radiação. Isso nos ajuda a repelir algumas das emissões nocivas. A análise de estudos antigos confirmou que os cinturões de radiação costumavam ser muito mais baixos e mais próximos da Terra. Mas quando nossa civilização começou a usar o rádio ativamente, nossas ondas elevaram esse cinturão mais para o alto. Ninguém esperava tal efeito. Mas isso nos dará uma maneira de proteger os astronautas no futuro. Quando você está na Terra, seu campo magnético o mantém protegido da radiação. Você pode vê-lo fisicamente quando partículas de vento solar carregadas fazem as de ar nos polos do nosso planeta brilharem. Isso é uma aurora. Da próxima vez que admirar essa beleza, saiba que na verdade é a Terra o salvando de alguns raios extremamente nocivos.

Mas se você estiver fora do campo magnético da Terra, em algum lugar do espaço, tenho más notícias. Nada o protege lá. Este é um grande problema para os astronautas que passam meses na Estação Espacial Internacional. Talvez os cientistas aprendam a criar bolhas protetoras de ondas de frequência muito baixa em torno das estações e naves espaciais. O mesmo vale para outros planetas. Provavelmente vamos colonizar Marte. Não há campo magnético lá, e nada pode nos proteger da radiação. Mas se criarmos uma bolha artificial ali, poderemos reduzir a radiação nociva. Outra bolha invisível que nos protege é a atmosfera. É como um bolo de camadas ou uma cebola. Cada nível da atmosfera tem suas próprias propriedades. A camada mais baixa em que vivemos é a troposfera.

Ela contém 80% do peso de todo o ar do planeta. É também o principal local onde vive o vapor de água. E é aqui que a máquina chamada “clima” funciona. O Sol envia raios de energia para a Terra. Nossa superfície os reflete e aquece o ar na troposfera. Isso faz com que ele se mova e troque de lugar com o ar frio. Assim, todos os ventos, ciclones, tempestades e tornados só acontecem na troposfera, até cerca de 12 km de altura. É por isso que os aviões comerciais voam a uma altitude de cerca de 10 km. O vento ou outras más condições meteorológicas dificilmente afetam essa área. E o ar ali não é tão denso quanto na Terra. Voar a 1 km e meio acima do nível do mar é como passar por um biscoito. É difícil. Mas a uma altitude de 10 km, voar parece se mover através de um leve chantilly. A aeronave quase não sente resistência. Então, é um ganha-ganha: economiza-se combustível e os passageiros ficam seguros.

Algumas desvantagens significativas são que é muito frio e não é possível respirar lá. É frio porque há poucas moléculas de ar para absorver o calor do solo e transferi-lo umas para as outras. Não daria para respirar pela mesma razão. É por isso que os aviões são equipados com máscaras de oxigênio, por precaução. Vamos dar uma olhada aqui. Esta é a estratosfera. Há ainda menos moléculas de ar no local, onde as sondas meteorológicas voam. Elas são como pequenos balões com computadores usados para prever o tempo. Essa parte da atmosfera também contém a conhecida camada de ozônio, nosso escudo contra a radiação ultravioleta nociva. O ozônio é quase o mesmo que o oxigênio, exceto que há três átomos nele. Quando os raios ultravioleta nocivos entram na nossa atmosfera, colidem com a molécula de O3. Então quebram a molécula em O2 e outro átomo de oxigênio. Os próprios raios são convertidos em calor. Mas o ozônio se regenera rapidamente. Um único átomo de oxigênio se une ao O2 e a molécula de ozônio está pronta para nos proteger novamente. É o escudo invisível que nos protege da radiação. Isso deu origem a toda a vida na Terra.

À medida que nossa civilização se desenvolveu, começamos a emitir gás freon na atmosfera. Costumávamos encher nossas geladeiras antigas com ele. Um único átomo de cloro se desprendia de uma molécula de freon quando estrava em contato com o ar. E então se ligava a um único átomo de oxigênio. Agora o ozônio não consegue se regenerar como antes. Felizmente, proibimos o uso desses gases nocivos e a camada de ozônio começou a se regenerar. Os cientistas esperam que ela se recupere totalmente em meados do século 21. A estratosfera termina a cerca de 50 km. A próxima camada é a mesosfera, a mais fria de todas. Em média, a temperatura lá gira em torno de menos 95 graus. Isso é 5 vezes mais frio que um freezer. Essa é a camada da atmosfera onde os meteoros que chegam começam a queimar devido ao atrito no ar. Então, eles acabam por queimar completamente. O ar aqui é muito rarefeito para aviões ou balões voarem. Mas ainda é muito denso para satélites. Portanto, essa camada da atmosfera não é bem estudada.

A próxima camada se estende de 90 km acima do nível do mar a até cerca de 800 km. Isso é um pouco mais do que a distância entre Las Vegas e São Francisco. A linha Karman fica situada nessa camada da atmosfera. É a fronteira entre o nosso planeta e o espaço. A termosfera é onde todas as nossas naves espaciais e satélites voam. É também o lar da Estação Espacial Internacional. A temperatura sobe extremamente e o ar é cerca de 10 vezes mais quente do que o calor de um forno. E é tudo devido à atividade solar. Mas nunca conseguiríamos sentir esse calor. As moléculas de ar que o carregam aqui são tão pequenas que literalmente flutuaríamos entre elas. Imagine uma piscina gigante com apenas três gotas de água. Essa é a termosfera. E a camada mais alta da nossa atmosfera é a exosfera, a mais larga da nossa bolha de ar. Os cientistas acreditam que seus limites estão a meio caminho da Lua, a cerca de 190.000 km. Esse é o ponto onde a pressão da radiação solar começa a exceder a gravidade da Terra. A exosfera ainda faz parte da nossa atmosfera. Isso significa que os astronautas que participaram de várias missões espaciais e estiveram na EEI nunca deixaram a nossa atmosfera.

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