Este é o preço para comprar o oceano inteiro

Curiosidades
há 1 ano

O que você acha que tem no fundo do oceano? E se eu te disser que com os restos do Titanic e ao lado de outros misteriosos animais subaquáticos existem enterrados no fundo do mar mais de 20 milhões de toneladas de ouro? Maluco, não é? Ao que parece, esse ouro é de difícil extração e ninguém tentou desenterrá-lo. Mas, se fosse extraído, cada ser humano do planeta poderia receber 4 kg de ouro.

Agora preste atenção: em 2016, durante um leilão em um grande mercado de peixes em Tóquio, no Japão, uma espécie ameaçada de atum-rabilho foi vendida por 14 milhões de ienes, o que equivale a mais ou menos 117 mil dólares americanos. E esse nem foi o peixe mais caro já vendido.

Ao que parece, dar lances por peixes se tornou uma espécie de tradição no Tsukiji. Será que estou pronunciando isso direito? Enfim, nesse famoso mercado de peixe no Japão. O primeiro leilão do ano novo atrai compradores de todo o mundo para dar seus lances, na esperança de comprar espécies raras de peixes. Aparentemente, o atum-rabilho é um dos peixes mais caros que existem hoje! Ele pesa cerca de 221 kg. Em 2019, um único foi vendido pelo preço inacreditável de 3,1 milhões de dólares — o maior valor que alguém já pagou por um peixe até agora! Se fizermos as contas, significa que meio quilo de atum-rabilho custa cerca de 3.600 dólares. Quem diria que um peixe poderia ser tão caro?

Um estudo recente realizado em 2011 mostrou que um único tubarão-de-recife-caribenho, em Palau, uma nação insular no Oceano Pacífico, teria um valor de vida estimado em quase 2 milhões de dólares. Esse valor é baseado no número de turistas que esses tubarões atraem para os locais de mergulho. Que legal, né? Não há dúvida de que o oceano seja cheio de riquezas. Pode parecer loucura pensar na natureza dessa forma, mas, se alguém quisesse comprar toda a água do oceano e tudo que tem dentro dele, você tem ideia de quanto custaria? Esse preço é mensurável? Bem...

De acordo com uma pesquisa publicada pelo World Wildlife Fund em associação com o Global Change Institute da Universidade de Queensland, o patrimônio líquido do oceano é realmente quantificável, e há razões para isso. Mas, antes de revelarmos o preço, vamos tentar entender o escopo do que estamos falando. Hoje, os oceanos ocupam mais de 70% da superfície da Terra. Eles contêm mais ou menos 1334 quilômetros cúbicos de água salgada. Em escala, seriam necessários cerca de 800 trilhões de piscinas olímpicas para conter toda a água do oceano. 800 trilhões! Pensa em um monte de piscinas! Minha nossa! O oceano ocupa mais de 99% do espaço total da Terra. É quase todo o nosso planeta! Se isso te soa estranho, você tem alguma ideia de quão profundos são os oceanos? Provavelmente poderíamos encaixar todas as cidades do mundo lá embaixo, e ainda sobraria um amplo espaço.

Alguns dizem que, se você pegar o Monte Everest, virá-lo de cabeça para baixo e jogá-lo em uma das pontas mais profundas do oceano, ele ainda não chegará ao fundo do mar! Faltaria pouco mais de um quilômetro para alcançar o fundo. A verdade é que sabemos muito pouco sobre nossos oceanos. Foram dedicados muito mais dinheiro e esforços às viagens espaciais. Por exemplo, não é engraçado pensar que, embora estejamos a 384.600 quilômetros da Lua e ainda mais longe de Vênus e Marte, a superfície desses planetas foi quase 100% fotografada e estudada pelos cientistas atuais? Quanto do nosso fundo do mar você acha que mapeamos até agora? Bem, e se eu lhe disser que mapeamos apenas 5% de todos os fundos oceânicos? Maluco, não é? É ainda mais maluco se pensarmos que mais de 94% de todos os seres vivos são, na verdade, criaturas aquáticas. De muitos deles, não temos nem conhecimento! Alguns dizem que o oceano é a fronteira final da humanidade. E é verdade que poucas pessoas se aventuraram em águas profundas. Enviamos mais de doze homens para caminhar na Lua, mas não mais do que quatro tentaram mergulhar até as profundezas do mar.

Por exemplo, o nome James Cameron te diz algo? Quem aqui ainda não assistiu ao Titanic? Bem, Cameron foi o diretor do filme de sucesso Titanic, e, alguns anos depois de filmá-lo, ele participou de uma das duas expedições tripuladas para descer até a Depressão Challenger. A Depressão Challenger, como o nome sugere, é um dos pontos mais distantes no fundo do oceano. Ela está localizada nas profundezas da Fossa das Marianas. Cameron decidiu que queria ser o primeiro homem a chegar ao ponto mais profundo do oceano, e assim o fez! Antes dele, a Depressão Challenger só havia sido alcançada por Jacques Picard e Don Walsh na década de 1960, mas Cameron conseguiu chegar ainda mais longe do que a expedição anterior. Ele foi a primeira pessoa a ter tocado a surpreendente profundidade de 10.907 metros abaixo da superfície. Ainda mais chocante é saber que o submersível que ele utilizou para chegar à tal profundidade lhe custou cerca de 10 milhões de dólares. A expedição em si custou metade disso, somando um total de 15 milhões de dólares para satisfazer seu desejo!

Mas nada se compara ao preço final da filmagem de Titanic, que chegou a uma estimativa de 200 milhões de dólares em 1998. Você sabia que o oceano realmente aumenta de tamanho? Quer dizer, ele já é enorme, e não tem planos de diminuir. De acordo com pesquisas, o oceano Atlântico aumenta 5 centímetros a cada ano. Agora, como poderíamos colocar um preço em algo tão único e essencial à vida como o oceano? De acordo com o World Wildlife Fund, medir o preço do oceano é uma forma de conscientizar e de chamar a atenção para uma das joias mais preciosas do mundo. Esse tipo de mensuração acontece por meio do que se chama de “avaliação ecossistêmica”. Normalmente, existem duas maneiras de decidir quanto custa algo. Uma é através da avaliação de mercado; a outra, é a avaliação de não mercado. Imagine. No caso do oceano, isso acontece por meio da avaliação de não mercado, o que significa que alguém sai por aí perguntando para outras pessoas quanto elas hipoteticamente pagariam por algo — nesse caso, o oceano.

Depois, os economistas fazem algum tipo de cálculo maluco e chegam a um preço estimado. Eles tentam levar em conta tudo o que mencionamos antes — como o preço astronômico do atum-rabilho, por exemplo, ou o valor da vida de um tubarão. Talvez até tenham perguntado ao James Cameron quanto ele pagaria por todo o oceano. Bem, brincadeiras à parte, o preço de não mercado para o oceano ao qual eles chegaram foi de 24 trilhões de dólares. De acordo com esse preço estimado, o oceano vale mais ou menos a mesma quantia que o PIB de alguns países poderosos do mundo. Se comparado com as 10 maiores economias do mundo, o oceano ocuparia o 1º lugar, com um valor anual de 24 trilhões. Se aprofundarmos um pouco mais, isso significa que 4,16 km³ de água do oceano custariam 13 dólares. Bem, assim é bem mais acessível, não é? Mesmo sendo supervalorizados economicamente, os oceanos são essenciais não apenas para a vida humana, mas para a maioria da população mundial de animais e peixes! A vida na Terra seria impossível sem a água do oceano, e é por isso que é tão importante torná-la altamente acessível.

Não é como se precisássemos de uma nave espacial para visitar o oceano mais próximo. Dependendo de onde você mora no globo, bastam algumas horas de carro ou uma curta caminhada... e você chega lá! Se te perguntassem quanto você hipoteticamente pagaria por todo o fundo do mar do mundo, quanto você consideraria pagar? Alguns trilhões também? Conte pra gente nos comentários abaixo!

Comentários

Receber notificações
Sorte sua! Este tópico está vazio, o que significa que você poderá ser o primeiro a comentar. Vá em frente!

Artigos relacionados